Capitulo 10

889 67 4
                                    

Elisa Hierra

Eu estava confusa. Nunca me envolvi com ninguém antes de Thomás nascer e prezo pela segurança emocional do meu filho. Não estou certa de que me envolver com com Max será bom para Tom, tendo em vista que ele pode ir embora e no nível de apego que eu filho está, ele ficará devastado.
Fala dele durante todo o dia, ansioso para encontrar com ele, brincar e conversar. E confesso, eu também.
Apesar dessa total insegurança eu anseio pelos seus beijos, seus abraços e apertos. Max me faz sentir desejada não somente pelo corpo, mas sim por quem eu sou.
Ele me ajuda com as flores, dança comigo em meio ao campo florido, brinca com meu filho e Barney e ensina inúmeras coisas para ele.
Conversei com Mia inúmeras vezes durante essa semana, mas mantive Max relativamente afastado até decidir o que eu queria.
Eu não sabia nada sobre ele, além de que ele tinha vindo até a cidade para recomeçar a vida.

- Mamãe ! - Tom gritou chamando minha atenção. Ele descia da caminhonete preta de Max e Barney vinha logo atrás dele.

Os três tiveram um dia de garotos. Max os pegou de manhã cedo, almoçaram no Boo e chegaram agora no fim da tarde. No início fiquei relutante para deixar, mas estaria piorando a situação afastando os dois.

- Sentiu saudades ? - perguntei enquanto o abraçava.

- Só um pouquinho. - disse e gargalhei.

- Mentirozinho. - fiz cócegas.

- Elisa. - Max me cumprimentou. - Você está bem ?

- Sim e você ?

- Estou ótimo. Como foi passar o dia sozinha ?

- Estranho. - confessei. - Mas aproveitei para relaxar e cozinhar.

- Que bom, então. - disse afagando os pelos de Barney. - Estou indo. Tchau Tom !

- Tchau, Tio Max. - o abraçou. - Obrigado.

- Por nada, pequeno. Tchau Elisa. - acenou caminhando até o carro.

- Max. - o chamei. - O que acha de jantar conosco ?

- Mesmo ?- perguntou receoso. Ele obviamente havia notado que minha mudança em relação a nós dois.

- Claro !

- Ótimo. - confirmou. - Volto em 1 hora, acha que está bom ?

- Está sim. É o tempo de preparar tudo.

- Vejo vocês mais tarde. - andou novamente para o carro.

Já dentro de casa Tom contava animado sobre seu dia com seus melhores amigos, Max e Barney. Me sentia culpada por pensar em tirar isso dele, nos afastando do homem maravilhoso que rondava nossas vidas.
Foi tudo muito rápido, nunca pensei que meu filho iria se apegar e muito menos que meu coração fosse saltar cada vez que eu o visse.
Talvez eu estivesse sendo dramática demais, talvez devesse aproveitar o momento e deixar o tempo resolver tudo. Já me aventurei uma vez dormindo com o pai de Thomás, mas eu não tinha alguém que dependesse de mim antes.

- Mamãe, posso te perguntar uma coisa ?

- Claro que sim.

- Eu sei que o meu papai está com Deus do céu, mas será que eu poderia ter outro pai ?

- Por que ?

- Porque eu sinto meu coração feliz quando o tio Max brinca comigo, quando me conta histórias, quando me abraça e me colocar para dormir.

- Ah querido ! - o abracei. Nunca pensei que Tom sentisse falta de um pai. Eu tentava suprir toda as faltas para ele.

- Queria que ele fosse o meu pai. - confessou. - Mas se ele puder, ele pode ser só o tio Max.

- Veja bem, as coisas entre os adultos são bem complicadas entende ? Por enquanto vamos ficar só em tio Max, depois quem sabe conversamos com ele.

- "Tá" bom.- assentiu me abraçando. - Eu te amo, mamãe.

- Eu te amo, meu pequeno. - baguncei seu cabelo e ele gargalhou.

[...]

Estávamos arrumados esperando Max. Thomas assistia um desenho na sala, ao lado de Barney que cochilava no chão. Eu estava terminando de arrumar a mesa quando a campainha foi tocada. Alisei o casaquinho que eu usava e segui em direção à porta. Eu estava nervosa por ficar perto dele novamente e todo esse clima chato entre nós deixávamos as coisas muito tensas.
Quando abri a porta fui nocauteado pelo cheiro amadeirado vindo dele. Eu adorava o perfume de Max, era bem viciante e eu sentia vontade de beijar seu pescoço inúmeras vezes.
Ele vestia uma calça jeans escura, com uma camisa vermelha e sapatos preto. O cabelos bem penteadas e a barba aparada. Em seus mãos carregava um vinho e um buquê de flores.

- Boa noite. - ele disse sorrindo para mim.

- Boa noite, Max. - dei espaço pra que ele entrasse e fechei a porta.

- Trouxe vinho e flores. - me entregou às flores e o vinho.

- Obrigada, são lindas. - cherei as flores enquanto caminhava até a cozinha. Coloquei as flores em um vaso com água.

- Oi, tio Max. - Tom apareceu na cozinha. - Trouxe flores para a mamãe ?

- Trouxe sim, são bonitas ?

- São lindas !

- Vamos jantar garotos, já pra a mesa ! - mandei e eles foram rindo. Barney deitou embaixo da mesa, onde sempre ficava quando estava nela.

Montei o prato do meu filho e em seguida o de Max. Durante o jantar conversamos sobre varias coisas, Thomás estava cansado e acabou dormindo ainda na mesa. O vinho era delicioso e combinou bem com o jantar.

- Vou colocar Tom na cama. - ele avisou e assenti retirando tudo da mesa.

Ao voltar, o convidei para ficarmos na varanda. Peguei o restante do vinho, com alguns nachos e recheio. Sentamos em duas cadeiras, lado a lado e eu senti que precisamos realmente conversar sobre o que estava acontecendo.

- Quer começar a falar ? - ele perguntou.

Amor - Série Sentimentos ( COMPLETO )Onde histórias criam vida. Descubra agora