Cinco meses após o nascimento - Onze meses de viagem
42 Moris Ave, Morristown, Nova Jersey, Estados Unidos - 14:11 PM- Eu não acredito que você ainda não pediu o telefone do médico do Dylan. - Lilly falou, como se fosse a coisa mais absurda que ela ouviu nos últimos tempos. - E eu tô falando do telefone pessoal, não o do consultório. - Ella rolou os olhos, voltando a dobrar as roupas que tinha tirado da secadora.
- Ele é médico do meu filho, não inventa. - a menina pediu, pegando as peças e colocando dentro das gavetas corretas.
- Por isso mesmo, além de lindo, ainda seria assistência médica gratuita! - a amiga exclamou, fazendo Ella jogar a cabeça para trás, rindo alto. - Sério, Ely, você precisa começar a pensar mais em você mesma, não pode ficar vivendo em função do Dylan para sempre. Há quanto tempo você não tem um encontro? Há quanto tempo você não dá um beijo? Há quanto tempo você não tran...
- Eu já entendi, ok? Não precisa ficar me lembrando. Só que eu tenho muitas coisas na minha vida agora. Tenho uma casa enorme cuidar, tenho um filho, a trabalho que vai retornar em breve. Não posso e tenho de onde tirar tempo para lidar com um namorado. - Ella falava, enquanto saia do quarto e descia as escadas, com Lilly logo atrás. Era sábado e ela tinha decidido tirar o dia para ficar com a amiga e o sobrinho postiço. Dylan estava crescendo rápido e era como se ele aprendesse algo novo todos os dias e ela adorava estar sempre por perto para acompanhar.
- Então, se você namorasse o Benjamin... - Lilly disse o nome do rapaz com uma entonação diferente, vendo a amiga balançar a cabeça, como se não acreditasse no que estava ouvindo. - Parte dos seus problemas seria resolvido, porque ele já conhece o Dylan, eles se dão bem e não terá todo aquele clima estranho de contar ao cara que você tem um bebê de quatro meses. Fora que ele é lindo. - a menina intensificou o elogio, fazendo Ella parar e virar o corpo em sua direção, olhando diretamente para ela.
- O Scott sabe disso? - perguntou, arqueando as sobrancelhas, com a expressão curiosa.
- Meu namorado sabe que eu o amo, mas também sabe que eu não sou cega. - ela pegou o celular, mexeu por alguns segundos e depois estendeu o mesmo na frente do rosto da amiga. - Como você pode dispensar isso? - Lilly falou, mostrando a última foto que Benjamin tinha postado em sua rede social, como se não aceitasse a recusa da amiga em tomar qualquer atitude.
- Você segue ele no Instagram? - Ella perguntou, pegando o celular da mão dela e olhando mais de perto. - Nem eu tive essa coragem.
- Claro que não, apenas sei o user e me mantenho informada. - deu de ombros, como se não fosse nada de muito relevante. - Médico, bonito e bom com crianças. Ele é o pacote completo, Ely! Melhor que ele, só o Anthony ou o Noah, mas eles não contam, porque são almas gêmeas. - Lilly sorriu de lado. - Ou o Danny...
- O que tem o Danny? - perguntou, ignorando as roupas que estava colocando na máquina de lavar, como se não tivesse prestado atenção em tudo o que a amiga disse, apenas focado no nome do rapaz.
- Nada, só disse que melhor que o Benjamin, só o Noah, o Anthony e o Danny. - Lilly sorriu, esperando que Ella entrasse na brincadeira com ela, mas ela não estava mais no mesmo clima.
- Se Noah não tivesse o Anthony e o Anthony não tivesse o Noah, se o Danny não tivesse a Elen... - a menina deixou a frase morreu, com a voz estranha.
- O nome dela não é Eileen? - a amiga perguntou, vendo Ella dar de ombros, como se não se importasse.
- Não sei, deve ser. - falou, querendo encerrar o assunto. Fechou a máquina de lavar e colocou para funcionar. - Estávamos falando do Benjamin, como o assunto foi parar no Danny e na namorada dele? - indagou, virando na direção de Lilly, cruzando os braços na altura do peito.
- Não sei bem, mas serviu para ilustrar que todos do grupinho estão namorando, menos você. Logo, mais um motivo para pedir logo o telefone do médico gato. - Lilly forçou um sorriso, vendo que Ella não tinha aceitado muito o seu argumento.
- Bem, eu não queria dizer isso, mas eu já tenho o telefone dele. - respondeu, caminhando para fora da área de serviço antes que a amiga pudesse reagir àquela informação. Lilly arregalou os olhos e correu atrás de Ella, como se fosse uma adolescente, dando gritinhos e pulando de forma quase vergonhosa.
- Liga pra ele! Liga pra ele!
- Claro que não, é para emergências. - falou, tentando colocar um pouco de juízo na cabeça de Lilly.
- Mais emergência que a sua necessidade de contato físico com o sexo oposto?
- Lilly, pelo amor de Deus, para com isso. O Benjamin é médico do meu filho, por isso que ele me deu o telefone dele, para emergências. - falou, enquanto entrava em seu quarto. Lilly, não satisfeita, pegou o celular da amiga olhando se ela tinha trocado alguma mensagem com ele e vendo que estava certa.
- Se é apenas para emergências, você tem tido muitas, não é mesmo? - comentou, enquanto subia as mensagens de forma aleatória, sem ler realmente alguma, só vendo se tinham muitas. - Porque, pelo tamanho dessa conversa, devem ser cerca de dez emergências por noite.
- Lilly, você é inacreditável. - Ella falou, correndo para tirar o celular da mão da amiga, que ria mais do que devia.
- Calma, eu não li nada. - levantou os braços, como se pedisse desculpas. Sentiu o celular ser tirado de sua mão num movimento rápido. - Só não entendo sua necessidade de negar algo que está, evidentemente, rolando. Se não houvesse interesse, de ambas as partes, essas conversas não existiriam.
- É complicado... - a menina mordeu o lábio inferior, como se tentasse encontrar uma forma de explicar. - São vários motivos, mas os principais são dois: eu estou num momento muito estranho da minha vida e tenho medo de me envolver com alguém por carência, de confundir as coisas e acabar me machucando ou machucando a outra pessoa; e o Benjamin é incrível com o Dylan, ele é um médico excelente, se as coisas não derem certo, eu teria que procurar outro médico e eles já estão tão acostumados um com o outro.
- E quem disse que não vai dar certo? - Lilly perguntou, sendo séria pela primeira vez em minutos, não havia nenhum traço de humor em sua voz. - Ninguém entra num relacionamento tendo 100% de certeza de que dará certo, assim como não entra pensando que vai dar errado. Você só precisa tentar... - viu que Ella parecia pensar no assunto, ficando em silêncio pelos segundos que se seguiram. - Mas também não precisa tenta agora. - amenizou, vendo a expressão da amiga se torcer num sorriso. - Sei que estou perturbando, é só porque eu me preocupo com você. Mas não quero forçar nada, se rolar, que seja de forma natural.
- Sim, de forma natural... - Ella falou, caminhando na direção da cama e se sentando ao lado da amiga. - Mas olha essa foto e me diz se tem como ser natural? - perguntou, mostrando para Lilly uma das fotos que estava nas redes sociais dele, onde Benjamin estava na praia com os amigos. Elas riram e continuaram passando as fotos, como se tivessem dezesseis anos novamente e as únicas preocupações que tinham eram os garotos que gostavam.
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Dylan
Roman d'amourElla e Daniel se conhecem desde os cinco anos de idade, melhores amigos desde que se entendem por gente, não poderiam ser mais diferentes e se amar mais. Ele é todo metódico e organizado. Ela é desprendida e sonhadora. Ele pensa no futuro. Ela quer...