Capitulo 7

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Max Bierens

Uma maldita bota de cor marfim. Foi o necessário para me fazer quase perder o juízo. Estava acostumado com as botas que Elisa usava para trabalhar, combinando com as calças jeans apertadas e as blusinhas finas, mas nada se comparou a ver as panturrilhas grossas sendo abraçadas pelo couro daquela bota. A pele cor de caramelo em contraste com o sol do fim de tarde e aquele vestido amarelo foi a combinação perfeita.
Sei que ela percebeu meu olhar desejoso em direção a ela e eu vi como ela retribuiu manjando minhas coxas e minha boca. Elisa não era tão imune a mim como imaginei. Mas havia um muro de varias e varias coisas entre nós dois e eu sei que se eu decidir simplesmente escaler e pulá-lo para ficar com ela teria que enfrentar varias coisas. Começando pela distância física que teríamos entre nós, as férias só durariam poucos meses, até eu contar toda a verdade sobre Thomás e Sven e então eu voltaria para Washington. Eu como tio de Thomás tinha em mente varias vindas para Boerne para vê-lo, além de me previnir para garantir um futuro seguro para ele.

O festival estava todo vapor. Eu distraia o garotinho enquanto a mãe trabalha e vendia inúmeras flores. Mia comandava as barracas de comida, o cheiro fez minha barriga ronca e fui com Tom comer para aplacar a fome, depois de já saciados deixei o garoto com a senhora Taylor e segui para a barraca das flores.

- Pode deixar que eu comando agora. - eu disse fazendo ela sorri. - Vá comer !

- Obrigada por isso, Max. - agradeceu caminhando até onde o filho estava. Vi de longe o garoto apontar na direção dele e levar a mãe até onde as comidas estavam.

Não foi nenhum sacrifício ficar no lugar de Elisa, já que logo logo todas as flores já haviam acabado, restando apenas um pequeno girassol que guardei dar a ela. Caminhei em direção às meninas que se encontravam sentadas, apreciando a banda local. Já estava tudo calmo, os conteúdos de todas as barracas já haviam acabado, restando apenas a dança de casais redor do palco.

- Elisa. - a chamei. - Aceita dançar comigo ? - vi que ela ficou receosa em aceitar, mas estendeu a mão para mim que a puxei junto ao meu corpo.

- Só espero que você não pise nas minhas botas de couro. - ela disse me fazendo gargalhar enquanto a levava para o meio da multidão.

Senti o corpo quente quando tudo se encaixou. As pernas grossas dela roçando a minha em meio a dança lenta, a respiração dela em meu pescoço e o cheiro de morango vindo dos longos cabelos pretos. As pequenas mãos dela apertando os meus braços, que por sua vez contornavam a cintura delgada e descansavam a mão acima do bumbum grande.

- Sei cheiro é delicioso.-sussurrei em seu ouvido e vi seus pelinhos arrepiarem.

- Obrigada. - agradeceu baixinho e me olhou com aqueles olhos cor de jambo. A quem eu estava querendo negar ? Eu me apaixonaria por aquela mulher, sabia que se ela me rejeitasse eu iria parar o fundo do poço e ao pensar nisso senti meu coração apertar.

Penso no quanto Sven ficaria chateado se soubesse do meu envolvimento com ela, mas se ele estivesse aqui nada disso teria acontecido. E foi então que tomei coragem para enfrentar de frente a avalanche de sentimentos que estava por me afogar.

- Você não tem noção, não é ? - perguntei e ela franziu o cenho. - Noção do quanto mexe comigo, do quanto eu sinto vontade de te agarrar em meio ao sol escaldante depois de ver você tratar com tanto carinho aquelas flores, como se elas fossem sua vida. Noção do quanto eu me segurei para não te beijar quando te vi calçando essa bota. Beijar desde sua panturrilha até a sua boca, devagarzinho.

- Max. - chamou meu nome tão baixo que se não tivesse tão atenta a tudo que ela fizesse, eu não escutaria. - Não faça isso.

- Não se preocupe, Lisa. Eu só faria o que você quiser. - sussurrei e plantei um beijo molhado em seu pescoço a fazendo apertar minha camisa. Arrochei o aperto em seu corpo fazendo ela ficar ainda mais colada à mim, sentindo cada milímetro do meu corpo.

Os acordes de To Build A Home de Cinematic Orchestra começou a soar nos altos falantes que distribuíam o som por toda a cidade e a ouvi ofegar.

- Essa é minha música preferida. - ela disse. -

There is a house built out of stone

Wooden floors, walls and window sills

Tables and chairs worn by all of the

This is a place where I don't feel alone

This is a place where I feel at home

A conduzir lentamente sentindo a leveza da música. Era óbvio que eu também conhecia a música e via Lisa cantarolar baixinho enquanto nossos corpos de moviam em sincronia com os acordes.

Cause, a built a home

For you

For me

Until it disappeared

From me

From you

Ela gargalhou alto quando a girei e depois a trouxe novamente para os meus braços.

And now, it's time to leave and turn to dust

Out in the garden where we planted the seeds

There is a tree as old as me

Branches were sewn by the color of green

Ground had arose and passed it's knees

By the cracks of the skin I climbed to the top

I climbed the tree to see the world

When the gusts came around to blow me down

I held on as tightly as you held onto me

I held on as tightly as you held onto me

Cause, I built a home. - cantei para ela que sorria para mim.- For you, For me.- sussurrei olhando em seus olhos.

Until it disappeared

From me

From you

Os últimos acordes embalaram os momentos seguintes. Elisa fechou os olhos quando aproximei meu rosto e vi ali sua permissão para avançar. Plantei lentamente um beijo casto em seu lábios e ela sorriu, contornei o lábio superior com minha língua e em seguida aprofundei o beijo, embebedando nos dois com desejo.

As pequenas mãos correram para meus braços seguindo até minha nuca e fazendo ali um carinho devagar. Uma de minhas mãos mergulhou no emaranhado de fios pretos a puxando firmemente para mim, enquanto minha outra mão apertava gentilmente sua cintura.

- Quis tanto fazer isso. - lhe confessei em meio ao beijo.

- Eu também. - disse me surpreendendo. Pensei que ela jamais fosse confessar algo assim. - Desde que te vi.

O beijo tomou um rumo diferente. Mais rápido e sedento, fazendo com que ela gemesse baixinho em meio à mordidas e línguas. Nos separamos procurando por fôlego e ela se afastou. Vi que procurou o filho com o olhar e suspirou quando o encontrou seguro perto dos conhecidos.

- Preciso ir, estou cansada e Thomás precisa dormir. - ela falou e assenti. - Obrigada por me ajudar, não sei o que seria de mim sem você.

- Imagina, faço com o maior prazer. - falei.

Ficamos os dois encarando um ao outro e não sei quem deu o primeiro passo, mas no segundo seguinte estávamos nos beijando novamente. Quando nos separamos ela sorriu e caminhou até onde todos estavam. Vi Thomás abraçar a mãe e segurar sua mão. Ela conversou um poucos com as garotas antes de partir para a caminhonete amarela e velha.
Lembrei do girassol, corri até a barraca e fui até ela que acomodava Tom na cadeirinha.

- Guardei para você. - estendi o pequeno girassol em sua direção. Ela me encarou antes de pega-lo e sorrir.

- Obrigada Max. - agradeceu entrando no carro. - Até amanhã.

- Até.

Amor - Série Sentimentos ( COMPLETO )Onde histórias criam vida. Descubra agora