A Marca de Castiel (Destiel)

CAPÍTULO 11 - Cas? Você está aí?

CAPÍTULO 11

 Ouvi a voz de Dean clamando por mim, abri minha mente e segui seu chamado, fiquei presente somente em espirito.

Ele estava trancado em um banheiro, eu não compreendi o motivo, mas isso era irrelevante, meu Dean estava clamando por mim e estava o fazendo com os olhos fechados.

            - Você está orando. – Falei admirado em voz alta como se um pensamento escapasse pela minha boca. – E está orando por mim. – Me aproximei mais um pouco, quase esquecendo que somente eu podia vê-lo.

            - Você está ouvindo? porque isso parece meio idiota, mas é realmente importante, me escute. – Ele falou ainda com os olhos fechados. – Espero que isso funcione – Ele respirou fundo e abriu os seus belos olhos verdes que tanto me chamavam atenção.

            - Cas, eu estou entrando em férias, estou me afastando de Sam... mas não é para sempre, encontrei uma pessoa...

            - Uma pessoa? – Um suspiro involuntário se formou em meus pulmões.

            - Essa pessoa já foi muito importante para mim, e espero que ainda seja. – Ele parecia estar tão confuso quanto eu. – Eu vou me afastar, e essa pessoa vai me ajudar a lidar com uns problemas, vou descansar um pouco, desculpe amigão. – Ele franzia o cenho, transformando seu rosto angelical em um poço de angústia. – Por favor, tenho algo a te pedir...

            - O que quiser Dean. – Respondi, novamente esquecendo que somente eu podia vê-lo e escuta-lo.

            - Isso é tão difícil pra mim, espero que você entenda. – Ele sorriu sarcasticamente – Eu não queria ter que pedir por isso, mas vamos lá. – Ele tomou fôlego – Eu consigo senti-lo me vigiando, como estou sentindo agora, e isso pode me atrapalhar, preciso que você não cuide mais de mim... – Meu peito se encheu de uma sensação esquisita, não consigo explicar o que era, mas não era prazerosa. - Não me entenda mal Cas, não estou sendo mal agradecido. – Ele fechou novamente os olhos e voltou a cabeça para o forro. – Caralho! Isso é difícil! – Dean tomou fôlego mais uma vez, e expirou lentamente - Cas, não cuide mais de mim, preciso de tempo, espaço, distância de você. Desculpe. – Quando Dean abriu os olhos eles estavam vermelhos e mareados, lagrimas se formaram e transbordaram por seu rosto, como se apostassem corrida ao rolar por sua pele, ele automaticamente pôs as palmas das mãos nos olhos e se virou para a pia, deixou a água correr e lavou o rosto.

            - Não posso fazer isso Dean... Não agora! Você é meu protegido, sempre foi, eu... eu preciso de você... – Meus braços ficaram pesados, meu peito se apertou, a dor emanava por todo o meu sistema, me senti quase... quase humano. – Não chore Dean. – Me aproximei mais e pus a mão em seu ombro, ele deve ter sentido isso pois virou o rosto em direção ao local que eu havia tocado. Ele colocou a mão no mesmo ponto que eu.

E isso me surpreendeu, não é normal um humano sentir a presença de um anjo, não do jeito que ele estava sentindo a minha, algo estava errado, coisas faltavam e Dean as escondia de mim. Infelizmente de alguns anos para cá eu não ousara a ler os pensamentos dele, achava invasivo e incorreto fazer isso com Dean. Então eu acabei perdendo a habilidade de lê-los.

Fiquei ao seu lado por longos minutos, ainda com a mão em seu ombro, tentando entender o motivo dele estar chorando tanto, tentando entender também o motivo de eu parecer exausto, doente.

            - Cas – Dean falou com a voz entrecortada – Eu... eu vou sentir sua falta.

            - Eu não vou atender seu pedido, vou ser mais cuidadoso, mas... EU NÃO CONSIGO TE DEIXAR! - Falei alto - Sinto muito.

            - Vá embora... – Ele não pareceu certo de que era isso que ele queria.

Baixei a cabeça e saí daquele lugar procurando alento.

 Quando voltei a forma humana de meu vassalo, notei minhas mãos sangrando, então percebi que não era minhas mãos, pois o sangue pingava de minha face, soluços entrecortados tomaram conta de meu ser, e me levaram para uma zona escura que havia em meu interior, lágrimas de sangue continuavam a pingar em minhas mãos. Eu me sentia desolado, perdido... abandonado.