Capítulo 4 - Na Estrada

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Fui pela estrada 10, em direção ao Texas. Pararia na cidade de Beaumont, e lá me organizaria melhor.

Já dirigia a mais de três horas, e eu tinha saído durante o fim da manhã. Fugido, na verdade. Já estava ficando cansada de tanto dirigir, e me perguntava como os motoqueiros ficavam tanto na moto.

A gasolina era um problema. Deveria ter parado no último posto de gasolina, mas achei que a moto aguentaria. Agora estava quase acabando, e eu deveria chegar logo. Pelo menos já tinha atravessado a fronteira estadual, e faltava uma hora de viagem. Nesse meio tempo, deveria ter ao menos um posto de gasolina.

No meio do caminho, andei pensando: no que eu fiz? Fugi de casa, abandonei tudo por causa do meu pai, e agora eu estava na estrada rumo à Vancouver. Meu pai me caçaria até me achar, disso eu tinha certeza.

Um barulho da moto me chamou a atenção. Foi um estralo, mas logo parou. Deveria parar imediatamente em algum lugar, antes que fosse tarde.

Ouvi barulhos de novo, mas dessa vez atrás de mim. Olhei pelo retrovisor e vi mais uma moto, depois mais quatro surgiu atrás dela. Cinco motos. E se aproximavam; não para me ultrapassar, e pareciam que iriam ficar no meu lado.

Acelerei. Não iria ficar parada enquanto cinco motoqueiros me cercavam. Corri a mais de 200 km/h, e nunca havia corrido tanto assim.

Até sentir um grande estalo na moto, que a fez se desacelerar. Não funcionava mais, e eles estavam me alcançando.

- Merda... — parei no acostamento, esperando eles virem. Me preparei para qualquer coisa.

Como esperado, pararam em volta de mim. Eles andavam em uma Harley-Davidson Chopper, modelo de 1994. Todas eram pretas, menos a de um gordão de óculos escuros que era prateada, e foi ele que desceu e se aproximou de mim.

Saquei minha arma, e apontei para aquele homem.

- Pode ir parando, gordão — eu disse. Ele parou e levantou as mãos — Quem você é e por que está me seguindo?

- Calma ae, gracinha — disse o homem — Vejo que não é de fato motoqueira. Apenas nos juntamos as motos e damos uma volta só para cumprimento. É tipo um padrão nosso — depois, ele apontou para a moto — Aí vimos que sua moto parou de funcionar. Só... queremos ajudar. Fica calma e abaixa essa arma. Lembre-se que ainda somo cinco contra um também.

Abaixei a arma, mas ainda não confiava neles. Porém, a moto estava realmente mal.

- Podemos ver a moto? — ele perguntou. Sai da moto, e apontei com a cabeça. Foi quando ele se abaixou e verificou. Os outros garotos se aproximaram dali, e eu ainda não confiava neles — Uma Roadster, essa é das boas! Não vejo nenhum dano externo nela, então deve ter sido no motor. Estava indo para onde?

- Beaumont — respondi — E de lá, vou seguir para o norte. Então, sabe o que pode ter dado?

- Temos uma oficina aqui perto — disse o homem — Ah, e meu nome é Jamison. Os garotos são meus amigos. Todos somos aqui. Quer ajuda ou sabe concertar?

Suspirei. Não sabia nada sobre motos direito, e eles deviam saber melhor. Se eles forem mesmo ajudar, não havia como recusar.

- Tudo bem. Vocês parecem mexer melhor nisso do que eu — respondi.

- Beleza então — Jamison se levantou — Carl e Michael, levem a moto. Luccas, dê uma carona para a garota.

Dois garotos levaram minha moto, e o Luccas se aproximou de mim. Ele me lembrava um pouco do Jonny, só que Luccas era bem mais alto e parecia muito mais forte.

- Então... vamos? Te deixo se segurar em mim — disse Luccas. O acompanhei, e partimos.

Andamos uns dez quilômetros até um posto de gasolina. Estava cheio de motos ali na frente, então era um encontro de motoqueiros. Havia até mesmo uma oficina, assim como disseram. Entrei junto com eles, para me certificar que não me roubariam.

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