Capitulo 5

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Max Bierens

- Veja bem, essas são as plantas de dias curtos. Ou seja, são adeptas à noite. - Elisa falou enquanto podava os crisântemos de cor lilás. - Precisamos deixá-las por mais tempo aqui dentro da estufa, devido à luz. Como elas florescem no inverno é necessário que aqui nessa parte da estufa a gente promova um clima parecido.

- Você não acha que essa estufa poderia ser maior ? - perguntei transferindo as flores de lugar.

- Acho, mas o problema é achar um distribuidor para trazer os materiais da estufa para cá.

- Podemos pesquisar algumas lojas, sem duvidas vai valer a pena.

- Obrigada por está me ajudando. - falou tirando as luvas. - Sei que o valor do salário é bem pouco, mas você não tem noção da ajuda que está me dando.

- Gosto de flores, mesmo que não saiba muito sobre elas. - falei e ela riu.

Elisa era muitíssimo bonita. Todos os dias ela usava aquelas calças jeans apertadíssimas, que destacavam ainda mais aquela potranca grande dela e as coxas carnudas. Sven que me perdoe, mas aquela mulher tirava meu sono. A mulher era menor que eu, mas arrebitava aquele nariz e dizia "Max, faça aquilo !" "Max, pegue aquilo !" e eu fazia tudo que ela queria. O salário que eu receberia a ajudando seria revertido para ajudar no campo.

Mamãe estava surtando. Enviei as fotos que tirei de Thomás para ela e ela me ameaçou querer vim até aqui e contar tudo logo. Mas a acalmei e disse que iria cuidar de tudo, com cuidado para não machucar ninguém. Temia que Elisa se recusasse a deixar que minha família se aproximasse do garoto e até me odiasse por ter mentido, sei que estou errado nesse quesito, mas não quero já chegar reivindicando o menino.
Papai estava nas nuvens, sempre disse que sentia saudade de quando Sven e eu éramos crianças e hoje tem um neto tão parecido com ele quando os filhos. Vovô, papai e o garoto eram ruivos de olhos azuis, eu e mamãe éramos loiros dos olhos tão azuis quanto o céu ensolarado e Sven era loiro dos olhos castanhos. Mas Thomás herdou coisas da mãe também, aqueles olhos arredondados, o narizinho arrebitado e a boca bem desenhada, parecia uma pintura.

- Próximo mês teremos o festival da cidade. - contou seguindo para o campo aberto. Ficava sem fôlego toda vez que olhava para ele. Não era tão grande quanto os campos de flores igual aos da Holanda, mas a quantidade de cores e o cheiro era maravilhoso.

- Mesmo ? É pra comemorar o que ?

- Nada, criamos o festival para incentivar o turismo da cidade. Muita comida, varias barracas e as flores.

- Festival das Flores. - falei e ela assentiu.

- Thomas e Barney adoram. - ela riu e eu sorri. Aqueles dois eram melhores amigos. - Você vai gostar.

- Tenho certeza disso.

[...]

- Tio Max, você acha mesmo que as pessoas viram estrelas quando morrem ?

- Acho sim, por quê ? - perguntei olhando curioso o garotinho ao meu lado. Estávamos do lado de fora da casa, deitados em meio ao jardim florido.

- Eu tive um papai.- ele contou.- Papai Sven, que eu nunca conheci.

- Você era pequenininho.

- Não sei como é o cheiro dele, se ele era alto assim como você.

- Tenho certeza que seu pai era alto como eu.- fiz cócegas na sua barriguinha. - Seu pai é uma estrela muito bonita, a maior de todas e sabe de uma coisa ?

- O que ? - perguntou curioso.

- Ele cuida de você de lá de cima. - cochichei e ela arregalou os olhos.

- Mesmo ?

- Ele é seu anjo da guarda.

- Queria abraçar ele um dia.

- Você pode me abraçar. - estiquei meus braços e o menino se jogou.

- Tio Max ?

- Sim ?

- Pode contar uma história para eu dormir ?

Amor - Série Sentimentos ( COMPLETO )Onde histórias criam vida. Descubra agora