CAPÍTULO 4 - Hey Bobby, precisamos conversar!

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CAPÍTULO 4

Eu não estava aguentando mais. Precisava conversar com alguém sobre o que estava acontecendo comigo, mas o problema era: O que estava acontecendo?

Meu pai nunca havia me ensinado a lidar com esse tipo de situação, pode me entregar qualquer criatura, de humano a demônio, e eu vou saber como liquidar, saberei como extermina-la sem muita cerimônia. Mas o meu problema no momento, não era demônios, não era humanos ou qualquer outra criatura que eu já tivera de lutar, o meu problema no momento era com essa espécie especifica, na qual eu nunca havia aprendido nada, nem mesmo sabia que podia existir, os anjos. Tudo bem que meu problema não era com toda a raça, meu problema era com esse único ANJO específico, Castiel; ele deveria ser meu protetor, mas já estava se tornando algo a mais, o que tem relação com mais uma coisa que também não sei lidar; coração.

Me levantei da cama decidido em ir conversar com Bobby, e como eu estava a um pouco mais de duas horas de Lexignton, resolvi ir para a cidade comer algo e depois partir em mais uma longa viagem de carro para Sioux Falls, encontrar Bobby. Fui para o banheiro do quarto, liguei a torneira, coloquei as mãos em baixo da água gelada, lavei o rosto e me olhei no espelho, eu usava uma regata branca fina e surrada pelo passar dos anos, vaguei com os olhos por meus braços e lá estava ela, a marca que Castiel deixara quando me tirou do inferno, a toquei e mapeei cada centímetro dela, o toque me fez mergulhar em meu subconsciente e algumas lembranças vieram à tona, umas boas outras nem tanto, a dor e o desespero que senti durante as minhas férias no inferno foram relembradas, então, eu voltei a consciência como se eu caísse de um precipício, com um forte baque psicológico.

Me apressei com o restante, troquei de roupa, paguei a noite mal dormida, e fui para o Impala. Fiquei a viajem toda procurando silêncio, adormecendo em meus pensamentos, analisei cada informação que eu lembrava de meu sonho com Castiel, aquilo me parecia tão real, e eu queria que fosse. Tudo isso estava me enlouquecendo, eu precisava saber se tudo foi um sonho mesmo, ou quem sabe... quem sabe o sonho realmente aconteceu. Esse pensamento fez minhas mãos segurarem o volante com força, tanta força que os nós de meus dedos ficaram vermelhos, a eletricidade que emanava de meu corpo só de pensar no nome dele, era incomum. Eu nunca senti nada igual, nem se quer sabia que isso podia acontecer. Parei cada segundo do sonho em minha mente e relembrei lentamente do final, os lábios dele tocando levemente os meus, os olhos azuis me paralisando e me levando para outra dimensão, o toque de sua mão áspera em contato com minha pele; tudo fazia meu coração acelerar cada vez mais. Eu precisava falar com Bobby, ele poderia me ajudar, ele sabia de coisas e teria as respostas.

Cheguei em Lexignton; mal entrei na cidade e já havia muitas, MUITAS lojas, cafeterias, muitos prédios altos, outros nem tanto, a cidade era bem limpa, e havia poucas pessoas perambulando pelas ruas, porém, muitos carros, alguns circulando e outros estacionados. Desacelerei um pouco, o carro agora andava lentamente, tentei visualizar alguma vaga, e depois de alguns minutos procurando finalmente a encontrei, estacionei em uma vaga pequena de mais pra o Impala; atravessei a rua e entrei na cafeteria mais próxima, era bem espaçosa, e limpa, diferente dos últimos lugares que havia feito comido. Essa é a diferença de cidades grandes e pequenas, nas cidades grandes os locais eram mais limpos e visualmente agradáveis, porém em cidades pequenas a comida era melhor preparada e os pratos vinham cheios, mas tudo tem seus prós e contras não é mesmo? Fui até o balcão e um senhor de uns 70 anos me atendeu mal e porcamente.

            - O que você quer? – Perguntou o velho com um sorriso ridiculamente forçado na cara.

Olhei o menu rapidamente e ainda com o olhar fixo no cardápio, pedi o que meus olhos conseguiram alcançar.

            - Vou querer esse misto quente com duplo recheio, e café, o mais forte que tiver. - Levantei a cabeça e olhei para ele forçando um sorriso amarelo.

A Marca de Castiel (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora