Capítulo 2 - Bia

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Bianca Beraldini

O trajeto daqui até a minha casa é maior do que eu imaginava. São apenas três quarteirões, mas considerando que estamos no verão, e agora são exatamente 14:37 da tarde não foi uma boa ideia ter escolhido vir a pé. Está muito calor é essa mochila já está incomodando. Estaria tudo mais fácil se minha querida amiga aparecesse na escola hoje. Eu acordaria no horário certo e não me atrasaria para a aula de física logo de manhã. E ainda poderia falar oque acabou de acontecer há alguns minutos atrás. Respiro fundo e tento manter meus pensamentos em ordem, porque sempre saio de órbita.

Recusei a carona do Edu. Eu expliquei que precisava pensar em tudo isso e achei que uma caminhada fosse me ajudar.
Ele acenou, e se permitiu me dar um abraço antes de entrar no carro. Ainda com uma feição preocupada, por ter me contado tudo o que sentia sem receber nenhuma resposta de volta.
Eu entendo o lado dele, contar uma coisa que estava guardando a tanto tempo. Tudo o que ele sentia, tudo que por medo de me perder deixava em segredo. Só de imaginar o que ele passou por todos esses anos, todas as palavras não ditas e olhares não compreendidos. Sem reciprocidade.

Meio que eu vivi isso há um tempinho atrás, quando namorei o Matheus. Só que diferente do Edu, ele não me amava. Talvez oque ele sentia por mim fosse admiração, não por quem eu sou, mas pela minha beleza. Formavamos um casal bonito e que todos gostavam de elogiar, mas não era bem assim, não era belo.
Por esse motivo, desde que terminei meu namoro com Matheus, encontrar outra pessoa que fosse exatamente o contrário dele foi um dos meus maiores dilemas.  Matheus era um cara cheio de si, o mundo girava ao redor dele. Queria estar comigo, mas quando precisava fazer algo do interesse dele, me ignorava como se eu fosse um objeto. Sem contar as vezes em que ele mentia para mim.
Só de pensar nisso me dá raiva.

Respiro fundo e tento focar no que devo fazer agora.
Primeiro: preciso andar mais rápido, e segundo: preciso de alguém que me ajude e que possa me dar um bom conselho.

 Primeiro: preciso andar mais rápido, e segundo: preciso de alguém que me ajude e que possa me dar um bom conselho

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_Alô! - Ouço a voz da minha amiga do outro lado da linha.

_Isa? amiga, você está bem? O que houve com você? Você sumiu! - pergunto um pouco embolado. Eu estava preocupada. Afinal, ela está a dois dias sem ir para a escola e nem ao menos manda uma mensagem.

_Oi amiga, eu estou bem sim... É que eu... Eu tô doente! - Ela gagueja, parecendo estar nervosa.

_Doente? Mas você está com o quê? Vou aí te ver, preciso falar com você! -Respondo, assim é até melhor. Converso pessoalmente sobre o Edu e aproveito para ver oque ela tem.

_Não amiga, não precisa vir... Eu... É... Tô com dengue! E o médico disse que pode ser contagioso. - Ela diz rápido. Que estranho, não sabia que dengue era contagioso... Mas é melhor não contrariar.

_Nossa amiga, está bem então... Então depois a gente se fala. -Digo um pouco desanimada. Talvez seja um sinal para não contar a ela.

_Não Bia, diz... O que você queria me falar? - Ela pergunta.

Bela Amizade - Trilogia Belas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora