Capitulo 15

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Elisa Heirra

Acordei com Barney subindo na cama. Era normal dele deitar com Tom, que dormia ao meu lado, sereno. O sol lá fora indicava que já era dia e que a tempestade havia passado. Boerne tinha dessas, temporal fora de época e que sempre bagunçavam minhas flores.
O celular tocou na cabeceira da cama e o nome de Max acendeu na tela.

- Bom dia, meu raio de sol.- ele disse assim que atendeu, me arrancando uma risada.

- Bom dia.- lhe desejei.

- Ainda está na cama ?

- Acabei de acordar. - falei levantando da cama e procurando minhas sandálias.

- Já estou a caminho de casa, chego já para te encontrar.- disse e meu coração acelerou.

- Não vejo a hora de te ver, senti sua falta nessa noite.- disse manhosa e ouvi sua risada.

- Me aguarde, Lisa. Quando eu chegar, você não vai ter direito de pedir para parar.

- Eu não pretendo pedir.- gargalhei alto. Uma noite fora e eu estava morrendo de saudade do cheiro, do abraço e dele todinho só para gente.

- Vou desligar para chegar mais rápido, tenho certeza que até o Barney tá com saudade de mim.

- Acho que quem tá com saudade dele é você.- ele gargalhou, me fazendo rir junto.

- Vou desligar, até jaja !

Desliguei e desci as escadas. O sol lá fora não dava indícios de que havia tido uma chuva terrível na noite anterior e eu esperava que fosse a última do ano.
Caminhei apressada até o campo, de longe eu já conseguia ver o estrago. A terra estava lamacenta e encharcada, as flores mais pequenas e delicadas haviam sido perdidas, os retos dos danos eram reparáveis e poderíamos recuperar. A estufa graças a Deus estava intacta, Max estava certa quando disse que aquele material era resistente.
Voltei até a casa e comecei a fazer o café da manhã. Fiz as panquecas com chocolate que Tom tanto gostava e o café forte de Max. Ouvi o barulho dos frios lá fora e em seguida a porta da frente aberta, deixei as panelas no fogão e corri até Max que abraçou apertado.

- Não quero ficar longe de você.- falei ainda o abraçando.

- Nunca mais.- me beijou com paixão. Eu havia me apaixonado por Max e não estava preocupada em esconder isso, ele sabia e sentia o mesmo.

Ficamos abraçados por um longo tempo, até ouvir um barulho na escada. Thomás as descia devagar, acompanhado de Barney que descia ao seu lado. Ao chegar no final da escadas os dois correram até Max que agachou para receber a avalanche de abraços e lambidas.

- Fiquei com saudade.- meu filho disse segurando o rosto de Max que sorria.- Será que as flores estão cheirosas ? Porque o banho foi demais.

- Vamos vê-las mais tarde. Agora vamos comer.- ele disse colocando Tom na cadeira e agachando novamente para dar atenção a Barney que pulava e latia. Havíamos nos tornado a família que eu sempre sonhei.

Comemos enquanto Max contava sobre sua aventura durante a tempestade. Logo subimos para tomar banho e finalmente ver como o campo estava. Eu confesso que estava adiando. Na última vez eram menos flores e a chuva foi mais fraca.
O resto da manhã foi resumida em arrumar a casa, fazer o almoço e matar a saudade de uma noite fora.

- Vamos ver o jardim.- chamei Max que estava deitado no tapete da sala com Thomás. Os dois levantaram depressa e vieram até a entrada da casa.

Barney corria na frente, enquanto andávamos de mãos dadas. De longe, eu conseguia ver que havia estrago e ao chegar perto isso se confirmou quando vi a parte das flores mais frágeis destruídas no chão.
Dias de trabalho e semanas de esperar para tudo se destruir em uma noite.

- Vamos reconstruir tudo novamente. Preparar a terra, plantar sementes, cuidar com amor e teremos novamente as nossas flores. - Max me abraçou e beijou minha cabeça.- Temos muita trabalho pela frente, mas em recompensa teremos o campo florido na primavera.

- Obrigada por tudo que está fazendo, Max. - beijei seu pescoço e deitei a cabeça em seu ombro largo, aspirando o cheiro amadeirado. - Obrigada por me levantar quando necessário, por sempre me dar forças e por cuidar de todos nós tão bem.

- Você trouxe luz para minha vida Lisa, com um filho e um cachorro a tira colo. Foi a minha melhor escolha. - os olhos azuis como o céu presos em mim. Os braços fortes me esquentando.

Tom veio correndo até nos. Barney cheirava as flores e passeava pelo campo. Aquela era a minha família e eu rezava para que nada mudasse, que toda essa névoa de amor e paz continuasse nos rondando.

- Eu te amo.- ele disse segurando meu rosto entre as mãos grandes.- Eu te amo, Elisa.

Amor - Série Sentimentos ( COMPLETO )Onde histórias criam vida. Descubra agora