Daniel passou na casa de Ella para buscar Dylan assim que saiu do trabalho. Ele estava apreensivo, quase com medo de encontrar com a amiga depois daquele momento estranho e confuso que teve na noite anterior. O rapaz não sabia nem como agiria perto da menina depois daquela noite e do beijo que imaginou que trocaram. E o pior nem era a situação, mas sim o que ele sentiu. Talvez ele precisasse se entender consigo mesmo, antes de externalizar qualquer coisa. E seria difícil de entender qualquer uma das coisas que estavam se passando pela sua cabeça e refletindo diretamente no seu corpo. Principalmente em seu coração, que teimava em acelerar em momentos não propícios. Mas, felizmente ou não, ela não estava e o rapaz apenas pegou o filho com Lena. Como seu novo apartamento estava uma bagunça, ele o levou para a casa dos pais, onde iriam dormir. Kathy ficava sempre muito feliz quando Daniel levava Dylan, porque ela tinha um tempo para curtir e mimar o neto.
Ella comentou que Dylan estava começando a ficar de pé, então ele precisava ficar constantemente de olho no bebê. Na verdade Daniel estava desejando que o filho desse os primeiros passos quando eles estivessem juntos. Já tinha alguns dias que estava de volta e como se esforçava para passar a maior quantidade de tempo que conseguia com ele, Daniel já tinha conseguido ganhar a confiança de Dylan, a ponto do bebê não estranhar ou chorar quando não percebe a mãe por perto. Mas o seu sonho naquele momento era que ele conseguisse balbuciar "papai" da mesma forma que faz com "mamãe". Isso seria a coisa mais maravilhosa que poderia acontecer. Mas ele percebeu que seria um trabalho complicado, ainda mais quando precisava competir diretamente com o Homem-Aranha, que estava na frente. Já que Dylan não parava de repetir "anha" quando queria o brinquedo. Então ele estava sempre repetindo "papai" quando estava com o filho, já que tinha lido que a criança tende a repetir as palavras que mais escuta. A missão parecia ser difícil, mas não impossível.
Mesmo já estando um pouco tarde, o bebê não parecia querer dormir tão cedo. Dylan estava sentado no chão da sala, tentando engatinhar e ensaiando uma fuga. E sempre que o filho se afastava um pouco mais, Daniel ia atrás e o trazia de volta. Eles continuaram nesse ciclo sem fim por longos minutos, até que o menino começou a demonstrar que estava sendo vencido pelo cansaço. Os olhos pesados e a manhã impediam que ele se movimentasse tão rápido e vontade de desbravar o ambiente foi substituída por uma série de reclamações. Daniel pegou Dylan no coloco e alcançou o paninho que o menino gostava de segurar para dormir. Mesmo reclamando um pouco, não demorou muito para que ele se acalmasse e deixasse o sono chegar.
Enquanto balançava o filho de um lado para o outro, Daniel se pegou pensando em como a rotina dele se alterou tão depressa e como ele conseguiu se adaptar tão rápido. Se um ou dois meses atrás alguém perguntasse se ele se via colocando o bebê para dormir com tanta tranquilidade. No começo de tudo, ele acreditou que demoraria até conseguir saber lidar com tudo que girava ao redor do Dylan: fraldas, mamadeira, a hora de dormir. E então se perguntou se essa uma coisa que ele sempre quis fazer e não sabia ou se era apenas por causa do Dylan e a relação tão forte que ele sentiu desde o começo. Ele não saberia responder, mas no final das contas não importava. O que realmente era importante é que quando ele tinha aquela criança nos braços, tudo parecia certo. Da exata forma que deveria ser.
50 South St, Morristown, Nova Jersey, Estados Unidos – 12:47 AM
Ella não entendia porque estava tão nervosa por aquele encontro dos amigos. Era algo mais que comum, era parte da rotina. Bem, antes da viagem do Daniel e antes do Dylan. Claro que algumas coisas tinham mudado, mas não o suficiente para ela sentir como se a ansiedade fosse consumi-la por completo. Chegou à casa do amigo um pouco depois da hora marcada, não sabia por que, mas a possibilidade de estar sozinha com ele a deixava ainda mais nervosa. Assim que chegou viu Daniel, Dylan e Anthony sentados no chão da nova e bagunçada sala de estar, rodeados de objetos fora do lugar. Era possível ouvir a voz de Noah vindo da cozinha e a de Lilly de um dos quartos.
- Vejo que começaram sem mim. – falou, em tom acusatório, vendo os rapazes sorrirem.
- Você estava demorando demais. – Anthony falou, levantando e indo até ela, dando-lhe um abraço carinhoso na amiga. Ele seguiu para a cozinha, dizendo que ia ajudar o namorado a trazer as coisas que tinham comprado para comer. A menina se abaixou no chão, se aproximando do filho. Dylan estava sentado no tapete infantil, junto com seus brinquedos e sorria abertamente desde o momento em que a mãe entrou na sala. Ele largou o Homem-Aranha e engatinhou até onde a menina estava, com uma velocidade surpreendente. – Você está ficando muito bom nisso, meu filho. – Ella comentou, pegando o bebê em seu colo e o enchendo de beijos. – A mamãe tava com saudades. – sussurrou em seu ouvido, como se fosse um segredo.
- Ele estava praticando muito ontem à noite. – Daniel brincou, querendo fazer parte daquele momento também. O rapaz estava sentido coisas muito estranhas e diferentes enquanto olhava para a amiga. E era totalmente impossível não se lembrar das imagens que teve deles se beijando. Provavelmente seria algo que ele nunca iria esquecer. Então o real problema era aprender a viver normalmente com aquilo.
- Quando a gente perceber, ele já estará correndo por aí. – Ella comentou, sorrindo de lado, antes de colocar no chão o bebê que começou a se contorcer para ser libertado dos braços da mãe.
- E comigo, você não vai falar? – o rapaz chamou sua atenção. Ele sabia que não podia demonstrar que algo estava errado. Caso deixasse isso transparecer, Ella seria a primeira a perceber. A menina mordeu o lábio inferior e caminhou até onde ele estava. Quando Daniel se levantou, eles se esbarraram, já que estavam mais próximos que o normal.
- Desculpa. – ela pediu, dando um passo atrás, totalmente sem jeito. Ele apenas sorriu, abrindo os braços pra receber um abraço. Assim que encostou a cabeça no peito do menino, sentiu que o coração do rapaz estava tão acelerado quanto o seu. E se ela conseguia sentir, ele, provavelmente, também conseguia. Ella sentiu o rosto esquentar, com vergonha da resposta do próprio corpo ao abraço do amigo. Mas assim que ouviram vozes no corredor, eles se afastaram rapidamente, como se estivessem fazendo algo errado.
- Lilly, tá pronto! – Anthony gritou, voltando para sala com uma travessa de macarrão com queijo nas mãos, ouvindo um "já vou" em resposta". Noah veio logo atrás, com os pratos e os talheres. Lilly surgiu no corredor com os cabelos presos num rabo de cavalo alto e rosto sujo de tinta.
- Finalmente você chegou, pensei que iria fugir do trabalho pesado. – comentou, com um sorriso de lado.
Eles se sentaram no chão, ao redor da travessa de macarrão que tinha Noah preparou. Ao lado tinham algumas cervejas, uma jarra de suco de laranja e uma mamadeira com o Dylan, que estava muito entretido com um brinquedo de encaixe e não parecia se importar com o que acontecia ao seu redor.
Os amigos então aproveitaram para conversar sobre mil coisas diferentes, contando tudo o que tinha acontecido de relevante, ou não, com eles no último um ano e meio. Porque esse era o tempo que eles não se reuniam dessa forma. Depois de viagens e bebês, tudo mudou. Como se eles tivessem seguido caminhos diferentes e agora precisassem se reencontrar em outro momento da vida.
O escritório de arquitetura de Anthony e Noah estava indo bem, a ponto deles terem que contratar mais duas pessoas para ajudar nos projetos. Já Lilly falou que o seu projeto de ter um escritório próprio de advocacia estava tomando forma. Ela e Scott estavam guardando dinheiro para trocar de apartamento, mas pensaram em como eles poderiam usar para construir algo deles e, finalmente, trabalhar com o que sempre sonharam. Ela estimou que precisavam de cerca de seis meses para conseguirem sair dos empregos e focar no que queriam. Daniel falou como foi complicado explicar o motivo do retorno tão repentino, mas disse que no momento em que souberam que agora ele tinha um filho, entenderam completamente a situação. Mas percebeu que não conseguiria tão cedo o cargo que almejava ter quando voltasse, só que isso não era um problema para ele, já que não se importava de continuar fazendo o que já fazia. A prioridade agora seria sempre o Dylan. E Ella contou como faz para conciliar as aulas que dá, com os horários da mãe, para ter sempre alguém com o Dylan. Que sempre que pode aceita alguns trabalhos extras, aulas particulares, porque só o que ela recebe na escola não é o bastante. Mas mesmo com a rotina pesada e mal distribuída, ela consegue trabalhar e ter tempo para o filho, da forma que sempre quis.
- Sempre que você precisar que eu fique com o Dylan, é só falar. Sei que ainda estou no período de experiência, mas todas as noites que passamos juntos, o Dylan não tem tido problemas para dormir ou qualquer outra coisa. Eu estou aqui para isso. – Daniel falou, deixando claro que estava ali não apenas para ser "uma ajudinha". – E a minha mãe também vive falando que não se importa de ter o Dylan lá por mais tempo, então vocês não precisam ficar se desdobrando dessa forma.
- Eu sei, só temos que ajustar as nossas agendas. Com o passar do tempo vai ficando mais tranquilo. – Ella respondeu.
- É engraçado ver vocês falando sobre o Dylan assim, parece que algumas coisas ainda não entraram de verdade na minha cabeça. Tipo o Danny ter decidido ficar por causa do Dylan. É muito louco pensar que vocês têm um filho juntos... – Lilly comentou, vendo a amiga balançar a cabeça, concordando.
- Eu também penso nisso. Em como é estranho ter que dividir as responsabilidades com o Danny, porque é engraçado ver nós dois dividindo essa responsabilidade, como se fossemos um casal. Quer dizer... – a menina parou a frase no meio, porque foi como se o seu cérebro desse um estalo. Ela não poderia falar que era como se eles fossem um casal, porque todo mundo poderia entender errado, além de parecer que ela pensava neles dessa forma. Por mais que Ella tenha deixado a frase pela metade, todos entenderam e o silêncio tomou o ambiente pelos segundos que seguiram.
- Pelo menos vocês estão se acertando, isso é bom pro Dylan. – Noah comentou, tentando amenizar o clima estranho. – E sabe o que também é bom pro Dylan? Tomar uma mamadeira e tirar um cochilo. – completou, olhando para o bebê, que virou o rosto em sua direção, como se soubesse que o rapaz estava falando com ele. – E se os seus pais não se importarem, eu posso fazer isso, pois estou com saudade de mimar esse bebezinho.
- Por mim tudo bem. – Ella falou, ainda sem jeito pelo o que deixou escapar.
- Fica à vontade. – Daniel respondeu, sorrindo para o amigo. Que levantou do chão, pegando Dylan no colo e levando para o futuro quarto, onde tinham arrumado o cercadinho.
- Sabe o que eu lembrei agora? – Lilly falou, querendo mudar de assunto. – Que nós ainda não demos entrada com os papéis do reconhecimento de paternidade.
- É verdade, mas não sei como faremos isso, já que eu assinei um documento na clínica. – o rapaz respondeu apressado.
- Hmm, vamos precisar invalidar esse documento, porque ele é a garantia de anonimato e tira qualquer direito do doador de reivindicar a paternidade da criança. Provavelmente teremos que preparar um documento, assinado pela Ella, que foi a solicitante, que tire os poderes do anterior, para não criar um precedente e criar um problema para clínica... – Lianna parecia falar consiga mesma, enquanto murmurava alguns termos técnicos e jurídicos. – Enfim, não é impossível, mas provavelmente vocês terão que ser envolvidos e a clínica será notificada. Então se quiser acionar o seu médico para saber se há algum procedimento padrão, será ótimo.
- Posso falar com o Dr. Gardner. – Ella falou, com uma expressão meio estranha. – Ele vai querer me matar.
- Ninguém mandou inventar uma doideira dessas não é mesmo? – Lilly comentou. – Enfim, depois falamos mais sobre isso, vou voltar para a minha pintura, pois já perdi tempo demais com vocês. – Lilly se colocou de pé, esticando as costas. – Que, aliás, estão enrolando demais para arrumar essa sala. O previsto era até as oito estar tudo pronto, são duas da tarde e não estamos nem na metade. Então voltem ao trabalho! – continuou, no melhor estilo Lianna de ser: mandão.
- Tudo bem, general Lilly. Vou lavar a louça e já volto para o trabalho. – Daniel falou, também levantando.
- Não, eu não fiz nada ainda. Deixa a louça comigo. – Ella disse, juntando todos os pratos e talheres.
- Tudo bem, eu te ajudo a levar para a cozinha, então. – o rapaz disse, pegando os copos e a travessa onde estava o macarrão. – Anthony, vamos voltar para a estante da sala e depois começamos os móveis do Dylan. – Falou, enquanto caminhava até a cozinha, seguindo os passos da amiga. Quando eles ficaram sozinhos, Ella respirou fundo, com um sorriso nervoso nos lábios. Ela sabia que tinha falado besteira.
- Eu não quis dizer aquilo. De sermos um casal... – começou a se explicar, olhando para o chão, enquanto Daniel guardava algumas coisas na geladeira, de costas para ela.
- Relaxa, eu entendi. – o rapaz falou, virando-se para ela e percebendo o quanto ela estava desconfortável. – Acho que essa história de casal tomou proporções grandes demais sem necessidade, ainda mais depois do que os meus pais falaram. Não tem nada a ver, não é?
- Sim, não tem nada a ver. E não tem motivos para ficarmos tão alarmados quando alguém fala isso. Não seria nem a primeira vez. – ela continuou, cruzando os braços na altura do peito e respirando fundo. O silêncio que seguiu pelos dois minutos seguintes foi ensurdecedor. E a tensão era tão palpável, que parecia cortar como uma navalha. Eles não deveriam se sentir assim tão desconfortáveis na presença um do outro. Com a sensação constante de que tinha algo errado. Eles não eram assim. – Ok, então eu vou lavar a louça.
- E eu vou voltar para a minha arrumação.
Ella deixou a cabeça cair contra o granito gelado da pia, tentando entender como as coisas poderiam estar ao mesmo tempo tão diferentes e tão iguais entre eles dois. Era como se fossem outras pessoas, mas que a Ella e o Daniel de sempre apareciam em alguns momentos. Se eles queriam fazer aquilo dar certo, precisavam voltar com a sintonia de antes e não deixar que qualquer palavra dita foram de contexto ou de forma errada seja responsável por criar aquele clima tão estranho.
Quando o sol começou a se pôr, os amigos já estavam exaustos. Eles se reuniram no novo quarto do bebê, enquanto o mesmo já o estreava, brincando no seu novo cantinho com seus tios Anthony e Noah. Ella dobrava as roupinhas que Daniel e Kathy tinham comprado, enquanto o amigo e Lilly arrumavam os brinquedos no baú e nas prateleiras que tinha abaixo da janela. O quarto estava simples, mas ainda sim muito bonito. Daniel estava extremamente feliz com o resultado. Sentia como se, de alguma forma fosse, realmente, pai do Dylan agora.
- Obrigado pela ajuda de todos. Eu estava com essa ideia de ter um espaço pro Dylan, para conseguirmos desenvolver nossos laços de pai e filho. – Daniel falou, olhando para cada um dos amigos, antes de caminhar até o bebê e pegá-lo no colo. – E acho que agora isso será mais fácil, porque teremos tempo para isso.
- Para com isso, porque você sabe que não foi nenhum incomodo. – Noah respondeu, recolhendo os brinquedos que estavam em cima do tapete.
- Nós somos uma família, Danny. Para de bobeira e de discurso emotivo a toa. – Lilly quebrou o clima, fazendo todo mundo rir.
- Por falar em família, temos uma novidade para vocês. – Anthony falou, com um sorriso bobo no canto dos lábios, e encarou o namorado como se esperasse pela permissão para continuar. Noah apenas balançou a cabeça, para que ele seguisse em frente. – Há alguns dias nós estávamos conversando sobre tudo o que está acontecendo: seja sobre o Dylan, sobre o projeto da Lilly e do Scott ou qualquer novidade na vida das pessoas ao nosso redor. E com isso nós chegamos à conclusão que precisávamos dar um passo adiante... – nesse momento todos já estavam com as expressões curiosas e atentas para o que os dois tinham a falar.
- E... – Ella disse, tentando acelerar o processo, já que estava morrendo de curiosidade.
- E nós resolvemos nos casar. Numa cerimônia, com todas as pessoas que amamos, festa, música, dança, bebidas, alegria, amor... Enfim, resolvemos celebrar o nosso amor. Esse sentimento que nos uniu há tanto tempo e que nos mantém juntos até hoje.
- Que maravilhoso! – Lilly exclamou, quase gritando. Correndo para abraçar os dois amigos, pulando no pescoço de Noah e puxando Anthony junto com ela.
- Estou tão feliz por vocês! – Ella disse, se juntando a eles e puxando Daniel com ela, que trouxe Dylan em seu colo, que passou a participar da comemoração, mesmo sem entender nada do que estava acontecendo.
- Vocês serão mais felizes do que já são, porque merecem toda a felicidade do mundo.
- E como será? Quando? Já tem data? – Lilly começou o interrogatório.
- Será na casa dos meus pais, no quintal, onde tem aquelas árvores e todo aquele espaço verde. – Anthony disse, assim podemos fazer o casamento simples que queremos. E estamos pensando em ser em outubro, para aproveitarmos o outono, toda a atmosfera da época, as folhas caindo, o final da tarde...
- Ai, será maravilhoso, bem a cara de vocês. – Ella comentou, com uma das mãos no rosto, já emocionada pelos amigos.
- Quando vocês falam simples, o quão simples é? Porque se vocês esperam a minha ajuda, sabem que Lianna e simples na mesma frase não combinam muito. – Lilly se apressou em falar e fazer todos rirem. – E é claro que eu, como madrinha, – frisou – Não poderei deixar que meus amigos tenham um casamento simples...
- É claro que você será madrinha, assim como vocês também. – Noah completou, apontando para Ella e Daniel. Nós queríamos poucas pessoas envolvidas na cerimônia, um casal de padrinhos para cada um, então teríamos que deixar o Benjamin e a Eileen de fora. Será que eles se importam? Porque não temos outros amigos que... vocês sabem.
- Não, não sabemos. – Daniel brincou, rindo, querendo que o rapaz completasse a frase.
- Não temos outros amigos tão importantes quanto vocês e queríamos deixar tudo entre pessoas que são, realmente, parte da nossa vida.
- Ai, o casamento ainda está longe e eu já vou começar a chorar. – Ella brincou, passando a mão pelos olhos. – E não, o Ben não vai se importar, eu explico a ele.
- Sim, eu falo com a Eillen também. – Daniel comentou, dando de ombros.
- Ótimo, então Lilly fará par com o Scott e a Ely com o Danny, assim fica tudo em família.
- Se o casamento será em outubro, precisamos começar a organizar as coisas, temos só dois meses para decidir tudo: decoração, comida, roupas, bebidas, música, flores... Meu Deus, é muita coisa, não vai dar tempo! – Lilly começou a conversar consigo mesma. Todos levantaram e caminharam até a sala do apartamento, começando a organizar as coisas para irem embora.
- Hey, respira, ok? – Anthony pediu. – Nossas mães já estão vendo algumas coisas e o restante podemos dividir, ver aos poucos. É uma cerimônia simples, Lilly, não é o casamento do século.
- Eu, provavelmente, não vou me casar, então vou tratar esse como o casamento do século sim. Então tratem de tirar isso de "cerimônia simples" da cabeça. Esse será o casamento de quintal mais bonito que o mundo terá a chance de presenciar. – a menina falou, pegando o celular que estava em cima da prateleira. Logo todos os outros apitaram. Era um novo grupo que ela tinha criado, só para tratar dos assuntos do casamento. Naquele momento, todos sentiram certeza que tudo daria certo. E sentiram um pouco de medo também.
- Acho que ainda dá tempo de desconvidar a Lilly pro casamento. – Daniel sussurrou para Noah, que riu baixinho.
- Eu ouvi, Danny. – a menina respondeu, sem tirar os olhos da tela do celular. – Eu ouvi.
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Dylan
RomanceElla e Daniel se conhecem desde os cinco anos de idade, melhores amigos desde que se entendem por gente, não poderiam ser mais diferentes e se amar mais. Ele é todo metódico e organizado. Ela é desprendida e sonhadora. Ele pensa no futuro. Ela quer...