A Marca de Castiel (Destiel)

CAPÍTULO 6 - Lindos Olhos Verdes

CAPÍTULO 6

Passar uns dias com Bobby foi revigorante, conversamos, bebemos, caçamos algumas coisas nas cidades vizinhas, o de sempre. Mas eu tinha que encontrar Sam, conversar com ele sobre o que eu estava passando; e eu não tinha pressa para contar esta pequena novidade, porém minha cabeça ainda estava rodando, muita coisa havia acontecido em tão pouco tempo, e eu não conseguia assimilar as coisas direito. Mas eu estava mais preocupado por outras razões, agora o que estava me perturbando não era Cas, não era confissões ou sentimentos aflorados, era simplesmente Sammy, ele não havia feito nenhuma ligação em dias. Resolvi telefonar e ver se tudo estava em ordem, estacionei o carro na saída da cidade e peguei o telefone, que eu havia jogado no banco do passageiro, disquei o número, mas antes de colocar para chamar senti um frio repentino tomar meu corpo, como um sexto sentido me dizendo que alguma coisa não estava certa. Pus o telefone pra chamar, esperei ele atender, e nada, chamou até cair na caixa de mensagem, então liguei para os pais de Jéssica, mas isso também foi inútil pois ninguém atendeu, resolvi colocar a mochila nas costas e ir para Atlantic City, eu iria de porta em porta se necessário. O desespero veio até mim, o que eu faria? Meu irmão não atendia o telefone, podia estar em algum problema, e eu estava nervoso de mais para dirigir por nove horas, eu precisava de ajuda, e avião não era uma opção.

            - CAS!! – Falei arfando.

Sai do carro, dei uma olhada em volta para ver se não tinha ninguém, e não havia, estava tudo vazio, a saída da cidade era "povoada" por poucas casas, de aparência rústica, o chão era barrento, tudo era cercado por grama alta, que exalava um cheiro forte, pois estava molhada pelos dias chuvosos que a cidade enfrentara. Caminhei em passos largos até o centro da rua onde o chão não estava tão molhado, olhei para o céu que era de um cinza denso, cruzei minhas mãos tremulas, e em ato de desespero clamei.

            - Castiel, eu estou rezando está bem?!? Eu sei que você deve estar ocupado com essa guerra mas preciso da sua ajuda, apareça... É o Sammy, acho que ele pode estar precisando de ajuda. – Dei uma pausa para respirar e fechando os olhos, abaixei a cabeça, o mundo estava girando e eu estava começando a ficar enjoado. – Me ajude a encontra-lo, ele precisa de mim... E.. e eu preciso de você! – Falei fraquejando - Preciso da sua ajuda – Disse caindo de joelhos. – Por favor – tentei novamente.

Então abri os olhos, e olhei ao meu redor, eu estava sozinho, nada havia mudado. Me levantei, e voltei para o carro depressa. Antes de fechar a porta, olhei novamente para o céu.

            - Achei que você era meu protetor, achei que... – Bufei com ódio – Inútil, rezar é inútil, nunca funcionou antes, não vai ser agora que vai funcionar. – Bati a porta do carro com força, sem pensar que eu podia machucar meu bebê. Bati com as mãos no volante e urrei de raiva – Patético Dean! Isso foi patético, o anjinho tem mais coisa pra se preocupar do que com o humano babaca aqui! – Encostei a testa no volante e respirei fundo algumas vezes. Então senti o carro ficar mais pesado.

            - Rezar funciona sim Dean, e você rezou, rezou por mim. – Houve uma pausa – Eu sempre estarei te ouvindo, não importa o quão babaca seja meu único protegido.

Endireitei-me no banco do carro o mais rápido que pude, olhei para o do passageiro e lá estava ele.

            - Cas... Você. Veio. Mesmo. – Eu disse pausadamente.

Ele estava me olhando com ternura, e isso me tirou de minha consciência por alguns segundos, era estranho tê-lo por perto, ainda mais depois daquela conversa tensa que tive com Bobby e...

            - U-hum! – Cas pigarreou me arrancando de meus pensamentos perdidos. – É, eu vim. Você parecia ter urgência – Disse ele sorrindo como se não tivesse problemas, era lindo... Sorri também em resposta, como um idiota. Ele suspirou, olhou pela janela e logo depois se voltou para mim.