C A P Í T U L O - 70

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Perrie Edwards

Fui para casa imediatamente depois da ligação de Jade, completamente sem rumo. Dirigi o mais rápido que pude pelas ruas até chegar em casa, e quando cheguei meu coração apertou.

Jade estava deitada no sofá chorando as mãos em sua barriga, eu mal podia ouvir sua voz quando ela falou comigo, saiu abafada e sofrida. Minha esposa chorava por ajuda, e implorava para que seus bebês não á deixassem.

Meu coração quebrou naquele momento.

Quando chegamos ao hospital ela foi levada sozinha para a emergência, e eu não pude acompanhar, infelizmente. Me sentei na sala de esperar e chorei com a possibilidade dela sair de lá sem nossos bebês. Doía tanto.

— Perrie. — ouvi a voz de minha mãe e levantei a cabeça.

— Mãe. — me levantei indo até ela. — Ela estava chorando tanto.

Mamãe passou as mãos em meu rosto e beijou minha testa, me abraçando forte. Eu estava com tanto medo. Perder meus bebês seria o fim pra mim, o fim para Jade. Nós não vamos suportar essa dor tão grande.

— O que houve? Jade estava tão bem. — mamãe se afastou e olhou em meus olhos.

— Não mãe, eu não sei... Eu... Deveria ter ficado em casa. — tentei parar com meu choro, mas não adiantou nada.

— Não Perrie, não, a culpa não é sua. — minha mãe secou minhas lágrimas. — Você não tinha como saber disso, e eu já liguei pra Norma, ela está vindo pra cá.

Assenti mesmo que no fundo estivesse morrendo de medo, voltei a me sentar em meu lugar e Debie me abraçou pelos ombros, beijando meu rosto diversas vezes e dizendo que tudo ficaria bem.

Meia hora se passou e ainda não tínhamos notícias, eu estava a ponto de surtar, andando de um lado para o outro, Norma já até tinha ligado e dito que estava no aeroporto esperando por seu vôo, mas nenhuma notícia tinha sido dada a nós.

— Eu não estou aguentando do mais essa espera. — disse alto e algumas pessoas olharam para mim. — Quero notícias mãe. — me levantei.

— Fale baixo Perrie, não transforme isso em um circo. — Debie disse.

— Familiares da paciente Jade Thirlwall- Edwards. — uma voz feminina soou alto chamando a nossa atenção. Me virei para ela vendo uma mulher de meia idade, com seu jaleco perfeitamente branco segurando uma prancheta.

— Eu sou a esposa dela. — me aproximei o mais rápido que consegui. — Como estão nossos filhos, eles estão bem? Ela está bem?

Minha mãe também se levantou e veio até nós, ambas olhavamos atentas e preocupada para a médica.

— Jade está bem, e os bebês também, porém ela terá que ficar em observação por algum tempo até que possa voltar pra casa. — disse. — Ela teve um princípio de aborto, mas os bebês já se encontram fora de risco. Jade tem passado por algum momento delicado, ou de estresse? — questionou colocando sua prancheta em baixo do braço, me olhando.

— Bom, ela estava bem até hoje cedo quando sai para trabalhar, mas no tempo em que estive fora eu não sei. — disse.

— Bom, Jade tem dois meses de gestação ainda, os bebês estão grandes e pesados, ela não pode se estressar ou fazer esforço, ainda mais por serem gêmeos, caso ela continue assim os bebês podem nascer antes do tempo ou o pior acontecer. — suspirou. — Os bebês estão começando a ficar com pouco espaço, e isso pode afetar no crescimento deles, mais exames serão feitos e o medico dela terá que acompanhar esses últimos meses de gravidez, pois pode acontecer dos bebês nascerem antes do tempo. Mas de todo modo eles estão bem e vocês podem entrar lá para ver sua esposa. — sorriu gentilmente e eu devolvi o sorriso, mesmo preocupada com tudo o que ouvi, o alívio ainda era maior no momento.

Eu e minha mãe fomos guiadas até o quarto aonde Jade estava, abrimos a porta devagar e entramos. Jade estava pálida, olhando para a janela passando a mão em sua barriga, parecendo realmente pensativa sobre algo.

— Vida. — disse baixo, chamando sua atenção.

Ela virou a cabeça devagar e seus lábios se curvaram num pequeno sorriso, seus olhos brilharam e ela pareceu feliz em me ver.

— Nós estamos bem. — disse baixo. — Alex e Bruna estão bem.

— Sim, eles estão. — fechei a porta devagar, indo até ela.

Sentei na poltrona ao lado da cama e minha mãe parou ao meu lado, com suas mãos em meus ombros.

— Como se sente?

— Com fome. — disse e eu ri. — Mas pensativa.

— Você estava tão bem quando eu saí, o que aconteceu.

Jade torceu a nova parecendo pensar sobre aquilo, e nesse momento em percebi que algo estava errado. Coloquei minha mão sobre a sua e apertei levemente, olhando em seus olhos.

— Me diz, por favor. — pedi baixo.

— Eu acho que talvez Martha deva conhecer e conviver com as crianças. — Jade disse baixo, mas tão baixo que não parecia querer dizer aquilo.

Soltei sua mão e olhei incrédula para ela.

— Ela não vai. — disse com firmeza.

— Ela é a avó. — continuou ainda baixo.

— E eu a mãe, e estou dizendo que não quero.

Parei de falar me lembrando do aviso da médica. Respirei fundo e me encostei no sofá, soltando sua mão.

— Essa não é a hora para falarmos disso, e eu nem sei por que você está tocando nesse assunto.

Ficamos em silêncio, minha mãe se afastou e saiu do quarto devagar para nos dar um momento a sós, Jade voltou a olhar para a janela e eu irritada permaneci em meu lugar, só que parada desta vez, até que as coisas começaram a fazer sentido pra mim.

— Martha esteve na nossa casa? — olhei pra ela.

Jade permaneceu calada.

— Jade fala comigo por favor, ela esteve ou não na nossa casa? — perguntei novamente.

— Sim, ela esteve, nós discutimos e eu passei mal, ela me disse umas coisas e eu...

— A minha resposta ainda é não. — me levantei. — Não e não, não aja como se eu não tivesse nada com isso ou me exclua disso, também são meus filhos e eu tomo as decisões também, e minha resposta final é não, eu não quero que aquela mulher chegue perto deles.

Sem superar por uma resposta eu sai do quarto deixando Jade sozinha.



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