Capítulo 25 - O FINAL/ O Último Segredo

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Toronto, Ottawa, Sault Sainte Marie, Thunder Bay, Winnipeg e finalmente Vancouver. Entre essas cidades, paramos em outras pelo Canadá, e a viagem demorou sete dias inteiros naquele país semi-congelado. O clima era um arrepio nos nervos, e deveria ter muita coragem para sair de moto perto do inverno canadense. Trocamos nossas jaquetas por blusas, de tão frio que era. Do leste para o centro do país, parecia que tinha mais estradas do que cidades, não era como os EUA onde tinha muitas cidades pela estrada. E fazer qualquer caminho sem pensar duas vezes era perigoso, ou então você ficaria perdido na estrada.

Bom, focando em Vancouver, a cidade era linda. Logo na entrada da cidade, dava direto para o bairro de Gastown, o mais antigo bairro comercial de Vancouver, e era belo com as construções de tijolinhos. O próximo bairro era um bairro residencial, Yaletown, mais para comércio e moradia, e era agitado desde cedo. Também tinha uma vasta Chinatown, muito maior que de São Francisco, e até senti vontade de comer um sushi de novo. E também tinha o bairro perto da costa de Vancouver, Kitsilano, e onde minha avó morava.

Paramos em frente à uma casa moderna, diferente das de madeira que víamos por aí. Era toda pintada de branco, e com varias janelas, e um pequeno jardim na frente da casa. Lembro daquele lugar, e fazia séculos que eu não visitava.

- Está pronta? — perguntou Mia. Fiz que sim.

- Já passamos por coisa pior, visitar uma velhinha simpática de 69 anos não é nada — eu disse. Mas de alguma forma, eu me sentia nervosa. Mia pegou minha mão.

- Vamos. Estou aqui, lembra? — perguntou Mia. Guardei o capacete na moto, e nós fomos juntas até a porta de madeira lisa.

Toquei a campainha, e esperei. Depois de algum tempo, a porta se abriu.

- Oh... minha querida — disse Agnella Edward, minha avó. Cabelos brancos, pele toda enrugada, mas com um grande sorriso no rosto — Venha aqui, quanto tempo...

Abracei minha avó. Ela tinha 1,56 cm de altura, então tive que me abaixar para abraçar. Depois, ela olhou para Mia.

- Veja como cresceu. Ainda me lembro de você... — disse minha avó. Eu não entendi o que aconteceu. Elas se conheciam? — Da última vez que eu a vi, tinha 7 anos. Parece que faz tanto tempo...

- Espera, vocês se conhecem? — eu perguntei. Não estava entendendo mais nada.

- Eu que devo te perguntar isso. Ela foi sua vizinha no passado — disse Agnella — Depois eu que sou esquecida por ser velha.

- Eu... não estou entendendo — eu disse. Olhei para Mia, e ela virou o rosto — Por quê não me falou isso?

- Ela não contou? Bom, temos tempo para isso, entrem — disse Agnella. Entramos, e era uma casa bem bonita mesmo — Quando eu soube que você fugiu de casa, soube logo que você viria para cá. Seu pai se tornou um homem violento, assim como seu avô era, e sua mãe sofreu um destino pior que o meu. Seu irmão era uma boa pessoa, diferente do seu pai, mas foi uma enorme perda quando Louis morreu, e Sean ficou ainda pior. Quando seu avô morreu, ele tinha aberto os olhos para tanta maldade que ele fez também, mas já era tarde, e vim para Vancouver para ficar longe de um filho que iria fazer o possível para ter minha parte da herança do pai, e vivi aqui. Pena que os pais da Mia não tiveram a mesma sorte.

- Como? — perguntei. Olhei para Mia, e lembrei que ela quase nunca falou da família dela — Mia... Pode me explicar o que está acontecendo? Eu acho que preciso saber.

- Sophie, é uma longa história — disse Mia. Ela olhou para minha avó — Srª. Edward, posso falar com a Sophie um instante?

- Por quê? Já sei da história em primeira mão — disse Agnella, tristemente.

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