As Alianças Reais | 2

Capítulo 23: Quando as sombras dominam (bônus)

Atos.

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Corri atrás de Susana por extinto. Eu sou um completo idiota quando quero e quando não quero também, ela não merecia ouvir aquilo, independente de nossas brigas e nossos problemas, ela simplesmente não merecia ouvir aquilo. Após ela bater a porta em minha cara e passar mais de uma hora clamando para que ela me permitisse entrar, apenas virei-me encostando-me à porta e me permiti escorregar até cair sentado ao chão. O silêncio em seu quarto me matava, mesmo que nós já não venhamos dividindo quarto a muito tempo não cogitei a ideia de sair dali, ela poderia não ser a mulher de minha vida, nem a pessoa por quem guardo todo amor do mundo... mas ela é minha esposa e um dia selei uma aliança com ela... isso não foi justo com ela, e não foi justo com Ally...

Lembro então do que Eri me disse a algumas semanas, me impulsionando a pedir o divórcio, mas isso não seria certo, alianças reais não podem ser quebradas, mas eu temo acreditar que a única coisa que destrua uma aliança real... seja a falta de amor.

Adormeci ali mesmo e acordei com os solavancos de Maven em meu corpo. Os raios solares queimavam minhas órbitas. Aceitei a mão estendida de meu cunhado e reparei a minha situação quando Corianne ao seu lado me encarava estática. Corri ao seu abraço buscando conforto e foi oque encontrei, minha gêmea sempre foi meu anjo protetor e sempre seria.

Seguimos para o corredor real de visitas de Oestfire, deixei Susana para trás ela havia ficado no seu antigo quarto, de quando era princesa aqui em seu antigo lar. Entrei em meus aposentos e encarei minhas malas ainda em cima da cama, tudo estava uma bagunça, eu nunca fui a pessoa mais organizada do mundo. Entrei num banho profundo e decorei uma fala para Susana e Allyah, eu tinha que resolver tudo isso.

Desci para o café da manhã e o ambiente que deveria ser de alegria era de um certo pesar.

Eri me encarou e me lançou um olhar sereno e encarei a coroa no topo de sua cabeça e sua nova posição, mais uma de minhas irmãs havia se tornado rainha. Seu sorriso aumentou quando o meu aumentou, então passei o café inteiro tentando não encarar Allyah, pois a vergonha ainda me tomava, então falaria com ela depois de resolver tudo com Susana. O clima melhorou quando Erica e Amália começaram a falar sobre o noticiário da coroação de minha irmã, e o quanto o povo estava satisfeito pela nova geração estar finalmente se ajustando.

Fui novamente até o quarto de Susana e dessa vez Maven me acompanhou, batemos mas nada de resposta, chamei uma das criadas que cuidava do quarto e ela nos informou que Susana não quis comer, nem abriu a porta e nem deixou que ninguém entrasse.

Decidi voltar a tarde, pediria a Eri se necessário que derrubassem aquela porta, não faz bem a Susana ficar tanto tempo sem comer após beber tanto como na noite anterior, poderia ter algum problema de saúde por minha culpa.

Mav foi para o jardim onde Erica convidou a todos para uma confraternização de despedida, afinal todos voltariam para seus reinos, eu não queria fazer uma desfeita com minha irmã então decidi passar lá mais tarde, mas meus planos foram impedidos por Dasha a duquesa de Oestfire e o general Reinhart tio de Mav, que praticamente me arrastaram ao jardim. Sentei-me em um banco distante e encarei o céu.

Após um momento senti um corpo sentar ao meu lado no banco dourado ao lado da macieira, seu perfume deturpava qualquer cheiro que a macieria exalasse... Ally e seu cheiro intenso de amêndoas, poderia senti-lo a metros e mais metros de distância, não a olhei... mas sei que ela também não me encarava, ambos tínhamos como algo encarar o céu azul limpo com seus pequenos raios solares que, o clima em Oestfire é quente, cada reino com sua estação primordial.

- Ela deve estar magoada, por pior que sejam as atitudes dela e que já tenham te magoado muito a situação foi invertida. E o que sentimos por mais que seja involuntário... é errado Atos, entendo porque você passou a me ignorar desde tão cedo e entendo que prefira se afastar, vou considerar que tudo que me disse ontem não foi nada e vou te poupar de ouvir a minha resposta pra tudo isso... me perdoe por aquele beijo, a culpa disso tudo começar foi minha, ao menos foi apenas um único beijo... a pesar que a traição começa nos pensamentos, então nós somos os piores seres humanos. Vou te poupar de fazer mais erros acontecerem Atos... acabamos aqui o que nem iniciamos, você faz as suas escolhas e segue seu rumo mas não por mim ou Susana... mas por você! e eu te desejo toda a felicidade do universo querido...