Capítulo 10 - Bia

241 22 0
                                    

Frustrada e com raiva era como eu me sentia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Frustrada e com raiva era como eu me sentia. Como ele ousa me rejeitar daquela forma? Mas o pior de tudo, como ele foi capaz de transar com outras garotas e não fazer isso comigo quem ele diz amar tanto? Será que não sou desejável o bastante e elas são? Nunca na minha vida minha auto estima foi baixa, pelo contrário eu sempre me achei bonita, nunca duvidei disso. Até àquele maldito domingo.
Eu me sentia um lixo sem me sentir um lixo, alguém entende?
Eu ficava horas me olhando no espelho, olhava meu corpo, minha bunda, meus seios, meus olhos e até o meu cabelo rebelde. Talvez eu até quisesse ter uma barriga mais sarada mas a que eu tinha não era nada mal. Talvez eu até quisesse um pouco mais de bunda e um pouco menos de peito, mas eu me aceitava daquela forma.
Sim, eu me achava bonita. Mas ao mesmo tempo achava que deveria achar isso sozinha por que não era possível que um homem que dizia me amar não me desejasse!
Mas talvez ele não amasse afinal de contas, talvez ele tenha confundido tudo a ponto de imaginar que nossa amizade era algo mais, e eu fui uma idiota ao entrar de cabeça nessa.
Eu tinha me ferrado, mas sabe o que era pior? Eu não me arrependia nem um pouco de ter tentado.
Aquele maldito era dono de lábios maravilhosos, um corpo maravilhoso , um beijo e um toque maravilhoso. Cada sensação que ele me despertava era nova, intensa e maravilhosa por isso constatar que ele não me queria a ponto de transar comigo era tão frustrante.
No fundo eu sabia que isso decretava o nosso fim, e isso me dava ainda mais raiva dele.
Na segunda eu não fui para escola, disse à Cida que tinha cólicas insuportáveis e foi esse recado que ela deu quando ele chegou cedo para me buscar.
Na terça, e hoje quarta eu saí tão cedo de casa que quando cheguei o Colégio não havia nem aberto ainda. Eu entrava bem cedo na sala de aula e apesar de todos os dias ele passar em frente a ela me olhando ele não entrava. No intervalo eu não saia da sala, levava alguma coisa de casa para comer lá mesmo.
Sim, eu estava o evitando. Evitando por que eu ainda tinha raiva, evitando por que eu ainda estava frustrada, e evitando principalmente por que eu não sabia o quê fazer.
Eu precisava de uma luz, precisava de um conselho mas a Isa estava ocupada demais fazendo sabe-se lá o que para atender minhas ligações. Então quando na hora do intervalo Manu entrou na minha sala de aula, agora vazia, eu senti uma esperança.
_Bia, o quê houve com vocês? - ela disse assim que chegou sentando na cadeira ao meu lado. - O Edu parece que foi em um enterro e você... Você não está muito diferente. Vocês terminaram?
_Não! - digo rapidamente. - Quer dizer, ainda não... Quer dizer eu não sei. Manu!- digo seu nome como uma súplica. - Eu não sei o quê fazer.
_Calma, me diz o que aconteceu? - respiro fundo e começo contar tudo para ela, Manuela ouve atentamente sem me interromper uma única vez, quando por fim termino era como se um peso houvesse saído dos meus ombros.
_Certo... - ela pensa antes de responder. - Você não acha que talvez você esteja exagerando? Não é por que o Edu não quis...você sabe, com você que ele não te ame ou não te deseje. Eu acho até nobre da parte dele.
_Nobre? Por quê diabos seria nobre? - ela dá de ombros.
_Por que por mais que você não pense dessa forma, ele está tentando fazer o que acha melhor para você. E não acho que isso seja fácil para ele. O Edu te ama Bia, disso eu tenho certeza e, obviamente ele te deseja também. Abrir mão dos desejos dele por que é o melhor para você é na verdade uma grande prova de amor. - penso com calma no que ela diz. Ela não está errada, pelo contrário, mas uma parte em mim insiste em teimar.
_Mas seria tão mais fácil ele transar comigo de uma vez e acabar com isso! - reclamo e Manu me olha feio não gostando da minha expressão. - Eu ainda não acredito que ele não é mais virgem! - digo quase que em pensamento.
_Não é uma surpresa para mim. - Manu diz e eu a encaro.
_Você sabia? - digo abismada. Definitivamente eu vou matá-lo.
_Não, mas desconfiava. - arqueio uma sobrancelha. - Se lembra daquela garota que o Edu namorou por uns dois meses no máximo? Daiane eu acho, que era um ano mais velha que ele? Se lembra que não gostávamos dela pelo seu jeito atirado e fácil? - aceno positivamente. Urgh! Só de lembrar daquela garota eu tenho ódio. - O único motivo para um garoto como o Edu namorar uma garota como ela só podia ser... - ela não termina de falar mas eu faço isso por ela.
_Sexo. - me sinto empalidecer. Claro fazia todo o sentido! Como não havia pensado isso antes? Talvez tivesse sido mais fácil aceitar aquela relação deles. Urgh! Eu acho que estou com mais raiva dele agora.
_Como você percebeu isso e eu não? - pergunto à Manu que dá de ombros.
_Eu sou uma boa observadora, e você vive no mundo da lua né Bia? - reviro os olhos mas não respondo. Talvez eu viva sim, eu nunca percebo nada. Já estava começando a me conformar com isso.
_Bia.- Manu chama minha atenção me fazendo encará-la. - Eu não sou tão boa quanto a Isa em conselhos, mas você não acha que esteja sendo um pouco inflexível o evitando dessa forma? - abro a boca para negar o que todo mundo sabe que é a verdade, mas minha amiga apenas levanta a mão pedindo que eu me calasse por um momento e assim o faço. - Não acha que acima de tudo isso é orgulho ferido? Não pelo Edu ter dito que a princípio não quer dormir com você mas por que ele já dormiu com outra pessoa. Você está com ciúme dele Bia, e está agindo de forma equivocada por isso. Vocês são um casal e devem resolver essas coisas conversando e não fugindo um do outro.
_Mas eu não sei se ainda quero ser namorada dele. -minto, eu queria sim. Mas não sabia se depois de tudo o meu orgulho não nos impediria. Manu solta um suspiro cansado e me reprova com o olhar como se eu fosse uma criancinha, mas ao invés de criticar-me ela pacientemente diz:
_Amiga, vocês são um casal agora. "Você" - ela enfatiza- aceitou entrar nessa com ele. Você não pode ser tão inocente a ponto de achar que esse relacionamento não teria conflitos. - então ela arqueia uma sobrancelha como se me desafiasse e termina de dizer: - Mas se durante esses dias que vocês namoraram você já estivesse insatisfeita com a relação de vocês e essa discussão boba tenha sido só o ponta pé final para um término, vá em frente, termine com ele. Caso contrário, se você ainda acredita que isso pode dar certo, converse com ele e se resolvam, como adultos, e não como uma criança que foge no primeiro problema que vê.
Fricciono os olhos para a minha amiga que sempre tenta ser invisível para as outras pessoas, minha amiga que tem grandes problemas de auto confiança, minha amiga que esconde toda essa sabedoria. Ela sabia como convencer.
Sorrio para essa Manu que pela primeira vez eu via, e essa Manu não parecia um ser acuado, mas uma garota sábia que por mais tímida que fosse, sabia dizer a coisa certa no momento certo.
_Não me parece um mau conselho. - digo, e minha amiga sorri timidamente dando de ombros.
Olho em direção à porta e vejo o Edu passar por ela como ele sempre fazia ultimamente, nossos olhares se encontram e meu coração salta dentro do peito.
_Não acha que deve ir falar com ele? - Manu pergunta. Ainda olhando para a porta, agora vazia, eu respondo:
_Não, ainda não é o momento...

 Ainda olhando para a porta, agora vazia, eu respondo:_Não, ainda não é o momento

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Bela Amizade - Trilogia Belas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora