C A P Í T U L O - 60

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Jade Thirlwall

Virei na cama pela milésima vez naquela madrugada, sentindo um embrulho no estômago e meu corpo trêmulos demais, meus bebês estavam agitados e se mexendo bastante, aquilo me causou algum incomodo, mas eu sabia que não era o motivo da minha insônia, estavam longe de ser.

Uma semana tinha se passado desde a minha briga com Perrie, nós estávamos bem novamente, evitando as brigas, e todo o meu sentimentalismo excessivo, eu estava evitando que outro desentendimento acontecesse. Ficar longe de Perrie era como ficar sem ar, eu sentia que poderia morrer sem ela, mesmo que ela estivesse ao meu lado.

O motivo do meu mal estar não tinha nada a ver com nós duas, com nossos filhos ou coisas do tipo, mas sim com a chegada da minha mãe em Nova Iorque. Lágrimas já enchiam meus olhos só de imaginar uma coisa dessas, minhas mãos tremiam e eu queria vomitar. Ver a minha mãe depois de tanto tempo seria como recuperar parte do meu coração que estava vazia, pois a outra, Perrie tinha colado os pedaços e feito de lar, preenchendo com todo o seu amor.

E eu não podia ser mais agradecia por isso.

Cansada de virar de um lado para o outro na cama e possivelmente acordar Perrie, eu me levantei, deixei um beijo suave em sua boca e acariciei o rosto do meu anjo, que dormia tranquila, encolhida em baixo das cobertas, suspirando pesado.

Sai do quarto em passos lentos, me arrastando cansada pelo corredor e descendo as escadas indo para a cozinha. Talvez comer me acalme, sempre me acalma, assim como cozinhar, é como terapia. Resolvi fazer alguns biscoitos natalinos, assim eu me acalmava e Perrie teria uma bela surpresa para o nosso café da manhã.

Peguei todos os ingredientes necessários e comecei a fazer a massa, logo depois peguei as forminhas de árvores de natal, papai noel e flocos de neve, modelando uma a uma antes de untar o tabuleiro e coloca-las para assar. Quando olhei no relógio preso na parede, vi que marcavam cinco da manhã, e logo Perrie estaria de pé.

A hora de minha mãe chegar se aproximava e isso me deixava mais nervosa. Preparei um chá de laranja com canela, bom para acalmar os nervos, e me sentei na cadeira, sentindo o vapor quente próximo ao meu rosto, enquanto soprava o líquido antes de começar a beber, logo me sentindo mais calma, até meus bebês tinham se acalmando.

— Logo a vovó de vocês vai estar aqui. — coloquei uma não em minha barriga, e com a outra levei a caneca até a boca, bebendo meu chá aos pouco com cuidado para não me queimar. — Mamãe está com muitas saudades dela, tanta que o coração dói. — disse, já com lágrimas em meus olhos. — Mamãe fez algumas besteiras na vida meus anjos, muitas... Talvez elas não tenham sido de todo ruim, por que resultaram em vocês dois... — alisei minha barriga, bebendo mais um pouco do chá, olhando para ela. — Não teria conhecido a mamãe Pezza, e eu não estaria no momento mais feliz da minha vida agora, então talvez... — movi a cabeça para o lado. — Todo o sofrimento tenha valido a pena, huh? — sorri, sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. — Por vocês, pela Perrie...

— Eu não sei o que faria da minha vida se não tivesse vocês. — ouvi a voz que tanto amo me interromper, e fechei meus olhos, sorrindo. — O que está fazendo acordada a essa hora? — perguntou, caminhando até mim e cheirando o ar. — Está assando biscoitos?

Perrie me olhou confusa, e puxou a cadeira a minha frente, se sentando. Me peguei perguntando como alguém consegue ser tão lindo mesmo com o rosto amassado e marcado pelo travesseiro, descabelada e meio tonta de sono, por que mesmo assim, minha mulher conseguia ficar maravilhamente linda.

— Por que está chorando? — Perrie voltou a questionar, agora preocupada de verdade.

— Estava conversando com os bebês. — alisei minha barriga novamente, bebendo o chá, morno agora. — Li em um dos meus livros, que é bom conversar com eles, e que eles reconhecem a voz dos pais, sabia? — disse animada erguendo as sombrancelhas, e Perrie sorriu negando.

— Não vida, eu não sabia. Mas é bom saber, agora posso cantar mais vezes para os meus filhotes. — ela se levantou colocando as mãos nas laterais da minha barriga, beijando-a. — Estão quietinhos agora, meu bebês, huh? — beijou novamente. — Vamos levar a mamãe de vocês pra cama, por que ela está cansada e daqui a pouco vamos buscar a vovó no aeroporto, ela está vindo ver vocês três. — ela me olhou.

— Meus biscoitos vão queimar Per. — disse, deixando minha caneca sobre a mesa.

— Não. — Perrie se levantou, esticando os braços para mim e abrindo suas mãos, me ajudando a levantar. — Você vai descansar e eu olho os biscoitos.

Perrie apertou minha mão e me guiou até as escadas, e mesmo aparentando sentir sono, ela manteve seu sorriso doce, intacto. Parei no primeiro degrau, me virando para ela.

— Você não vai deixar queimar? — ergui as sombrancelhas. — São amanteigados, Per, os preferidos da minha mãe e...

— Eu tenho que trabalhar em casa hoje por que tirei o dia pra ficar com você, ao invés de ir para o meu escritório eu fico na cozinha vida, seus biscoitos não irão queimar. — Perrie riu apertando minhas bochechas, me beijando. — Eu prometo vida.

...

Minhas mãos estavam suando e eu sentia meu estômago embrulhar, minhas pernas bambas, e eu queria chorar, e chorar muito. Muitas pessoas entravam e saíam dos portões de embarque, mas nenhuma delas era minha mãe ou Karl, e aquilo me deixava cada vez mais nervosa.

Perrie estava ao meu lado, com um copo de café em suas mãos, bebendo aos poucos para tentar se aquecer naquele frio, com uma das mãos no bolso de seu casaco pesado e groso, tapando seu cabelo com uma touca branca com uma bolinha fofa em cima, adorável.

— Calma amor. — Perrie murmurou ao meu ouvido, beijando minha bochecha. — Ela já deve estar chegando.

— Eu não consigo, Per. — disse chorosa. — Depois de tanto tempo eu vou finalme...

— Jade.

Meu Deus!

Lentamente eu me virei para trás, já sentindo as lágrimas caindo, num choro desesperado e preso há muito tempo em minha garganta. Minha mãe estava parada bem na minha frente, chorando, correndo o olhar por todo o meu corpo, sorrindo amorosa ao para-lo em minha barriga.

— Mamãe. — como uma criança, eu caminhei apressada até ela, abraçando-a com força, chorando desesperada em seu ombro, nos braços que tanto senti falta.

Norma esfregou minhas costas, e eu podia ouvir ela chorando também, mas não tanto quanto eu. Ela agarrou meu rosto com leveza, secando minhas lágrimas.

— Eu nunca mais vou deixar você ir embora de mim, minha menina. — ela colocou nossas testas. — Nunca mais.




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E depois de aguentar um calor do capeta, tenho que aguentar trovões e ficar sem internet, eu não mereço isso... Enfim, me digam sobre o capítulo, o que acharam?

only you • concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora