Capítulo 31 - Bia

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Senti dificuldade para abrir os olhos, era como se fazer isso exigisse um tremendo esforço mas felizmente depois de muito custo eu consegui.
Não que tenha sido de grande valia por que o ambiente aonde eu estava era escuro e eu pouco conseguia ver, e o pouco que via só me dava uma certeza: eu não reconhecia aquele lugar.
Olhei para o lado buscando alguma semelhança mas apenas pude ver um vulto no meio da escuridão deitado no que parecia ser um sofá.
Friccionei meus olhos tentando reconhecer o vulto, mas era em vão.
Fechei os olhos sentindo meu corpo pesado e cansado, como se um caminhão tivesse passado por cima de mim, foi quando as minhas últimas lembranças me vieram em mente.
Arregalei meus olhos confusa.
Será que eu tinha morrido? Se sim, aonde eu estava? Por que esse lugar nem de longe parecia o céu.
Notei que o vulto se mexeu rapidamente e acompanhei seus movimentos até que ele acendesse a luz.
Bom, definitivamente eu deveria ter morrido.
E definitivamente estava no céu.
Seria um pecado gravíssimo um homem com aquela aparência estar em outro lugar.
Ele era lindo.
Que o Edu jamais soubesse que eu pensei isso, mas era inegável sua beleza.
Branco, cabelos loiros bagunçados, olhos azuis, uma barba por fazer e uma expressão afoita no rosto.
E então ele se aproxima tirando uma lanterna e direcionando aos meus olhos.
Se eu tivesse forças, definitivamente teria o xingado. Mas eu não sentia que tinha nem para isso.
Ele se apresentou dizendo que era o meu médico e um alívio enorme tomou conta de mim.
Eu não havia morrido afinal de contas, eu estava no hospital e pelo que ele me disse fiquei bastante tempo aqui, em coma!
Oh meu Deus!
Pensei nos meus amigos, na minha família, no Edu e na Isa, mas o médico gato logo me tranquilizou dizendo que estavam todos bem.
Ele ligou para a Manu.
Sim, pasmem! A Manu!
Eu quase pensei que estava delirando, mas ao que parecia ele tinha o número dela no celular.
Aquilo rapidamente apitou um alerta no meu cérebro mas resolvi ignorar por hora.
Mantivemos uma conversa agradável enquanto a Manu não chegava, e quando minha amiga entrou, parecendo pálida e feliz não pude segurar as lágrimas que desceram.
Pouco depois chegou a Isa com o Taylor a tiracolo.
Ela logo avisou que já havia descoberto sobre toda a maldade do seu tio e que ele já estava preso e eu fiquei mais tranquila.
Perguntei do Edu e a Manu disse que ele deveria estar aqui, seu celular e sua carteira estavam e isso me deixou muito preocupada.
A verdade é que eu morria de saudades do meu namorado, e meu coração apertava só de imaginar onde ele poderia estar.
Pouco depois o Dr. Gato saiu para atender um paciente.
E quando questionamos a Manu, ela se fez de a Santa cega que não notou a aparência de deus do Olimpo do médico gato.
Tá. Comigo isso não cola.
Nem se ela fosse cega.
Pouco depois fomos dormir, a Manu na poltrona e a Isa e o Taylor se espremeram no sofá.
E eu, apesar de ter dormido por treze dias, ao que parecia ainda tinha muito sono acumulado para perder.

Acordo com um toque insistente de um celular que não parava de tocar. Quis praguejar uns quinhentos impropérios para o dono do celular, mas a Isa foi mais rápida gritando estressada.

_Antende logo esse celular! - abro os olhos infimamente apenas para ver a Manu se levantar da poltrona meio zonza, procurar pelo aparelho antes de se dirigir para o banheiro atendendo o celular.

Volto a fechar os olhos, pronta para dormir novamente mas isso não funcionou muito bem.
Começo a ouvir sussurros da Isa e do Taylor, e a claridade do quarto começa a me incomodar, informando de pronto que já havia amanhecido.
Maravilha! Eu não conseguiria voltar a dormir.
Gruni furiosa, encontrando um olhar sem jeito de Isa, que a essa altura já estava em pé.

_Que foi? Já viu o tamanho desse sofá? Já viu o tamanho do Taylor, não dá para dormir confortávelmente nesse lugar.

_Se queria conforto fosse para casa. - minha amiga friccionou os olhos em minha direção, e eu entendi o recado. Ela dizia claramente que não era por que eu estava no hospital que ela não me daria uns tapas para eu deixar de ser idiota.
Na verdade, eu duvidei que ela fizesse algo, mas mesmo assim preferi me calar.

Bela Amizade - Trilogia Belas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora