Capítulo 22 - Edu

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_Queria tanto você aqui... - ela disse do outro lado da linha com uma voz manhosa. Soltei a respiração lentamente.  Alguns dias haviam se passado desde a nossa primeira vez, e foram dias corridos. Meu pai teve que viajar à trabalho e decidiu me levar junto. Perdi três dias de aula e um final de semana que eu poderia ter aproveitado inteirinho com Bia em meus braços. Mas seu Carlos não aceitou desculpas, nenhuma das que dei foi boa o bastante.
Ele disse que era uma boa oportunidade para passarmos esse tempo como pai e filho e que também aprenderia ainda mais.
Bufei contrariado, mas no fim não tive muita escolha.
Bianca, assim como eu, não gostou da ideia, mas tivemos que nos conformar.
Mesmo assim, ficávamos horas ao telefone ou mandando mensagens e tudo o que havia acontecido no nosso dia nós compartilhávamos um com o outro.
_Eu queria poder estar aí - disse frustrado, olhando para o meu pai que dirigia de volta para o hotel. Tínhamos acabado de sair de uma reunião, a última felizmente.
Meu pai conseguiu fechar com uma rede de supermercados e agora nossa empresa os defenderia de eventuais causas.
Foi um bom acordo, eu notei.
Receberiamos por ano uma boa quantia para representá-los, e fiquei impressionado com a lábia que meu pai tinha para esse tipo de negócio.  Essa parte dele eu desconhecia. - Se Deus quiser amanhã eu volto, e aí poderemos nos ver. - disse com um sorriso no rosto.
_Mal posso esperar. - ela disse e por seu tom de voz eu pude notar que ela tinha ideias muito interessantes à respeito e um sorriso ainda maior cresceu em meus lábios.
_Preciso ir, a Manu está aqui e iremos a casa da Isa aperfeiçoar o nosso plano de fuga. - sorri lembrando que nossa amiga passava por maus bocados por causa que seu pai não aceitava seu relacionamento com o Taylor. Eu não poderia nem imaginar o que seria da minha vida se Bianca me amasse e não pudesse ficar com ela. - Mas tarde continuamos essa conversa. E eu também quero saber se tem alguma periguete aí em Minas te azarando! -gargalhei achando graça.
_Tudo bem meu amor, até mais.
_Eu te amo!
_Eu também! - disse ainda com um sorriso idiota no rosto. Logo em seguida pude ouvir Manu dizendo alguma coisa e ela desligou. Soltei um suspiro longo, hoje foi um dia cansativo e eu estava louco para chegar no hotel e dormir! Tinha acordado antes das cinco, por que a reunião seria bem no interior de Minas. Passamos todo o dia, visitando vários supermercados dessa rede, tendo reuniões com um grupo de sócios e agora finalmente voltávamos para o hotel.
_Me parece apaixonado. - meu pai disse me despertando dos meus pensamente, olhei para ele que sorria e eu acabei fazendo o mesmo.
_Eu amo a Bia mais do que à minha vida! - disse. - Sempre amei. - finalizei com meu pai me olhando seriamente.
_Ela é uma boa menina, mas você tem certeza do que sente?
_Nunca tive dúvidas! - respondo convicto.
_ Fico feliz. - então ele continuou- Sei que é um menino ajuizado, mas a Bia é quase da família, vocês são amigos desde que chegamos à cidade. Então acho que você tem que ter cuidado com esse relacionamento, ela pode se machucar. - sorri achando graça.
_Isso é impossível pai, não vê que sempre a amei? Ela sempre foi mais do que uma amiga para mim, sempre a quis e agora eu a tenho. Jamais farei algo que possa magoá-la e muito menos a deixarei ir. Eu não conseguiria mais viver sem ela. - meu pai deu um sorriso grande e orgulhoso.
_ Eu sempre me senti da mesma forma com sua mãe, é como se ela fosse o ar que eu preciso para respirar. - acenei positivamente sabendo que é verdade.
_Vocês são um casal invejável, espero que meu relacionamento com a Bia também seja assim. - disse, por que era verdade, eu não sei como eles fizeram mas eles conseguiram manter a chama acesa mesmo depois de tantos anos de casados e eu via como eles se cuidavam se protegiam, eu podia ver o amor deles. - Só me diz como você consegue ficar longe dela? Por que que eu estou começando a pirar por estar tanto tempo longe da Bia! - resmunguei passando a mão no rosto. Meu pai gargalhou revirando os olhos e começamos a conversar sobre outros assuntos.
Quando chegamos ao hotel fomos direto para o restaurante e jantamos rapidamente antes de subirmos ao quarto.
Eu estava exausto e mal podia esperar para deitar na cama e apagar.
Eu e meu pai dividiamos o quarto, que tinha duas camas de solteiro separadas por um criado mudo que tinha um pequeno abajur em cima. O quarto era todo em tons de pastel, com duas poltronas no canto esquerdo, com uma pequena mesa com flores. No canto direito havia uma varanda com vista para a cidade.
Me dirigi a minha cama , abrindo minha mala, pegando uma roupa de lá e indo para o banheiro.
Quando saí do banho encontrei meu pai sentado na cama, com os cotovelos sob o joelho, as mãos apoiando o rosto com uma cara de cansado e pensativo.
_O que foi? - eu disse estranhando. Meu pai me olha calmamente, passa a mão sobre a barba rala e solta um longo suspiro.
_Eu estava pensando sobre o que conversamos no carro... - o encaro sem entender, mas ele completa. - O que acha de voltarmos hoje? - o meu espanto foi notório, mas eu fui rápido em me livrar do choque e concordar.
_Eu acharia ótimo! - disse já sentindo a ansiedade se apossar de mim só de saber que eu veria a Bia logo amanhã pela manhã se tivesse sorte.
_Então arruma as malas enquanto eu tomo um banho rápido. - ele disse com certa animação e eu percebi que ele não fazia aquilo por mim, mas sim por ele.
Arrumei as malas depressa e depois descemos, fizemos o Check-out e dirigimos até o aeroporto, entregando o carro na locadora de automóveis e comprando passagens para o vôo mais próximo, graças à Deus tinha um vôo às 22:30h. Eu estava tão exausto que assim que entrei no avião meus olhos fecharam e eu só dispertei quando fui acordado pelo meu pai dizendo que já estávamos no Rio.
Chegamos em casa pouco mais de meia noite e encontramos minha mãe deitada no sofá com o notebook no colo e uma taça de vinho tinto na mão.
Ela se assustou ao nos ver ali, levantando-se rapidamente e derrubando um pouco de vinho no chão antes de colocar a taça sob a mesa de centro e correr para a porta e beijar e abraçar o meu pai e depois a mim.
_Pensei que viessem amanhã. - dona Beatriz disse.
_O Edu estava com saudades da namorada. - meu pai disse e eu revirei os olhos.
_E o meu pai da senhora. - minha mãe olhou para o meu pai que deu de ombros, ela o abraçou e eu notei que já tinha passado da minha hora de sair dali. - Eu vou subir, estou exausto preciso descansar!
_Boa noite filho! - minha mãe disse.
_Boa noite! - meu pai também disse e eu caminhei em direção às escadas.
Me joguei em minha cama tirando os tênis, mas com preguiça demais de tirar as roupas.
Me enrolei em meu cobertor e fechei os olhos, soltando uma lenta e cansada respiração já pensando que no dia seguinte acordaria cedo e iria para escola só para poder ver a minha namorada logo cedo.
Mais de trinta minutos depois eu ainda estava acordado e a única coisa que eu conseguia pensar era que eu estava bem próximo a ela, que agora eu podia tê-la em meus braços.
Peguei meu celular vendo a hora, já passava das uma da manhã e com certeza a minha namorada já dormia a essa hora, mesmo assim fiz a única coisa que podia fazer: levantei da cama, calcei novamente o meu tênis, peguei o meu carro e fui para a casa da Bianca.
Estacionei em um lugar mais afastado e escondido, e caminhei por seu quintal indo até a janela de seu quarto, era no segundo andar.
Liguei para a minha namorada diversas vezes mais ela não atendeu, Bianca e sua mania de deixar o celular sempre no vibrador.  Revirei os olhos, olhando novamente sua a varanda em frente ao seu quarto, não seria muito difícil chegar lá.
Peguei impulso, pulei, botei um pé na parede dando um novo impulso e segurei na beirada da varanda de Bianca, fazendo força para conseguir entrar nela.
Assim que estava nela agradeci mentalmente pelos treinos de parkour que fiz quando era mais novo e ainda ofegante bati na sua porta.
A cortina estava parcialmente aberta então pelas brechas podia ver Bianca dormindo serenamente em sua cama, só aquela visão já fez meu coração pulsar mais rápido.
Bati novamente um pouco mais forte, minha namorada se mexeu na cama então mais uma vez eu bati.
_Bia! - chamei e ela lentamente abriu os olhos, confusa. - mais uma vez bati na porta e vi quando seus olhos focaram em mim.
Ela se levantou caminhando em minha direção, vestindo uma calça e um casaco de moletom, o rosto amassado de um lado e o cabelo em completa desordem. Linda, como sempre linda! Senti um sorriso em meus lábios nascer e crescer cada vez mais enquanto ela se aproximava, me sentia um menino bobo prestes a ganhar um presente. Mas a verdade era que ela era o meu maior presente.
_Edu? - ela disse quando abriu a porta, parecendo confusa com a minha presença, mas antes de dizer qualquer coisa eu apenas a abracei, um abraço apertado e demorado, sentindo o cheiro dos seus cabelos, sentindo a quentura de seu corpo e sentindo ela reagir a mim, como se finalmente se desse conta de que eu realmente estava ali.
_Quando chegou? - pergutou ainda me abraçando. Me afastei para olhá-la nos olhos e retirei uma mecha de cabelo que estava em seu rosto colocando-a atrás da orelha.
_Faz pouco tempo, mas eu não podia ficar mais nem um minuto sem te ver. - Bianca sorriu e eu não esperei mais nada e a beijei, minha namorada pareceu pronta para me receber.
Logo me correspondeu, rodando seus braços pelo meu corpo e apertando seu corpo com força ao meu enquanto nossas línguas travavam uma briga sensual. Momentos depois eu me afastei para olhá-la novamente, dessa vez com a face rubra e a boca vermelha por causa do beijo.
_Eu te amo tanto! - disse, ela sorriu se apertando mais a mim.
_Eu também te amo e eu senti tanto a sua falta! Nunca mais faz isso, nunca mais fique tanto tempo longe de mim - reclamou me dando um leve tapa no braço.
_Eu prometo tentar. -disse sabendo que aquilo não dependia só de mim.
_ São que horas? - ela se afastou para ligar a luz do quarto, depois ela trancou a porta à chave e me olhou.
Olhei-a dos pés a cabeça achando incrível como eu ainda conseguia me surpreender com ela.
_Sapinhos Bia, sério? - ela pareceu confusa inicialmente, então olhou para baixo notando seu pijama rosa de sapinhos e a vi ruborizar, mas logo ela se recompôs e deu de ombros.
_Eu não contava com sua visita, você deveria estar em outro estado. Se não teria vestido algo mais apropriado para você. - ela disse dando um sorriso malicioso.
_Sapinhos está ótimo para mim, - disse me aproximando dela e a tomando em meus braços - mas também estou ansioso para ver numa próxima ocasião o que seria apropriado para você. - disse fazendo aspas com a mão.
_Bom, posso tentar te surpreender... - ela deu de ombros. - Mas fico feliz que gostou dos sapinhos espera só para ver o que tem por baixo deles. - meus olhos se arregalaram e Bianca piscou os olhos se fazendo de inocente. Aquela mulher me enlouqueceria!
_Mal posso esperar... - peguei Bia no colo e ela logo enroscou suas pernas em minha cintura sorrindo, beijei seu pecoço e vi quando ela apagou a luz do quarto nos deixando apenas na meia luz que vinha da porta da varanda aberta. Mas do que depressa Bianca começou a levantar a minha blusa tentando tirá-la, joguei-a sobre a cama e ela deu um gritinho, em seguida ela pôs a mão na boca assustada.
_Acho melhor tentarmos fazer silêncio, não vai ser nada bom o Sr. Beraldini nos pegar nessa situação. - eu disse me livrando de vez da minha blusa, os olhos de Bianca passearam pelo meu corpo e ela mordeu os lábios antes de falar.
_Certamente não, mas fico feliz em falar que o quarto deles é no final do corredor e o quarto ao lado é do Arthur que dorme como uma pedra. - ela se esticou e acendeu o abajur ao lado da sua cama iluminando o quarto levemente com uma luz amarelada que a fez ficar ainda mais linda.
_É bom saber... - eu disse me livrando dos tênis e da meia antes de subir por sua cama até chegar até ela, puxar suas pernas a arrastando para mim.
_Ahh - ela disse quase que gemendo quando minha mão deslizou sobre o seu corpo ainda por cima das roupas. - Sim, até por que eu não sei se vou conseguir ser silenciosa nesse momento. - dei um sorriso safado e a puxei mais para mim aproximando nossos sexos ainda por cima da roupa e a beijando.
Bianca gemeu em minha boca, enquanto suas unhas arranhavam minhas costas. Minha mão começou a entrar dentro de seu casaco mas ela se afastou dos meus lábios me empurrando levemente e antes que eu fizesse qualquer coisa, ela se livrou de seu casaco e para minha supresa ela não vestia nada por baixo.
Prendi a respiração pelo que pareceu minutos antes de finalmente voltar a respirar, olhar em seus olhos azuis e escorregar minhas mãos por sua barriga até chegar a seus seios.
Bianca fechou os olhos como se estivesse ansiosa por sentir minhas mãos nela então eu a deitei, brincando com um bico de seus lindos seios, antes de me afastar e tirar a minha calça jeans que estava mais do que desconfortável.  Em seguida escorreguei minhas mãos pelo seu corpo puxando seu moletom comigo e me deparando com uma calcinha branca com lacinhos rosas, acabei rindo.
_Ninguém usa aquelas calcinhas bonitas para dormir. - ela disse.
_Bom, para te falar a verdade estou achando essa aqui encantadora, mas ainda assim eu prefiro você sem ela. - minha namorada prendeu a respiração por alguns segundos antes de responder.
_Então tira. - e eu tirei, amei a minha namorada com toda saudade que meu corpo e meu coração sentia e ela se entregou, como sempre, com total paixão.
Ao final Bia enroscou-se em mim e eu soltei uma respiração lenta.
_Eu te amo! - ela disse, eu sorri e beijei o topo de sua cabeça.
_Eu sempre vou te amar! - sussurrei.
Após isso eu não sei quem foi o primeiro a dormir, provavelmente eu que estava completamente exausto depois de um dia como hoje, mas nada no mundo poderia me deixar mais feliz e realizado do que finalmente poder dormir com ela em meus braços.

Após isso eu não sei quem foi o primeiro a dormir, provavelmente eu que estava completamente exausto depois de um dia como hoje, mas nada no mundo poderia me deixar mais feliz e realizado do que finalmente poder dormir com ela em meus braços

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Bela Amizade - Trilogia Belas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora