Epílogo

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Max Bierens

Lisa e eu estavamos mais felizes que nunca, com nossos filhos, nossa casa, a empresa decolando e a empresa de flores dela fazendo mais sucesso do que previamos. Quando planejei vim até o Texas e reinvindicar Thomas como herdeiro dos Bierens jamais imaginei que encontraria minha família esperando por mim na pequena cidade. Em momento algum imaginei me apaixonar assim e me sentir realizado vivendo em uma cidade tão simples e longe da vida de luxo que tinha antes. Lisa nunca exigiu nada, mesmo tendo a noção do quanto de dinheiro nossa família tinha, com ela era sempre tudo simples como sempre foi. Meus Natais já não eram mais os mesmos, cultivavamos nossa própria árvore, decoravamos, faziamos receitas natalinas com as crianças e escreviamos cartinhas para cada um. Jamais pude imaginar que um simples "papai" pudesse me emocionar tanto.

Eu era o super-héroi dos meus filhos. Thomas me transformou em alguém que jamais pensei ser. Eu era o cara que cuidava dos machucados, que protegia dos monstros e ensinava sobre as constelações. Eu lia historias antes de dormir, arrancava os dentes moles e guardava no potinho de cada filho, ensinava a andar de bicicleta e encorajava quando alguma insegurança chegava perto. 

Eu era o cara que mostrava as fotos dos filhos na reuniões de trabalho, saia mais cedo para busca-los na escola, o primeiro da fila nas apresentações de balé e que levava para tomar sorvete antes do almoço. Eu era o dono dos braços para onde eles sempre corriam quando precisavam e a cada eu tento ser alguém melhor por eles. E por Lisa.

Na primeira vez que nos vimos sentir minha barriga queimar e minhas mãos suarem, nem imaginava que estava me apaixonando por ela naquele momento. Lisa era a minha rocha, meu ar, minha alma gêmea. Anos de casamento e eu me apaixono todos os dias quando acordo e encontro nos meus braços. Me apaixono vendo ela cuidar das flores, das crianças e quando sorri para mim e me olha agradecendo por algo que nem sei. Lisa é força pura. 

Amo quando ela chegava em casa na hora do jantar cheirando a flores. Amo quando ela mesmo dormindo me procurava pela cama. Quando pisa o pé no chão e defendia algo que acredita. Amo seu jeito sonhadora e ao mesmo tempo pé no chão. A amo por inteiro, sem tirar um pedaço. 

 Tinha acabado de voltar de San Antonio para uma reunião da MVB. Era estranho colocar o terno e comandar depois de tanto tempo longe. Estacionei o carro na entrada da casa e segui logo para o quintal. Era verão e as férias escolares. Três filhos em casa e única solução era mantê-los intrertidos com a natureza. Escutrei gritos e risadas quando cheguei ao fundo da casa e vi as bicicletas jogadas perto da árvore, segui o som das crianças e vi a cena que sempre me fazia perder o folego. Eu e Lisa adorávamos dançar em meio às flores e consequentemente as crianças também gostavam. 

Ela rodopiava em meio ao jardim com Vince no colo, enquanto Rosalee e Thomás dançavam ao redor dos dois. Os três cachorros correndo e latindo. 

Lisa encontrou meu olhar e sorriu, apontando para mim e falando com as crianças.
Ela colocou o caçula do chão e os três vieram correndo até mim.
Thomas já estava com 10 anos, enquanto a Lisa e Vince tinham 6 e 4.

- Papai.- Thomás chegou primeira a mim e me abraçou. - Senti saudades.

- Também senti. - respondi antes de ser esmagado por mais duas crianças.

- Papai, o que acha de irmos tomar gelatto lá na praça ?-Rosie perguntou.

- Acho que você é muito espertinha, garota.-fiz cócegas nela que gargalhou. - Vim pegar vocês exatamente para isso.

- Oba !-Vince gritou batendo palmas.

Meu garotinho era a mistura entre mim e Lisa. Os imensos olhos azuis, contrastando com os cabelos pretos e a pele branca.
A mulher da minha vida caminhava até mim com seu vestido branco solto, parecendo um anjo.
A cada dia que se passava eu me apaixonava mais por Elisa.

- Sua esposa está com muita vontade de tomar gelatto de morango.- disse antes de me dar um beijo.

- Quero chocolate.-Vince gritou. - Chocolate !

- Vamos logo, papai.-Rosie puxou minha blusa.- Vai acabar.

- Não vai acabar.- Lisa falou sorrindo.- Vão lavar as mãos e pegar os calçados.

As crianças entraram correndo e fomos caminhando até o carro sendo seguidos pelos cachorros. Dois Golden Retrievers e um Labrador.
Ted subiu no carro assim que Lisa abriu a porta. Era sempre uma bagunça quando tínhamos que sair de casa, porque agora tínhamos três crianças e três cachorros.
Barney subiu, sendo seguido por Lola.

- Papai, me ajudar a arrumar o cadarço ?-Rosalee perguntou.

- Eu ajudo !-Thomas gritou agachando na frente da irmã.

- Eu quero ir no meio.-Vince disse levantando os braços para mim e o peguei no colo.- Vince no meio.

Quando todos se acomodaram em seus lugares no carro, dei partida seguindo até a praça.
A barraca de gelatto de Henri era parada obrigatória depois da escola e nos pesseios aos finais de semana.

- Quero um gelatto de chocolate.-o caçula pediu.

- Quero de melancia e hortelã.-Rosie falou.

- Quero de morango, igual a mamãe.

- Dois de morango, um de chocolate e outro de melancia e hortelã.-falei e a moça assentiu.

Minutos depois estavam todos sentados no banco entretidos em seus gelattos.
Sorri para Lisa que me jogou um beijinho.

- Amo você.- falei e ela sorriu.

- Também amo você, papai.-Vince disse fazendo todos rirem.

- Amo vocês.-beijei meus filhos.- Vince não dê sorvete aos cachorros.

- Mas papai...

- Vai começar tudo de novo.-Rosie disse revirando os olhos e logo a bagunça estava feita.

- Acha que vai ser sempre assim ?- perguntei a Lisa que assentiu sorrindo.

- Eles vão ficar adultos e ainda vão implicar por besteira.-falou olhando os filhos.- No fundo eles adoram.

- Não quero que eles cresçam.

- O tempo passa muito rápido.

- Mamãe, porque quando a gente tá com calor tomamos banho e comemos gelattos e quando os cachorros estão com calor eles não podem fazer nada ?-o caçula perguntou olhando confuso para Lisa que gargalhou e limpou o rosto do caçula.

Olhei para Thomas que sorriu e balançou a cabeça. Sempre contamos a ele sobre ter dois pais e sobre meu irmão, ele sabia da estrela e sabia também que eu o amava incondicionalmente, independente de ser pai biológico ou não. Ele sempre seria meu menininho, sempre teria um lugar meu colo e em meus braços. Tom foi meu primeiro amor, no nosso primeiro encontro quando ele comia cookies escondido da mãe. 

Todos os dias agradecia à Ben em minhas orações pela oportunidade de conviver coma família que era dele e pelo presente maravilhoso que havia me dado. As vezes precisamos deixar algumas coisas irem embora, para que outras cheguem. E por mais que seja difícil, depois da tempestade sempre vai haver um arco-íris.

- Amo quando você fica pensativo assim.- Lisa disse beijando minha bochecha e se aconchegando em mim.- Amo você por inteiro.

- Obrigada por tudo, Lisa.-sorri e beijei seus lábios.

- Papai, posso pegar mais um ? - Vicent perguntou seugrando minha mão entre as suas melecadas de chocolate e me olhando com aqueles enormes olhos azuis. 

- Pode.-sorri vendo ele correr até a barraca. 

- O executivo de sucesso derretido por um garotinho melado de sorvete, ja vi essa cena por aí.-Lisa sussurrou me fazendo gargalhar e beija-la novamente.

Amor - Série Sentimentos ( COMPLETO )Onde histórias criam vida. Descubra agora