CAPÍTULO 15 - Happy Angel

5.1K 410 448
                                    

CAPÍTULO 15

Encontrava-me em um pequeno quarto escuro, o cheiro forte da umidade enchia o cômodo, um lustre antigo de metal enferrujado pendia no centro do forro sujo.

Uma luz amarelada emanava daquele objeto velho e de má aparência, porém a luz me fazia conseguir enxergar um pouco, apenas alguns palmos a frente de meus olhos. Caminhei por todo o perímetro em busca de uma maçaneta, uma janela, algo para que eu pudesse sair, estava confuso, sozinho e até mesmo com um pouco de medo. Tateei algumas mobílias empoeiradas, tropecei em um tapete embolado no chão, mas nada me impedia de querer sair daquele lugar, minha jornada pela fuga continuava, até que então vi um movimento de relance em uma das paredes, havia alguém ali comigo.

            - Olá? – Murmurei para a silhueta que ficava de costas para mim.

Ou vi uma risada baixa então o quarto piscou e ficou claro, a luz repentina fez meus olhos arderem, mas eu conseguia suportar a dor que diminuía gradativamente, olhei em volta com os olhos semicerrados, o quarto inteiro era feito de madeira velha e já comida por cupins, os moveis mal colocados e amontoados perto do corpo que pairava de pé em minha frente. O vi novamente se mover, e eu o conhecia, conhecia os ombros largos que nunca relaxavam, conhecia aquela jaqueta, aquele cheiro, era Dean!

            - D-Dean?! – Perguntei alarmado, já dando longos passos em sua direção.

As risadas arfadas continuavam, caminhei novamente para mais perto dele, o suficiente para conseguir toca-lo.

            - O que está acontecendo Dean, onde estou? – Falei colocando a mão em seu ombro.

E em um movimento brusco Dean bateu com as costas da mão no abajur que ficava em cima de uma penteadeira produzindo um estalo alto e isso me assustou, eu dei um passo para trás, as luzes piscaram novamente e eu nem vi de onde veio, mas fez-se uma pressão em minha cintura me levantando para que eu pudesse ser colocado em cima do móvel, minhas costas bateram com força contra a parede e quando as luzes voltaram Dean estava bem em minha frente com o rosto quase colado no meu, os seus dois braços pairavam ao lado de minha cabeça, as mão repousadas sobre a parede. Minha respiração trancou e o meu corpo perdeu o controle, o tremor chegou a minhas pernas e um formigamento fez cócegas em minha cabeça. O que ele estava fazendo?

            - Dea.. – Ele me interrompeu pondo um dedo em meus lábios.

            - Shh. – Ele colocou um de seus dedos sobre os meus lábios e vi um sorriso esboçar em seu rosto, algo estava errado. Dean aproximou mais seu rosto do meu, abriu os olhos verde esmeralda e me fitou com fervor, então um sorriso maior e mais ameaçador tomou seu rosto, ele tirou o dedo de meus lábios e apoiou uma das mãos em minha coxa.

            - Me fale o que está acontecendo, onde estamos? Estou com medo Dean.

Ele deu uma risada arfada e fechou os olhos e abaixou a cabeça.

            - O que foi Anjinho? – Ele deu uma pausa e um frio percorreu minha espinha – Tem medo do escuro? – Então Dean voltou-se para mim e abriu os olhos que foram tomados pela escuridão. Aquele não era Dean!

Sofri um blackout e fui transportado para o quarto do hotel que eu estava hospedado. Ainda estava escuro meu corpo estava tomado por suor, e minha respiração estava ofegante, onde estava Dean? Porque ele era um demônio? O que acontecera enquanto eu estava afastado? E era tudo minha culpa. Então lembrei-me do que Gabriel dissera:

"você pode levar uma pena, ou seja, pode levar parte da sua graça, mas ela não é eterna, você poderá usa-la apenas para coisas simples, como se localizar..." Será que eu poderia localizar Dean? Ao menos ver como ele estava, se tudo aquilo não foi apenas uma alucinação.

A Marca de Castiel (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora