CAPÍTULO 8 - AC/DC Rules!

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CAPÍTULO 8

 Chegamos no motel, Bobby e Sammy ficaram com as camas e eu, é claro, com o sofá solado e fedorento.

Não consegui dormir a noite inteira, fiquei remoendo o que Sam havia falado naquele dia. Será que deveríamos ter essa vida? Será que fazia sentido continuar? Sentido em... não sei, caçar essas coisas, eu não sei se é isso que eu quero para o resto da minha vida, era ótimo salvar pessoas, matar algumas coisas, mas eu jamais me apaixonei, jamais tive uma vida normal, e o estranho é que só agora essas coisas me preocupavam, me incomodavam de verdade. A ponto de me tirarem o sono. Já estava amanhecendo e eu tentei liberar minha mente, até rezei para isso, e acho que alguém lá em cima me deu uma forcinha, eu caí no sono e acordei algumas horas depois com Sam e Bobby conversando alto. Abri os olhos e as cortinas estavam abertas, na pequena mesinha que estava no canto do quarto habitava um sanduiche à minha espera, me levantei e fui cambaleando para o banheiro, lavei o rosto, lavei a boca, e voltei para a sala, o assunto de Bobby e Sam ainda estava rolando, nem parecia que eu estava no mesmo cômodo, comi meu sanduíche o mais rápido que consegui, e comecei a prestar atenção no que os dois marmanjos estavam conversando, era algo sobre um caso por perto, provavelmente um caso, algumas mulheres desaparecidas, todas da mesma idade, altura, cor de cabelo, típico de casinho de fantasmas.

            - Vou tirar o dia hoje, fiquei pensando em sair com Lisa, tudo bem? Vocês conseguem resolver esse sem a companhia do mestre aqui? – Ironizei.

            - Sem problemas, mas vê se não se apega muito porque esse parece ser dos rápidos e quero ir embora logo, tenho uma vida sem vocês sabia? – Indagou Bobby.

Eu e Sammy nos entreolhamos e concordamos com um pequeno sorriso.

Fui para minha mochila caçar meu celular e ligar para Lisa, já eram duas horas da tarde, ela deveria estar acordada.

Disquei o número e esperei chamar.

            - Alô – A voz de uma criança atendeu o telefone.

            - É, Lisa? – Perguntei.

         - A sim, só um minutinho ae. – Houve uma breve pausa e então ouvi um grito ao fundo – Manhêeeee, telefone!

Mãe? Mas o que...?

            - Obrigada filho, Alô? – Agora era Lisa.

            - Oi, nossa você tem um filho, quantos anos? – Forcei uma risada.

            - Desculpa, quem fala?

            - Ah, foi mal, é o Dean, lembra?

            - A sim, oi Dean, é eu tenho um filho  - Ela deu uma risadinha – Ben tem dez anos, é um ótimo garoto.

Fiz um pequeno cálculo mental e pude sentir meu coração parar.

           - Dez anos, que... que bom, é uma idade muito... é. Wow! Tudo bem, eu liguei para perguntar se você gostaria de fazer algo essa noite mas parece que tem que cuidar do filhão né, sem problemas... – Ela parou meu raciocínio distorcido.

      - Dean, você é morcego por acaso? Venha aqui em casa, eu preparo um café, a gente conversa e você pode conhecer o Ben.

            - Porque eu deveria conhecê-lo? – Perguntei audivelmente nervoso.

           - Calma, venha, a gente conversa, e pode acreditar, eu sei o que você está pensando porque pensei a mesma coisa, mas não é. Não se preocupe. Pode vir, e você terá uma surpresa até meio engraçada – Ela riu, completamente relaxada.

A Marca de Castiel (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora