Capítulo 20 - O Passado Está Para Trás

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Um lugar subterrâneo, com luzes de escritório no teto, computadores, varias pessoas, tubos de ventilação... Uma verdadeira agência.

- Bem-vindas a maior agência clandestina de passaportes. New Frontiers — disse AJ — Aqui, é onde a nossa fugitiva vai virar uma verdadeira cidadã canadense.

- Incrível — eu disse.

- E não é só isso. DJ me disse que, se as coisas estiverem feias quando vocês chegarem, era para eu dar uma ajudinha — disse AJ. Ele andava pelo local enquanto falava — Amanhã mesmo, te darei uma moto nova. Tenho varias, então é só escolher uma.

- Espera, eu vou ter que me livrar da minha moto? — perguntei. Ele se virou para mim.

- Os policiais estão procurando qualquer um que tiver uma Roadster, não importa a cor — disse AJ — Bom, pode deixar que eu cuido da moto. Deixo guardadinha aqui até que você possa pegar de volta.

- Era do meu irmão. Não sei se vou conseguir — eu disse. Mia colocou a mão no meu ombro.

- Não se preocupe. A lembrança do seu irmão vai ficar bem aqui — disse Mia — Pela liberdade, lembrar?

Assenti. Se Mia confiava nele, então eu confiaria nela.

- Que bom. Então, vamos direto aos negócios — disse AJ — Você tem dinheiro? Documento? Preciso trocar tudo antes de você ir, ou então fazer novos. O problema é que... Não vai dar para fazer uma documentação decente com esse cabelo.

- Tenho um documento com foto, antes de eu pintar o cabelo — eu disse, entregando — E dinheiro é mesmo necessário? Dólar é dólar não é?

- O Canadá utiliza dólar canadense — disse AJ — Até aceite os daqui, mas para não gerar suspeita, melhor usar os de lá.

- Ótimo. Está aqui os meus também — disse Mia, entregando os documentos dela. Foi então que o AJ olhou estranho para ela.

- Você... Vai? — perguntou AJ. Mia olhou para ele, desconfiado — Sophie... pode nos dar licença por um momento?

Não entendi o que aquilo queria dizer. Olhei para Mia, e ela também estava pedindo. Saí dali, indo para outro lado da sala.

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- O que você tem, AJ? — perguntou Mia. Ela sentiu que havia algo por trás daquilo.

- Foi o DJ. Ele não me disse que você iria — disse AJ — Ou então, eu nem aceitava. Principalmente fazer tudo de cortesia.

- O que? Por que quer me manter aqui? — perguntou Mia, indignada — Eu tenho que ir com ela. Fizemos um percurso longo de Dallas até aqui, claro que ela não vai sem mim.

- Mia... Essa garota é perigosa — disse AJ, falando baixo — Ela atraiu vários tiras até aqui, além de ser uma fugitiva que atirou em policiais. Entende? Meus negócios aumentaram, e ao mesmo tempo caíram. Qualquer um está querendo sair do país, ou da cidade, e se eu fizer para todo mundo, a polícia vem atrás de mim.

- Eu atirei no policial — disse Mia. AJ se mostrou surpreso — Ele teria nos pegado em San Francisco, apenas fiz o que tive que fazer. Tive sorte do meu rosto não estar no noticiário, mas isso também nos ajudou. E qual a diferença? Não é tanto do que todos nós fazemos.

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