C A P Í T U L O - 50

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Perrie Edwards

Devido a todo o estresse que Jade tinha passado durante os últimos dias, o médico nos pediu para voltarmos ao seu consultório mais duas vezes esse mês, apenas para que nós pudéssemos confirmar que nosso filho está bem. Jade tinha prometido para Karl, gravar o momento em que o ultrassom fosse feito e mandar pra ele, assim ele puderia mostrar para Norma.

Jade nunca esteve tão animada quanto estava nos últimos dias, falando sobre a mãe e como o natal era uma época importante para a família Thirlwall, uma época de união, e era justo isso que iria acontecer, elas iriam se reencontrar depois de tanto tempo.

Com isso, nós acabamos decidindo que esse ano vamos comemorar o natal em nossa casa, com a sua família, e quando fui dar a notícia para minha mãe durante uma rápida conversa pelo telefone, ela pareceu adorar e sugeriu que fizéssemos um grande jantar em família, algo mais íntimo, diferente do que costumávamos fazer.

O sorriso que Jade deu ao ouvir aquilo foi o mais incrível que já vi, fez meu coração se encher de amor.

Na sala de espera, Jade lia concentrada um livro sobre maternidade, com uma das mãos apoiadas em sua barriga redondinha e mais evidente aos olhos alheios, e eu apenas mexia em meu celular esperando que fossemos chamadas para nossa consulta, empolgada com a idéia de ouvir o coração do meu garoto, de "ver ele".

--- Querida. --- Jade me chamou sem tirar os olhos do livro.

--- Sim. --- abaixo o celular olhando para ela.

--- Sabia que uma mulher pode ficar em trabalho de parto por até vinte horas? --- Jade me olhou assustada, arregalando os olhos. --- Eu não quero ficar vinte horas em trabalho de parto, Perrie.

--- Você quer ter uma cesariana? Podemos falar com o médico e...

--- Não. --- Jade me interrompeu. --- Quero dar a luz ao meu bebê. --- ela passou a mão em sua barriga por cima do suéter. --- Mas... Vinte horas é demais.

--- Bom, Leigh-Anne ficou quinze horas em trabalho de parto. --- disse, lembrando-me do desespero de Jesy no instante em que a bolsa de Leigh-Anne estourou. Aquele dia foi uma loucura. --- E ela ainda quer ter mais três filhos, creio que não seja assim tão ruim.

--- Tente você da próxima vez então. --- Jade voltou a ler seu livro e eu ri, me arrastando para perto dela.

--- Quando Alex estiver com uns três anos podemos ter mais um, uma Rachel, assim o trio estará formado, o que acha? --- ergui as sombracelhas sugestiva e Jade me olhou pelo canto dos olhos.

--- Tudo bem, mas se for menino chamaremos de Chandler, e você é quem vai engravidar. --- Jade disse, e eu balancei a cabeça sorrindo.

--- O que mais diz aí?

--- Que algumas mulheres podem defecar durante o parto. --- Jade fez careta, ficando em silêncio por alguns minutos me olhando. Eu só conseguia me segurar para não rir da cara que ela fazia. --- Amor eu já não sei mais se quero ter o Alex de parto normal.

--- Pare de ler essas coisas, Jeed. --- peguei o livro de sua mão, colocando dentro da minha bolsa. --- Fale comigo, sou mais interessante do que esse livro.

--- Ele diz também que precisamos fazer yoga. Ajuda bastante. --- Jade colocou as duas mãos sobre a barriga. --- Eu realmente acho melhor sua outra mãe te dar um irmãozinho querido, por que essa daqui está fora.

--- Pare de pensar besteiras. --- ri. --- Você não vai ficar vinte horas em trabalho de parto ou vai fazer co...

--- Senhorita Thirlwall, o doutor Banks está à sua espera. --- a secretaria anunciou me interrompendo, e eu agradeci por nos livrar daquele assunto embaraçoso.

Caminhamos até seu consultório e encontramos o homem sorridente sentado atrás de sua mesa, ele nos cumprimentou e pediu para que sentassemos. Durante a consulta Jade tirou todas as suas dúvidas sobre o trabalho de parto, inclusive sobre o que estávamos conversando na sala de espera, não parecendo gostar muito quando o médico disse que o tempo do trabalho de parto é algo relativo, e ela pode ficar apenas cinco horas, ou as vinte, como foi dito no livro.

Minha única vontade era de rir das caretas que ela fazia toda vez que o médico não respondia algo que ela gostaria de ouvir, mas me mantive quieta apenas ouvindo tudo, já que qualquer pergunta que eu poderia pensar em fazer Jade já estava fazendo, se preocupando excessivamente com o bem estar do nosso bebê.

Logo depois fomos para uma outra sala, uma um pouco menor, aonde faríamos a ultra-sonografia do Alex. Minhas mãos estavam suando e eu queria chorar de emoção antes mesmo de ouvir os batimentos do meu filho, e eu lutava para segurar o celular em minha mão trêmula, gravando tudo para Norma.

Segurei sua mão firmemente, e pude sentir o olhar de Jade sobre mim. Não demorou nada para que nosso filho estivesse sendo mostrado na tela e eu começar a chorar como uma criança, tremendo ainda mais deixando aquele vídeo uma porcaria. Acabei desistindo e guardei o celular na bolsa, olhando para minha noiva.

--- As vezes eu me pego imaginando como vai ser o rostinho dele. --- murmurei e Jade olhou para mim sorrindo docemente. --- Peço para que ele se pareça com você, que tenho o seu coração, que seja bom como você, uma pessoa amável.

--- Ele vai ser meu amor. --- Jade beijou minha mãe com suavidade, fechando seus olhos. --- Ele vai ser criado por nós duas, é impossível que não tenha.

Ficamos em silêncio voltando a olhar para o nosso bebê.

--- Vocês querem ouvir o coraçãozinho dele?

--- Claro. --- afirmei empolgada, e logo o som do coração do nosso bebê dominou todo a sala.

Jade apertou mais a minha mão, e eu já não conseguia conter minhas lágrimas ou explicar o quão mágico aquilo era, constatando mais uma vez que não existia amor maior e mais forte do que o amor de mãe.

Ao nosso lado o médico parecia um pouco confuso, olhava com mais atenção para a tela e coçava a nuca franzino a testa. Naquele momento eu e Jade trocamos olhares procurados e voltamos a olhar para o médico, esperando por uma resposta, mas ele se manteve quieto.

--- Tem alguma coisa errada com o Alexander? Ele está bem não está? --- Jade perguntou apreensiva.

--- Sim, ele está perfeito. --- assentiu sem nos olhar. --- Mas é que eu acho que estou vendo uma coisa e...

--- O que? Pode dizer pra gente. --- disse ainda mais preocupada, apertando a mão de Jade.

--- Parece que não é só um bebê que vocês estão esperando, mas sim dois... Como eu não vi isso antes? --- murmurou.

Se não fosse pela cadeira em que eu estava sentada, eu podia jurar que cairia para trás imediatamente, e com Jade não seria muito difernete. Ela estava com a boca aberta encarando o médico, com lágrimas transbordando de seus olhos, começando a formar um pequeno sorriso, mesmo com sua cara de espanto. 

São dois bebês!

Nós vamos ter dois bebês!

Eu vou ser mãe de gêmeos!

Chandler!

--- E parece que é uma menina.




only you • concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora