C A P Í T U L O - 44

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Perrie Edwards

O silêncio dentro do carro chega a ser perturbador, Jade está com a cabeça deitada no banco olhando através do vidro, um olhar triste e solitário, ela já não fala tanto comigo quanto antes e isso é o que mais me tortura e entristece. Em casa as coisas não são diferentes, ela fica no quarto durante todo o dia, não fala nada, apenas chora e arruma as coisas do bebê sem parar.

Eu quero tanto poder ajudar, mas sinto que isso não está ao meu alcance, sinto como se fosse apenas um peso morto e nada que eu faça possa realmente ajudar Jade.

Nós estamos voltando do hospital agora, fomos fazer uma consulta de rotina, ver como Alex está e se está se desenvolvendo bem, e graças a Deus nosso filhote está perfeito, e eu me sinto tão feliz por isso. Pela primeira vez em dias Jade sorriu quando ouviu seu pequeno coraçãozinho bater forte, preenchendo a sala pequena do consultório.

Aquilo me encheu de paz.

Minha última tentativa para trazer de volta o sorriso para o seu rosto é levar ela até nossa nova casa, que já está pronta, como eu tinha prometido. Jesy me ajudou em tudo, para deixar tudo pronto para quando nos mudarmos, o único cômodo da casa que não está pronto é o quarto de Alexsander, eu deixei para que nós pudéssemos fazer isso juntas.

Sem muitas opções eu acabei cancelando a viagem para South Shields, não era a hora de sair do lado da Jade, por mais que ela tivesse insistido para que eu fosse, eu nunca vou deixá-la, ainda mais sabendo que Cooper ainda está solto por aí. Coloco minha mão em sua coxa e olho para ela rapidamente, Jade suspira sem tirar os olhos da janela e coloca sua mão por cima da minha.

--- Estamos indo ver a Lauren? --- Jade perguntou.

--- Não, estamos indo pra casa. --- respondi, olhando para o retrovisor apenas conferindo se o carro dos polícias que estavam conosco para fazer a segurança ainda nos seguiam.

--- Casa? --- Jade se virou pra mim franzindo o cenho e eu sorri. --- Nós estamos na casa da sua mãe, e esse não é o caminho Perrie.

Sorrindo, eu virei na rua aonde está a nossa casa deixando de responder Jade, vendo seu rosto agora num misto de curiosidade e diversão, voltando o olhar para as ruas. Dirigi até o final da rua e então parei o carro, e pude ver o sorriso que se formou no rosto doce de Jade, ela me olhou com seus olhos brilhando e então saiu do carro caminhando até a varanda ainda vazia.

Os policiais saíram do carro e caminharam ao meu lado parando na porta, como sempre faziam. Parei logo atrás de Jade e beijei sua cabeça tirando a chave do meu bolso e entregando em suas mãos.

--- Essa é a sua, agora você pode entrar na nossa casa. --- disse bem próximo ao seu ouvido e ela me olhou por cima dos ombros.

Separando-se de mim, ela foi até a porta e destrancou rapidamente entrando na casa devagar, abrindo a boca surpresa quando viu nossa sala completamente decorada.  A sala é grande e bem iluminada, com janelas grandes que permitiam que a luz invadisse o cômodo, Jade deu mais alguns passos indo para o centro da sala esquecendo a porta aberta.

Ela olhou tudo ao nosso redor e eu confesso que estou sentindo muito medo disso tudo, medo dela não gostar de nada disso. No centro da sala está a mesa de centro, com um vazo de rosas vermelhas no meio, que não combina nada com a decoração, mas eu tenho certeza que foi idéia de Leigh-Anne.

A lareira fica logo a frente do sofá maior, e sobre ela tinha um único porta retrato com o primeiro ultrassom do nosso bebê, dando espaço para muitos outros que ainda viriam a estar compartilhando o pequeno espaço. Tudo aqui tem algum pequeno detalhe que combina, sejam as cortinas azuis com detalhes brancos, ou as almofadas, os objetos de decoração sobre a mesa de centro e uma mesa redonda que estava entre as poltronas em frente a janela, tudo minuciosamente escolhido.

Com o sorriso imenso que Jade tinha em seus rosto palavras não se faziam necessárias. Ela caminhou até o outro lado da sala aonde uma porta grande de madeira branca com vidro mantinha a sala de jantar separada, e o cômodo também combinava perfeitamente com a sala, cadeira estofadas no mesmo tom de azul, uma vasta mesa de madeira e uma janela grande que trazia luz para dentro do cômodo quando as cortinas grandes estavam abertas.

--- Perrie. --- Jade se virou para mim com seu rosto molhado pelas lágrimas.

Evitei ao máximo reparar nas marcas em seu pescoço, aquilo me causava uma dor sem tamanho.

--- Essa é a nossa casa?

--- Sim, é a nossa casa, aonde vamos criar o Alex e os outros bebês que ainda vão vir. --- sorri. Jade selou nossos lábios rapidamente empolgada, correndo em direção as escadas que ficavam em frente a porta de entrada, ignorando a cozinha e também o jardim.

Ela caminhou pelo extenso corredor abrindo cada uma das portas, olhando para os três quartos de hóspedes e o único quarto da casa que ainda está vazio, com as paredes brancas e sem vida. Calmamente ela entrou no quarto e caminhou até a janela olhando para o nossa vizinhança, a rua calma tinha apenas algumas poucas crianças brincando em seus jardins, mesmo com o frio que está fazendo.

--- Aqui vai ser o quarto do Alex? --- sua voz estava trêmula e ela solucava em meio ao choro, um choro de felicidade.

--- Sim, o único cômodo da casa que eu e Jesy não decoramos. --- respondi, abraçando-a por trás beijando seu ombro.

--- Aonde é o nosso quarto?

--- A porta da frente. --- respondi beijando-a por uma última vez antes que ela fosse novamente para o corredor e abrisse a porta.

--- Uau. --- Jade cobriu a boca com as mãos olhando ao seu redor, e eu à segui.

O nosso quarto é um pouco menor que o do bebê, mas em compensação temos uma sacada grande a nossa disposição, que nos dava uma visão completa no nosso jardim, que apesar do inverno severo que se aproximava ainda estava verde e bonito. Bem no canto da sacada havia um sofá redondo de palha com uma almofada redonda para deixar confortável, e algumas almofadas menores jogadas sobre ela.

Alguns vazos de flores também estavam ali para a decoração, deixando o lugar com um ar ainda mais leve e romântico. Jade abriu completamente as portas de vidro e também as cortinas, iluminando completamente nosso quarto. Ela andou até nosso closet que também não era tão grande riu quando olhou para o teto vendo o lustre luxuoso que Jesy tinha escolhido, dizendo que Jade com certeza iria gostar, e ela estava certa.

Depois Jade foi até o nosso banheiro, mordendo os lábios quando viu a banheira grande e redonda ali, e eu tenho quase certeza de que assim como eu pensamentos pervertidos tomaram conta da sua mente.

--- Você gostou? --- perguntei com um pouco de receio e Jade se virou para mim.

--- Eu amei, isso é perfeito. --- ela me abraçou deitando a cabeça no meu peito. --- Obrigado por me fazer tão feliz.

--- Eu faço isso por que te amo. --- beijei sua testa. --- Amo demais.

--- Eu também amo você Perrie. --- ela me olhou. --- Desculpe se estou sendo tão chata nos últimos dias, é que eu... Cooper me dá medo Perrie, muito medo.

--- Ele ameaçou nosso filho, foi isso? --- perguntei.

Jade não negou e bem afirmou, apenas desviou seu olhar e aquilo já me bastou como resposta. Meu sangue ferveu. Como ele podia ser tão desprezível a ponto de ameaçar um bebê que ainda nem nasceu? Alguém tão puro e inocente, alguém que tem - por mais que eu e Jade façamos de tudo para esquecer -, o seu sangue.

--- Você precisa denúnciar o Cooper, você precisa contar tudo para a polícia, Jade. Por favor, você não estará segura enquanto ele estiver solto, a polícia está aqui para nos proteger, pra proteger você. --- disse apertando-a em meus braços.

Jade ficou alguns minutos silêncio, os mais torturantes de toda a minha vida, mas logo me olhou, com seus olhos inchados por causa do choro e lágrimas escorrendo pelas bochechas.

--- Eu falo Perrie, eu falo. Se isso for trazer a nossa segurança, a do nosso bebê eu digo para a polícia exatamente tudo o que eu sei, de como era a nossa vida em South Shields, aonde ele vivia, eu digo tudo, eu só quero poder viver em paz com você e sem medo.

--- Nós vamos Jeed, eu te prometo que vamos. --- disse, colocando o dedo em seu queixo o inclinando um pouco para que pudesse tomar seus lábios.














only you • concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora