Capítulo 20 - Bia

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Mais uma segunda-feira se iniciava, mas dessa vez eu estava totalmente feliz pelo meu dia.
Ontem tinha sido um dia mais que perfeito, além de tudo que aconteceu entre eu e o Edu, ainda dormimos agarradinhos e foi a melhor sensação.
Quando acordei ele estava me olhando com carinho e a sensação de amor no meu peito parece que transbordou. Eu o amava tanto, e parecia que a cada segundo ao seu lado eu o amava mais.
Meu namorado levantou da cama quando ouviu meu estômago roncar, ele beijou a minha testa e desceu de cueca para cozinhar alguma coisa para comermos.
Tomei coragem e levantei para tomar um banho antes de descer para encontrá-lo e só quando levantei entendi do que ele falava mais cedo.
Eu sentia uma leve ardência mas nada insuportável, na verdade era até bom. Assim eu tinha a certeza de que tudo aquilo era real, que tinha acontecido e eu não podia estar mais feliz.
Tomei um banho quente e longo relaxando debaixo do chuveiro e lembrando de cada toque do Edu pelo meu corpo. Um sorriso bobo não saía do meu rosto e eu não queria que saísse, nunca.
Me sequei com a toalha dele, me enrolei nela e me olhei no espelho.
Era como se irradiasse luz de mim, eu queria gritar ao mundo o quanto eu estava feliz, o quanto eu o amava e que ele era meu, só meu.
Saí do banheiro vesti minha calcinha e procurei pelo quarto algo para vestir. Peguei a blusa dele, vesti e me olhei no espelho.  A verdade é que eu sempre quis fazer isso, vestir a blusa do Edu pós sexo, eu não podia imaginar algo mais sexy.
Desci as escadas sentindo um cheiro maravilhoso de comida no ar e meu estômago voltou a roncar.
_Que cheiro delicioso! - disse ao entrar na cozinha. - O que é?
_Estrogonofe. - ele deu um sorriso.
_Ah! Eu amo isso. - disse empolgada.
_Eu sei, por isso que fiz. - meu coração se aqueceu.
_Você me conhece tão bem... - sussurrei me aproximando.
_Em todos os aspectos. - ele sorriu malicioso e eu o beijei.
_Nesse caso acho que também te conheço bem. - arqueei uma das sobrancelhas.
_Se depender de mim vai conhecer ainda mais... - minha mão tocou o seu rosto com carinho e meus dedos traçaram uma linha pelos seus lábios.
_Fico feliz em ouvir isso.
Edu deixou um beijo rápido em mim antes de se afastar e voltar a mexer a panela.
_Você está linda. - ele disse me olhando dos pés a cabeça.
_Você sempre diz isso.
_E sempre é verdade, mas realmente a minha blusa fica bem melhor em você do que em mim.
_Obrigada, talvez eu leve ela para casa e use em outras ocasiões. - brinquei.
_Ah não! Sinto muito mais só eu posso vê-la assim.
_Ciumento? - questiono.
_Sempre fui. Tenho que cuidar do que é meu.
_E eu sou sua? - questiono seriamente e ele me olha como quem estava totalmente disposto a entrar numa briga agora.
_Você é. - ele disse seriamente. Sorrio.
_Sim, eu sou. - trocamos um olhar cheio de promessas e significados. - E você é meu. - completo.
_Sempre fui. - mordo meu lábio inferior e olho para baixo me sentindo envergonhada de repente por não ter percebido isso antes. - você pode...- Edu aponta para eu e para ele.
_O quê? Ir até aí? - ele acenou rapidamente. - Não sei, eu estou com uma preguiça! - disse virando de costas e me espreguiçando, indo para mais longe dele,  senti que sua blusa que era quase um vestido em mim subiu bem acima das minhas coxas e deve ter mostrado mais do que era a minha intenção por que Edu logo se manifestou a respeito.
_Por Deus Bia, não faça isso de novo se você realmente quer almoçar hoje. - abaixei os braços rapidamente e puxei a blusa um pouco mais para baixo sem jeito.
_Uma proposta tentadora, admito. Mas eu realmente estou com fome então depois conversamos à respeito. - Edu sorriu balançando a cabeça.
_Bom, então vamos cuidar logo desse problema.  Pode pegar o creme de leite para mim? - ele apontou com a cabeça na direção da bancada, fui até lá e peguei o creme de leite. Edu desligou o fogo e estendeu a mão para pegar o creme de leite mas quando fui entregá-lo ele me puxou para si.
Um gritinho assustado saiu da minha boca antes de ser tapado pelos seus lábios.
Ah os seus lábios que agora eu conhecia tão bem e pareciam tão certos para os meus, me senti derreter em seus braços, minhas pernas ficando bambas enquanto meu coração palpitava furiosamente contra o seu.
Edu se afastou me deixando ainda tonta, ele pegou o creme de leite da minha mão e abriu com uma habilidade que eu não tinha.
_A propósito era isso que eu queria fazer quando te chamei aqui há uns minutos atrás. - eu continuava parada no mesmo lugar, o observando ainda sem reação.
_Que boba eu fui. - disse por fim, vendo-o despejar o creme de leite na panela e mexer.
Edu se virou para mim e me olhou de cima a baixo.
_Prontinho, já podemos matar a sua fome. - ele me deu um beijo rápido e parece que isso me despertou do torpor.
Sentei-me com ele e almoçamos jogando conversa fora, depois lavei a louça enquanto ele secou.
Sentamos no sofá abraçados e vimos filme até tarde da noite, quando com muita luta tive que ir para casa.
Edu tentou me convencer a ficar, a dormir com ele, e acredite seria maravilhoso. Mas teria que dar explicações aos meus pais, explicações que no momento eu não estava a fim de dar. Então ele me levou em casa e nos despedimos no carro. Dormi como um anjo feliz como nunca antes.
Por isso que hoje, quando o telefone despertou, pela primeira vez em muito tempo eu não tive preguiça. Levantei rapidamente tomei um banho e vesti algo bonito.
Coloquei uma saia preta de tecido leve e uma blusa rosa claro de seda com um decote comportado mas não tanto.
Calcei uma anabella com um salto bem baixinho e super confortável de cor preta.
Coloquei uma maquiagem bem leve que me deixava mais bonita mas não a ponto de ficar forçado, e por fim pus um batom nude.
Vermelho cai bem em mim mas definitivamente não é legal beijar com um batom vermelho. As vezes borrava e hoje eu queria estar linda para o meu namorado.
Desci as escadas, dei bom dia a Cida e tomei um iogurte de morango só para tapear o estômago. Eu não sentia muita fome pela manhã.
Fiquei conversando com a Cida, ela estava super feliz por que a filha dela conseguiu uma vaga numa universidade e eu ficava feliz pelas duas.
A Cida antigamente trazia a filha as vezes ao trabalho e brincávamos muito juntas quando éramos pequenas. O tempo passou e algumas coisas mudaram, ainda conversamos, mas é mais difícil vê-la. A Bárbara sempre foi uma menina muito esforçada, fez estágios desde jovem para ajudar a família em casa e por isso que eu desejo que cada um de seus sonhos se realizem. Por que ela e a Cida merecem essa alegria.
Pouco mais de seis e quarenta da manhã o Edu chegou. Assim que ouvi a buzina de seu carro me despedi da Cida pegando minha mochila e saindo de casa, bem na hora que ele chegava à porta eu a abri.
A surpresa em seu rosto foi evidente, mas logo um sorriso tomou seu rosto.
_Bianca Beraldini já está pronta? - disse incrédulo.
_Estava ansiosa para ver um rapaz da escola por quem eu sou louca. - disse entrando na brincadeira.
_Esse rapaz deve ser um homem de sorte.
_Sim, ele é. - Edu se aproxima e me beija, um daqueles beijos lentos e longos que me faziam flutuar.
_Também estava ansioso para te ver - ele diz ainda abraçado a mim. - tanto que saí de casa antes das seis e vinte da manhã.
_Então por que... - mas antes que eu terminasse a pergunta a buzina do carro de Edu soa alto e ele revira os olhos apontando para lá. Isa e Manu estavam dentro do carro, e faziam sinal para nos apressarmos.
_Isa me mandou mensagem logo cedo pedindo para vir com a gente, ela está fugindo dos seguranças dela. E acabei passando na casa da Manu que já é caminho também. - ele deu de ombros.
Sorrio e beijo seus lábios antes de fechar a porta e caminhar de mãos dadas com ele até o carro. Sento no banco do carona na frente ao lado do Edu e dou um bom dia animado para as meninas. Que me olham com um olhar intrigado.
_Que foi? -pergunto me virando para frente enquanto o Edu saía com o carro.
_Se eu soubesse que vocês eram tão grudentos eu iria preferir vir com os meus seguranças. - Isa implica.
_Não somos grudentos! - reclamo. - Não é Manu? - pergunto àquela que está a mais tempo convivendo conosco como casal.
_É, geralmente não... -ela disse.
_Viu? - zombo de Isa.
_Mas hoje vocês estão diferentes. - Manu conclui.
_Não sei do que vocês estão falando. - volto a olhar para frente e minha perna começa a balançar desenfreadamente.
Edu segura a minha coxa para me fazer parar, mas isso acaba não sendo muito bom. Meu corpo logo corresponde ao seu toque. Olho para ele, que vira o rosto apenas para me olhar profundamente e dizer:
_Calma amor. - aceno positivamente um tanto quanto desnorteada. Lentamente ele tira a mão da minha coxa, mas sinto seu toque ali por muito tempo, como se minha pele formigasse onde ele tocou.
_Definitivamente estranhos. Aconteceu algo que eu não estou sabendo? - Isa questiona. Sinto meu rosto esquentar. Maldição de ser branca!
_Não! É claro que não. - digo sem olhar para trás. Minha amiga faz um "hum" desconfiado e eu tento controlar minha respiração e ficar calma. Por quê as pessoas tem que me conhecer tão bem?
Olho para o Edu e ele esta fazendo um sacrifício muito grande para não rir, e só por isso eu quero socá-lo, ou talvez beijá-lo.
É claro que eu vou contar para as minhas amigas o que aconteceu. Mas ali, dentro do carro com o Edu não é o melhor momento.
É verdade que ele sempre foi nosso amigo e continua sendo, mas há certas coisas que é melhor não serem ditas na frente de um homem. Principalmente quando o homem em questão é o próprio.
Eu vou contá-las, mas não agora.
Edu sabiamente desviou o assunto para algo corriqueiro e eu o agradeci mentalmente por isso.
Pouco depois ele estacionou e nós descemos do carro. Meu namorado entrelaçou seus dedos nos meus enquanto entrávamos no colégio.
E assim começou mais um dia longo de aulas, felizmente a terceira e quarta aula do dia não aconteceu, o professor havia faltado por problemas pessoais. Eu deveria não ficar feliz com isso, mas fiquei. E muito.
Eu e Isa fomos para a biblioteca aproveitar o ar condicionado já que estava muito quente lá fora, e ainda nos restava pelo menos duas horas até a próxima aula.
Ela se dirigiu até a prateleira de livros enquanto eu me sentava em um sofá no canto da sala, e aproveitava para olhar minhas redes sociais.
Pouco depois minha amiga jogou um livro na mesinha de centro em frente ao sofá onde estava sentada e sentou-se ao meu lado.
_Meu pai está insuportável! Ele está fazendo da minha vida um verdadeiro inferno, já não basta aquele monte de guarda-costas inúteis atrás de mim me impedindo de ver o Taylor, ele mal fala comigo e quando fala é para me julgar ou ofender. - minha amiga cruza os braços frustrada.- ele diz que eu o decepcionei, que ele esperava mais de mim do que eu me deitat com o primeiro que aparecesse.
_Mas...
_Eu já falei milhares de vezes que eu e o Taylor não transamos mas ele não acredita. Só por que ele me viu deitados na mesma cama que o Taylor ele decidiu tirar essa conclusão. Urgh!
Você e o Edu por exemplo, não é por que vocês dormiram juntos que vocês transaram. - senti meu rosto ruborizar derrepente e engoli em seco. Era agora.
_Isa... -comecei.
_Ah meninas, sabia que estavam aqui. - Manu diz ao se juntar a nós.
_O quê faz aqui? -Isa pergunta.
_Educação física. - ela revira os olhos e dá de ombros e todas nós entendemos o que ela quis dizer com isso. -Então, o quê eu perdi?
_Nada muito importante, eu só estou me lamentando. -Isa diz mais uma vez.
Eu engulo minha insegurança, respiro fundo e solto.
_Aconteceu. - digo convicta.
_O quê? -ambas perguntam me encaram.
_Eu e o Edu, aconteceu. - digo.
_Como é que é? - Isa diz quase em um grito, e no mesmo instante a bibliotecária nos olha de cara feia e faz um: shiu bem longo e enfático.
_Vocês...- Manu tenta perguntar mas não tem coragem de terminar a pergunta.
_Sim, nós dormimos juntos.
_Eu sabia que tinha algo de errado com vocês hoje de manhã. - Isa diz.
_Não tem nada de errado conosco. Eu estou muito bem com isso, e espero que ele também. - digo na defensiva.
_Não amiga, estou dizendo que vocês estavam diferentes mas como uma coisa boa. Pareciam mais... Íntimos?
_Bom, definitivamente esse é um fato que não há como se contestar. - ironizo.
_Como isso aconteceu?- Manu questiona interessada.
_Acontecendo?
_Não. - ela revira os olhos. - É que...O Edu não tinha dito que isso não aconteceria?
_Bom, não exatamente. Ele disse que não aconteceria enquanto eu não...
_Não se apaixonasse por ele! - Isa me interrompe completando em alto e bom som, nos fazendo ser repreendidas novamente pela bibliotecária.
_Sim. É isso. - digo baixo dando um olhar de repreensão para a Isa. - e se você parar de dar esses gritos eu agradeço, estou com medo do seu próximo grito ser algo mais íntimo e amanhã de manhã a perda da minha virgindade ser manchete no jornal da escola.
_Está bem, desculpa.
_Isso quer dizer que você se convenceu de que está apaixonada por ele? - Manu questiona arqueado uma das sombrancelhas como quem diz: eu sempre soube disso mas você não quis me ouvir.
_Sim. Na verdade eu confessei que sempre o amei, mesmo sem saber que era ele.
_Como assim? - Manu pergunta.
_É uma longa história, o fato é que eu o amo, o amo muito. É como se todo amor que eu sinto por ele transbordasse do meu peito, encharcasse cada poro da minha pele e mesmo assim ainda faltaria lugar para tanto sentimento.
_Bia, isso é lindo. - Manu diz sonhadora.
_É a verdade, eu amo aquele homem.
_Acho que eu entendo a sensação. - Isa disse um pouco melancólica e me aproximei mais dela e apertei a sua mão.
_Isa...
_Não, deixa isso para lá. Eu quero que você me conte tudo. Como foi? Foi bom? Quero detalhes, até os sórdidos. Doeu? Ele foi carinhoso, você... -e assim a Isa começou fazer uma lista infindável de perguntas indiscretas enquanto a Manu apenas se calou.
A Manu era romântica ao extremo e pura demais para pensar em sexo ou perguntar qualquer coisa a respeito. Então ela só ficou quieta, mas eu sabia que do jeitinho dela ela estava feliz por mim e naquele momento eu desejei que ela encontrasse o cara certo para ela, e queria poder fazer algo para que isso acontecesse logo.

 Então ela só ficou quieta, mas eu sabia que do jeitinho dela ela estava feliz por mim e naquele momento eu desejei que ela encontrasse o cara certo para ela, e queria poder fazer algo para que isso acontecesse logo

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Bela Amizade - Trilogia Belas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora