Capítulo 12 - Bia

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Às vezes na vida a gente está tão feliz, mas tão feliz que não percebemos o mundo a nossa volta. Eu percebi isso quando pus os pés na casa do Taylor com o Edu. Depois de finalmente conseguir descobrir onde a Isa estava.
E nossa! Ela tinha muitas coisas para contar, muito mais do quê eu havia imaginado.
Eu sabia que havia algo errado acontecendo para a minha amiga sumir assim de uma hora para outra, mas... Risco de vida? Estão tentando fazer mal a alguém como Isabela Iezzi? Mas por quê? Isso não fazia nenhum sentido na minha cabeça até por quê a maldade humana não tem explicação.
Mas nem por isso, tudo o que estava acontecendo com minha amiga deixava de se parecer com uma história de filme ou de algum livro doido da Manu.
E apesar de tudo estar meio conturbado para ela, a Isa finalmente está namorando o Taylor! E nossa, eles com certeza foram feitos uma para o outro. Não há sombra de dúvidas quanto a isso, até eu percebi.
Eu gostaria de ter essa certeza quanto a mim e o Edu, ao mesmo tempo que parecemos certo um para o outro parecemos errados. Alguém entende?
O Taylor assumiu que tinha ciúmes da Isa e do Edu, e imaginar tal possibilidade me fez sentir algo estranho dentro de mim...
Quando saímos do esconderijo da Isa / casa do Taylor eu estava tão distraída com meus pensamentos que não notei quando meu namorado estacionou na garagem de sua casa.
_Chegamos. - Edu disse me fazendo olhar em volta e reconhecer um local que não era a minha casa.
_O que estamos fazendo aqui? Pensei que me levaria para casa.
_Sim, eu vou levar. Só... Tenho que pegar algo. - ele disse e saiu do carro, mas eu continuei dentro afinal se ele só iria buscar algo dentro de casa não precisava que eu saísse do carro. Então eu só fiquei esperando.
Mas não era bem essa a ideia do meu namorado, logo ele abriu a porta do passageiro e estendeu a mão para me ajudar a sair do carro. Soltei um suspiro cansado, mas saí. Andamos em silêncio por todo o curto caminho até a sua porta quando ele abriu para que eu entrasse na frente.
Adentrei a sala achando bonitinho o seu cavelheirismo, mas meus passos não duraram muito. Logo notei a sala escura demais como se não houvesse ninguém em casa, virei-me para pedir que acendesse a luz, mas um canto específico da sala chamou a minha atenção. Haviam velas acesas em cima da mesa de centro da sala, ao redor várias almofadas se espalhavam pelo chão.
Caminhei em direção aquela baixa luminosidade e notei duas taças e uma garrafa de vinho, além de muitas pétalas por todo o lugar.
O olhei boquiaberta.
_Seus pais estão comemorando algo? - perguntei fazendo-o sorrir.
_Provavelmente, mas bem longe daqui.
_Como...- pigarreio antes de terminar de falar.
_ Isso é para nós dois. - diz se aproximando de mim e tomando minhas mãos nas suas, depositando um beijo leve em cada uma.
Edu olhou dentro dos meus olhos e me vi tremendo da cabeça aos pés, pude sentir todo aquele sentimento que ele sempre diz sentir por mim, ele estava ali, no seu olhar. Algo no meu estômago deu cambalhotas enquanto meu namorado me fazia sentar sobre as almofadas macias.
Eduardo abriu o vinho e nos serviu, entregando uma taça a mim, sem nada dizer. E não era necessário. Algo dentro de mim palpitava furiosamente desde que me deparei com aquele olhar, aquele silêncio não estava sendo constrangedor, mas esclarecedor.
Até por quê naquele momento eu não tinha ideia de como fazia para articular uma palavra, tava difícil engolir o vinho com aquele olhar ainda em cima de mim, ele queimava mais do que de costume. Tanto o vinho quanto o olhar.
_Está tudo bem? - perguntou quando eu fiquei tempo demais calada. Acenei positivamente sem me atrever a falar.
Edu sorriu antes de se levantar e ir a algum lugar longe de mim. Fiquei repassando em minha mente todos os sentimentos que vi transbordar de seu olhar. Questionando se era possível mesmo que alguém pudesse sentir tudo isso que eu havia visto, era possível tanto amor, tanta paixão, tanta admiração, tanta... Adoração?
De repente eu comecei a sentir muito calor, será culpa das velas? Ou será o vinho? Sacudi a minha blusa desconfortável com o calor, mas tudo o que senti foi uma tremenda falta de ar, era como se o lugar estivesse encolhendo e fosse me engolir. Respirei fundo milhares de vezes.
Não pira Bianca, não surta agora.
Eu dizia a mim mesma mas era em vão, o ar parecia pesado e difícil demais de chegar aos meus pulmões. Comecei a sentir uma fraqueza, e um enjôo tremendo. Eu iria desmaiar, eu sabia. Droga! Bianca por quê com você as coisas tem que ser tão difíceis?
_Bia? - Edu perguntou enquanto se aproximava com uma travessa nas mãos. O encarei sem conseguir pronunciar nenhuma palavra, mas acho que minha expressão de desespero deve ter sido o suficiente pois no mesmo momento Edu jogou a travessa no primeiro local que viu e se ajoelhou ao meu lado.
_Calma, o que você está sentindo? - eu não conseguia falar, apenas continuei tentando fazer o ar chegar aos meus pulmões. - Certo, você está com falta de ar. - ele disse como se eu tivesse o respondido. - Bia olha para mim. - meu namorado disse enquanto tomava minhas mãos nas suas. - Se acalma, isso vai passar, você vai ficar bem.- disse pausadamente olhando em meus olhos. Ele beijou minhas mãos antes de continuar - Respira comigo. - ele segurou seu próprio ar, e soltou lentamente, eu fiz o que ele pedia, mas não adiantou muito, quer dizer, eu estava tentando respirar antes dele chegar lá. - Olha em meus olhos. - disse, fazendo sinal para que eu continuasse a imitá-lo e assim eu fiz. Fixei meu olhar nos seus lindos olhos negros tão diferentes dos meus, e percebi que poderia não mais olhar para eles, então olhei com mais afinco. Se fosse para eu ver alguma coisa antes de morrer que fosse os lindos olhos do meu namorado. Edu inclinou o meu corpo até o chão me fazendo deitar-me sobre as almofadas macias, mantendo seu olhar em meu campo de visão. Ele permanecia respirando fundo profundamente antes de esvaziar o pulmão lentamente, deixando claro que queria que eu o imitasse então eu apenas fazia o que ele me pedia por olhar.
Seu olhar, todos aqueles sentimentos que eu vira antes ainda estavam ali, e me perguntei como nunca havia os visto antes. Eles eram tão intensos... Impossíveis de não serem notados.
O fato é que esse sentimentos conflituavam com algo muito maior: o desespero. Apesar de Edu estar aparentemente calmo, respirando lentamente comigo, seus olhos podiam demonstrar o quanto aquilo também o assustava. E apesar de parecer estranho, ver o seu desespero me acalmou.
Continuei encarando aqueles olhos negros nublados de desespero e pela primeira vez em muito tempo, senti que tinha um porto seguro.
_Está melhor? - ele perguntou quase que em um sussurro como se temesse a resposta. Respirei e notei que o ar voltara a entrar pelos meus pulmões normalmente.
Uma onda de alívio tomou meu corpo, mas permaneci encarando os olhos castanhos um pouco acima de mim, ainda preocupados, e ainda contendo todo aquele turbilhão de sentimentos.
Então sem pensar duas vezes, enlacei seu pescoço puxando-o para mim. Edu não esperava por isso então acabou se desequilibrando e caindo sobre mim, ele logo se levantou mas o impedi de se afastar. Puxei-o novamente e tomei seus lábios nos meus.
Seu tempo de resposta demorou um pouco mais do que o de costume, mas logo Edu estava me beijando de volta, ajeitando seu corpo para que ele ficasse confortavelmente sob o meu sem me esmagar. Abri um pouco minhas pernas para que ele pudesse ficar entre elas, Edu rapidamente entendeu o recado, pois se ajeitou ali sem constestar.
Seu beijo estava cuidadoso demais para o meu gosto e não demorou para que ele parasse de me beijar e me abraçasse. Um abraço forte, onde ele deixou um longo suspiro escapar deixando sumir toda aquela preocupação de antes.
_Você está bem né? Está melhor? - faço um pequeno aceno positivo com a cabeça mas acho que ele não nota, por que ao constatar o meu silêncio Edu logo se afasta para procurar meus olhos buscando algo de errado neles.
_Estou bem, estou muito bem, obrigada. - digo acalmando-o. Um sorriso de alívio cresce lentamente em seus lábios aquecendo meu peito. - Obrigada mesmo Edu, eu não sei o que teria me acontecido se não fosse você, eu poderi...
_Shhh - ele põe os lábios na minha boca fazendo com que eu me calasse. - Não tem que agradecer, não percebe? Era a minha vida que eu estava tentando salvar. - sinto meu rosto ruborizar instantaneamente e um sorriso enorme cresce em meus lábios. - Eu te amo Bia, não posso sequer imaginar o que seria da minha vida se nela não existisse você. - Não sabia que era humanamente possível mas o sorriso em meu rosto conseguiu crescer ainda mais enquanto algo quente e acolhedor tomou conta do meu coração se acumulando, e acumulando até eu pensar que fosse explodir. Mas antes que explodisse, busquei alívio nos seus lábios.
Falhei miseravelmente, por que a cada movimento de sua boca na minha meu coração palpitava cada vez mais furiosamente gritando em silêncio que ele estava perto, bem perto de chegar ao seu limite e explodir.
_Eu também. - digo ainda de olhos fechados enquanto Edu morde a minha orelha. Vejo-o paralisar por um momento e olhar em meus olhos e só então me dou conta do que acabei de dizer. - Eu também gosto muito de você. - completo sem jeito, ele sai de cima de mim, e deita-se ao meu lado ainda me olhando e droga, ele até tentou disfarçar com um sorriso singelo, mas eu vi que ele ficou triste talvez... Decepcionado. Ele havia entendido que eu tinha dito que o amava, e droga! Foi exatamente isso que eu disse. Mas foi algo tão... Impensado, tão espontâneo. Eu não pensei em dizer aquilo, nunca pensei, só saiu... E isso o feriu.
Martirizei-me por ter feito isso com o Edu, dei-lhe uma esperança para pouco depois tirá-la dele. Idiota Bianca, você é uma idiota!
_Edu...- tento dizer algo mais ele logo deposita um beijo leve em meus lábios me impedindo.
_Tá tudo bem Bia, eu entendi.
_Não Edu... - em um movimento rápido sento-me em seu colo, levo minhas mãos ao seu rosto e olho dentro dos seus lindos olhos negros, olhos que demonstram tantas coisas, que falam tantas coisas, olhos que me encantam mais do que eu havia notado. E é olhando nesses olhos que eu digo em voz alta tudo o que eu estava sentindo nos últimos dias. Sem medo, apenas disse. - Eu gosto de você Edu, muito. Cada dia mais, mais do que ontem e provavelmente menos que amanhã. - deposito um beijo leve em seus lábios antes de continuar a olhar em seus olhos. - O quê estou tentando dizer é que, eu não sei se o que eu sinto por você um dia se transformará em amor, mas a cada dia eu tenho mais certeza de que eu nunca senti isso por outra pessoa. E esse sentimento só cresce, e cresce, e cresce... Então só peço que tenha um pouco de paciência comigo. - finalizo ainda olhando suas onixs. Seu olhar brilhava como uma pedra preciosa, ou uma noite escura com um céu estrelado lançando pequenos feixes de luz em minha direção. E como sempre acontecia quando eu estava com ele meu peito se aqueceu.
Seus olhos repuxaram um pouco no canto chamando minha atenção e só então arrisquei olhar em seus lábios. Um suspiro de prazer reverberou pela minha garganta ao contemplar aqueles lábios tão lindos esticados com o mais belo sorriso. Seus dentes brancos apareciam e contemplei toda a perfeição que o meu namorado era.
Como eu não havia reparado nele antes? Ele é tão... Urgh! Gostoso!
_Oi? - ele perguntou.
_Huum? - questionei deixando de olhar seus lábios por um momento para voltar a encará-lo um pouco desnorteada.
_O que disse? - ele ria, mas dessa vez parecia ser eu o motivo da piada. - O que é gostoso? - completou e só então percebi que havia falado em voz alta.
_Você. - eu disse. - Você é muito gostoso! - reafirmo antes de beijá-lo com fúria.
Afinal quem liga que ele tenha ouvido meus pensamentos? Não é como se ele já não conhecesse a maioria deles né? E também não é nenhuma mentira que meu namorado/ melhor amigo é um tremendo gostoso.
Edu sorriu por pouco tempo, mas logo sua diversão foi substituída pelo desejo. O desejo que sabia que ele sentia, o desejo por mim.
Meu namorado levou sua mão ao meu cabelo puxando-o com uma leve força para que lhe desse acesso ao meu pescoço. Coisa que eu fiz sem pestanejar, Edu distribuiu mordidas por toda a minha pele que estava desnuda, minha respiração ficava cada vez mais ofegante. Cada toque, cada beijo dele aguçava todos os meus sentidos. E aquelas sensações eram incríveis!
Em um movimento rápido tirei minha blusa e isso paralisou o Edu.
_Bia... - disse como que em uma reprovação, mas falhando miseravelmente.
_Está calor não acha? - digo com uma inocência finginda. Inocência essa que fez faíscas cintilarem em seu olhar. E só naquele momento percebi que ele estava com os olhos muito fixos nos meus, ele ainda não tinha olhado para minha lingerie ou a maior quantidade de pele que eu acabara de expor.
Ele estava mesmo tentando se controlar a todo custo. - Edu... - sussurro aproximando minha boca da sua sem tocá-la. - Está calor não está? - vejo meu namorado engolir em seco mas ele não diz nada. Levo minha mão ao pescoço a descendo lentamente por ele até chegar a curva dos meus seios.
O Edu acompanhou meu movimento mesmo que sem querer e vi quando ele prendeu a respiração ao notar a minha lingerie.
Ele olhou em meus olhos e fiz ao máximo para parecer um ser inocente e ingênuo, mas um sorriso malicioso escapou de meus lábios quando ele voltou a olhar a lingerie.
_Pequena diabinha! -reprovou-me. - Vermelho? Você jura? - questionou meu namorado admirando a peça.
_Gostou? - pergunto ingenuamente. - Caiu bem em mim? - digo fingindo uma preocupação genuína.
_Ah sim! Está perfeita.- Edu beija entre meus seios e me vejo prender a respiração. - É a coisa mais linda que já vi. -sussurra mais para si mesmo mais eu ouço, e meu peito se enche de alegria.
_Espera até ver a parte de baixo. -digo com um sorriso travesso.
_Bia! - Edu exclama. - Por Deus! - meu namorado tapa o rosto como se estivesse em conflito consigo mesmo. - Eu pensei que estivessemos combinado de esperar até você estar pronta.
_Na verdade...- levo minha mão lentamente até a sua blusa desabotoando-a. - Você me explicou seu ponto de vista e eu o entendi. Mas isso não significa que eu não possa tentar fazer você mudar de ideia.- sorrio maliciosamente me aproximando dele para beijá-lo enquanto me livro da sua blusa.
_Pequena travessa, por quê faz isso? Não vê que é difícil para mim? Que é muito difícil!
_Querido eu não vou me arrepender. - digo convicta.
_Mas eu vou. Então por favor Bia, por favor... - ele diz com um desespero no olhar. Solto um suspiro derrotado.
_Está bem! Eu paro... Por hoje. -completo e ele solta um suspiro aliviado.
_Obrigado. Esse sutiã é lindo, e mal posso esperar para vê-la o vestindo em outra ocasião. Mas por hora... Importa-se? - ele estende a minha blusa para mim como que pedindo desculpas. Pego a peça frustrada e coloco-a.
_Satisfeito?
_Por hora sim. Agora, podemos jantar e ter uma linda noite como planejei. - Ele se aproxima deixando um beijo lento antes de me tirar de seu colo e levantar indo até a travessa antes esquecida e a trazendo para a pequena mesa.
_E o que temos aqui? - pergunto me inclinando para ver o conteúdo na travessa.
_Lasanha à bolonhesa com bastante molho branco como você gosta. -meu peito se aquece ao ouvi-lo dizer com toda a convicção os meus gostos é como se tudo sobre mim importasse para ele. Um sorriso bobo cresce em meus lábios ao constatar tal fato.
Até que noto meu namorado me servindo e como o seu peito se contrai chamando a minha atenção.
_Bom, se você quer que isso dê certo você tem que vestir sua camisa. Você sabe o efeito que esse seu corpinho tem sobre mim. -Edu solta uma gargalhada alta e gostosa de se ouvir antes de se inclinar sobre a mesa e olhar com aquelas onixs profundas, prendo a minha respiração antecipando seu próximo passo, mas ao invés de me beijar ele apenas pega a sua blusa amassada ao meu lado e a veste.
Suspiro desapontada.
Meu namorado termina de nos servir e só então noto o pedaço suculento de lasanha à minha frente. Ele termina de completar o vinho antes de se sentar.
_Bom apetite. - ele diz, mas já era tarde demais. Mais da metade da lasanha já se encontrava dentro da minha barriga e a outra metade não demoraria a lhe fazer companhia. Aceno positivamente enquanto coloco mais um pedaço de lasanha na minha boca e meu namorado apenas me observa admirado com meu apetite recém aflorado.

 Aceno positivamente enquanto coloco mais um pedaço de lasanha na minha boca e meu namorado apenas me observa admirado com meu apetite recém aflorado

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Bela Amizade - Trilogia Belas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora