C A P Í T U L O - 12

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Perrie Edwards

Depois que Jesy foi embora eu e Jade ficamos sozinha no apartamento, mas ela ainda estava trancada em seu quarto, e ao passar por ele pude ouvi-la chorando. Aquilo me doeu, cada pequeno músculo do meu corpo doeu com aquilo, ouvir ou ver o sofrimento de Jade me deixava mal, muito mal.

Até que eu decidi tomar coragem para falar com ela. Respirou fundo e abri a porta lentamente, vendo-a encolhida na cama enquanto chorava. Fazendo o mínimo de silêncio possível eu entrei no quarto e encoatei a porta. Caminhei até a cama e me sentei ao lado de Jade, tocando suavemente seu ombro, atraindo seu olhar perdido e assustado para mim.

Jade levantou a cabeça e secou o rosto com as costas das mãos, ajeitando-se na cama ao me ver e meu coração se apertou. Seus olhos castanhos estavam inchados, sua feição amendrontada e mesmo assim ela sorriu, tentando me passar uma falsa felicidade.

- A polícia achou o ligar que você disse, mas eles não estavam, abandonaram o carro e todo o carregamento de drogas e armas lá, uma grande quantidade. - suspirei. - Vão acha-los, eu disse sobre o tal Fred, disse que o viu.

- Obrigado. - ela fungou. - Desculpe por acabar com o passeio.

- Não se desculpe. - num gesto impensado, toquei o rosto de Jade passando meu dedo pela bochecha.

Ela levou seu olhar confuso até meu dedo, enquanto eu sentia sua pele macia, perdida nos detalhes adoráveis de seu rosto. Ela é tão bonita.

- O que está fazendo? - Jade indagou com confusão me tirando do meu transe.

Senti meu rosto corar e parei de imediato com aquilo, mas pude jurar que vi um pequeno sorriso nela. Por Deus, o quão carente eu estava?

- Desculpe. - pedi baixo, e mordi os lábios sentindo muita vergonha. - O mal estar passou?

- Ainda não, me sinto cansada e pesada, até mesmo enjoada.

- Vem, vou fazer um chá pra você e café para mim, assim você se sente melhor e nós duas conversamos. - me levantei e Jade permaceneu sentada. - Não precisa ter medo, eu estou aqui, nada vai lhe acontecer.

Jade assentiu e se levantou, calçou seus chinelos e me seguiu até a cozinha. A chuva caia forte lá fora e o apartamento estava começando a ficar frio com aquilo. Coloquei a água de seu chá para esquentar e meu café na cafeteira, e fui para o lado de Jade. Seu olhar estava perdido para fora da janela enquanto assistia a chuva cair.

- Por que está me ajudando tanto? - Jade perguntou parecendo ainda estar perdida em seus pensamentos.

- Por causa do meu pai. - respondi olhando através da janela, sentindo a tristeza me invadir, era sempre assim quando me lembrava dele, pois mesmo que eu fosse tão nova as lembranças ainda pareciam vivas em mim. - Ele também foi preso sem ter culpa e morreu, e eu decidi fazer justiça pelas pessoas que passam o mesmo que ele como queria que tivessem feito por ele.

Jade pareceu tocada com o que eu disse, torcendo os lábios e me olhando entristecida. Suas mãos foram parar em minhas costas enquanto ela me abraçava de lado e desajeitosamente, me fazendo sentir acolhida e arrepiada com seu toque suave e carinhoso.

Ela me impressionava cada vez mais, mostrando para mim que mesmo passando por um furacão em sua vida ela conseguia ser carinhosa, conseguia se colocar no lugar das pessoas e conforta-las mesmo sem dizer nada. Aproveitei ao máximo aquele abraço, fechando meus olhos e me permitindo relaxar em seus braços.

Mas meu inconsciente fazia algo detestável sem que eu me desse conta, fazendo com que comparace Jade e Carly a todo minuto, me obrigando a lembrar o quão infeliz eu estava sendo naquele casamento, há quanto tempo eu e Carly não agiamos como um casal de verdade, a única coisa que fazíamos era deitar um ao lado da outra durante a noite ou então os beijos que trocavamos vez ou outra, este estava sendo nosso contato mais íntimo.

- Você é especial Jade. - disse quando nos afastamos.

Jade olhou-me com um misto curiosidade e confusao e eu me perdi em seus olhos, chegando a conclusão de que assim como seu sorriso, o olhar cheio de vida era lindo.

- Eu? - ela apontou para si mesma um pouco risonha. Assenti. - Por que?

- Por que você consegue passar paz, felicidade e aconchego mesmo com tudo isso acontecendo em sua vida. - disse e ela abaixou a cabeça visivelmente envergonhada, suas bochechas estavam ficando mais vermelhas naquele instante. - Você é uma pessoa maravilhosa, não mude.

Jade balançou a cabeça e voltou a olhar para a janela, eu pude ver um sorriso em seu rosto. Sai de seu lado quando a chaleira fez um barulho irritante começando a soltar fumaça, indicando que a água já estava quente, então eu apenas a despejei a agora em uma caneca e coloquei o chá ali com um pouco de açúcar em seguida, coloquei meu café em uma caneca também e fui até Jade novamente.

- Obrigada. - ela sorriu doce pegando a caneca. - Você também é uma pessoa maravilhosa Perrie. - devolvi meu melhor sorriso e tomei um pouco do meu café. - Posso lhe perguntar algo?

- Claro, me pergunte o que quiser. - assenti e ela respirou fundo parecendo ponderar se deveria ou não me fazer a tal pergunta. - Estou falando sério, pode perguntar o que for.

- Bom. - ela me encarou. - Por que ainda continua casada com a Carly? Quero dizer, me desculpe se estou sendo inconveniente mas vocês só brigam, não sou boa para dar conselhos amoros ou falar de como casamentos deveriam ser, mas vocês deveriam ser mais unidas.

Era uma boa pergunta a ser feita, por que eu ainda estava casada com ela? Duas pessoas diferentes tinham me feito a mesma pergunta em menos de três horas, aquilo deveria significar algo, não deveria? Mas o que eu tinha que responder para ela? Será que deveria usar minha sinceridade ou contar aquela mentira em voz alta para ver se me fazia acreditar?

Respirei fundo e Jade continuou me encarando esperando por sua resposta, e eu tinha decidido usar minha sinceridade.

- Eu não sei Jade.







×

Eu ainda não consigo colocar os capítulos na ordem e estou putissima!

only you • concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora