Acordei com a cabeça doendo, e o corpo fraco. Não me lembrava do que havia acontecido, e nem de onde eu estava direito.
Abri os olhos, e olhei em volta. Me lembrei que que eu estava no motel. Olhei a hora em um relógio próximo, e vi que já eram 16:00h. Já deveria ter saído daquele quarto ao meio-dia. E Mia... Onde estava aquela garota?
A porta se abriu, e justamente ela entrou. Fiquei aliviada por ela estar ali.
- Sophie! — Mia se sentou do meu lado, e colocou a mão na minha cabeça — Fiquei preocupada. Enquanto dormia, parecia gemer e suava. Estava com uma febre muito alta, e até pensei em te levar para o hospital. Ainda bem que você acordou.
- O que? E o quarto? Deveríamos ter saído há tempos...
- Não se preocupe com isso — disse Mia — Conversei com o gerente aqui, e expliquei sua situação. Deixou-nos ficar mais um dia caso pagássemos. Vamos ficar aqui até amanhã, e se não melhorar, iremos para outro da cidade.
- Não. Nós precisamos ir... — fui me levantar, mas senti uma tontura forte que me fez voltar pra cama.
- Não. Você vai ficar bem aí — disse Mia — Sophie, você se esforçou demais, e isso está acabando com você. Vai ficar de repouso até melhorar, e só aí nós iremos.
- Você sendo responsável é engraçado — eu disse. Mia sorriu e me beijou.
- Eu comprei lanches em um fast-food. Coma e depois toma uma dipirona — Mia comprou bem do McDonald's, uns quatro lanches e um refrigerante, e dois remédios. Ela vai acabar com todo o dinheiro desse jeito.
Depois de comer dois lanches e tomar o remédio, fui tomar banho. Eu não sabia que uma febre poderia deixar uma pessoa tão fraca assim. Mia quis vir comigo, mais pela preocupação do que pela safadeza. Ou era o contrário?
- Mia, você realmente aproveita, não é? — perguntei. Ela passava sabão em mim, então dava umas mãos bobas de vez em quando — Não estou tão ruim assim, posso tomar banho sozinha.
- Não... vou cuidar muito bem desse meu amorzinho — disse Mia. Ela realmente queria aproveitar a oportunidade — E lembrar que foi aqui que nos beijamos, e foi ontem... — ela apertou minha bunda, e eu ri pela audácia. Se eu fosse a mesma que dois dias atrás, teria dado um tapa na mão dela — Linda.
- Acho que vou participar dessa sua sacanagem também — peguei o sabão, e comecei a passar nela. O corpo dela era forte, como se tivesse malhado bastante. Se eu fosse brincar de lutinha com ela, como alguns casais faziam, eu perderia.
Em seguida, começamos a nos beijar, e senti minhas vontades subir lentamente, e comecei a agarrar aquelas costas.
- Nananinanão, você tem que descansar hoje — disse Mia, me parando. Nem parecia ela, recusando algo assim — Vem, vamos dormir.
Saímos e dormimos. Logo no dia seguinte, eu me senti um pouco melhor, mas ainda com dor de cabeça. Mia não me deixou seguir viagem, e fomos para outro motel. Mais dinheiro gasto, e já estávamos com 2.000 dólares, e ainda com uma grande viagem pela frente. Será que o dinheiro daria?
Fomos para um motel mais barato, dessa vez só havia quarto e banheiro, no valor de U$50, o preço mais baixo que conseguimos encontrar. E também não havia banheira, só um chuveiro.
- Amanhã, vamos conseguir dar no pé — disse Mia — Sop, posso pegar as chaves de novo? Quero dar mais uma volta antes de sair.
- De novo? Tudo bem, toma... — dei a chave para ela — Mas e se eu piorar novamente?
- Tome o remédio, e dorme — disse Mia — Vou demorar um pouco, e aproveitar para comprar algo para nós comermos — ela deu um beijo em mim antes de sair — Tchau.
Eu estava muito desconfiada daquelas saídas da Mia, e achei que ela tivesse saindo com outras... Não, impossível. Ela não deve ter feito isso no mesmo dia que finalmente começamos a namorar.
Fiquei deitada assistindo televisão, até cair no sono. Sonhei que eu estava tendo outra noite de sexo com Mia, e muito melhor que a nossa primeira. Eu desejava, e muito, mais uma noite.
Até que levei uma travesseiro na cara, e acordei assustada.
- Sophie, se levante. Rápido! — disse Mia. Ela previ com pressa, e eu não sabia o que acontecia. Olhei pela janela, e já era noite — Se troca, temos que sair daqui.
- A polícia nos achou? — perguntei. Mas não havia nenhuma luz de sirene lá fora.
- Algo pior. Vamos! — me levantei e me apressei, mas Mia teria que me explicar depois.
Pegamos tudo, e estávamos prestes a sair, até que dois caras apareceram de repente.
- Paradas! — apontaram duas armas para nós, e eu me assustei. Minha arma estava dentro da bolsa, mas logo no fundo, e eu não teria tempo de pega-la. Aqueles homens não eram policiais, pois estavam de terno e aquelas armas eram mais estilosas que muitas armas — Nos acompanhem devagar, e ninguém sairá ferido.
Nos pegaram pelas costas, e nós fizeram andar. Havia um limusine do lado de fora, e nos fizeram entrar. E a moto...
- Espera, ainda tem a nossa moto...
- Ja foi levada. Entrem logo! — disse um deles. Entramos, em uma carro bem grande e chique, e com vários bancos. Nos sentamos no meio, e eles ao lado das portas. No que a Mia nos meteu?
- Mia, o que está acontecendo? — perguntei. Aquilo não era uma operação policial, e nem um sequestro. Era algo pior.
- Eu...
- Silêncio! — o carro acelerou. Havia um outro motorista na frente, e começou a andar pela cidade.
Fomos andando até pararmos em um local muito bonito. Era um prédio imenso, e na fachada estava escrito "Cassino Master".
- Ah, não — Mia, tenho certeza que ela fez algo ali dentro. Descemos do carro, e os seguranças nos seguiram para dentro.
Lá era extremamente chique, e parecia tudo caro. A paredes, pilares e teto pareciam feitos de ouro, mármore pintado de preto e paredes em vermelho. Havia varias mesas de jogos de azar, sinuca e poker. Era um verdadeiro cassino gigante. E bem no centro, preso no teto, havia um dragão oriental feito de ouro. Que lugar era aquele?
Também havia varias pessoas ricas, com termos e vestidos ali. Mia deveria ter feito algo muito sério para irritar alguém importante.
Fomos andando até um elevador, e subimos até o 50° andar, o último. Até aquele elevador valeria mais que minha antiga casa inteira.
Quando saímos do elevador, fomos seguindo em um corredor fechado, que levava apenas em um único local. Paramos em frente há uma porta dupla de madeira, mas bem bonita. Um dos homens bateram na porta, e depois abriram.
Entraram em algo que parecia ser um escritório, mas bem extenso. Era melhor que o escritório do meu pai, não havia dúvida. Havia artefatos em volta da sala, e no meio uma mesa de vidro, e no fundo uma parede de vidro retangular.
Havia um homem virado de costas, do outro lado da mesa, em uma poltrona. Nos sentamos em frente, em duas cadeiras. O homem virou a poltrona em um giro, e olhou para nós.
- Olá. Sejam bem-vindas ao Cassino Master — disse o homem. Parecia velho, com uns 67 anos de idade, careca e com um bigode branco. Também vestia um terno branco, sapatos sociais brancos — Desculpem-me pela ação dos meus homens, mas vi que não teríamos outro jeito. Sou Samuel Diego Master, e estamos para discutir algo essencial aqui.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Viagem Americana
RomancePara fugir de seu pai e de sua família tradicional, Sophie Edward foge com uma moto em direção ao Canadá. Ela deverá sair do estado de Louisiana, atravessar a Costa Oeste e finalmente atravessar a fronteira, rumo à casa de sua avó. No caminho, ela e...