C A P Í T U L O - 81

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Jade Thirlwall

Martha tinha seus olhos fixos nos meus, ela parecia tão triste e perdida que eu comecei a sentir pena dela. Talvez ela não quisesse estar aqui, talvez ela não tivesse visto antes o monstro que seu filho é, e agora vendo tudo com os próprios olhos pode acreditar que eu nunca menti pra ela.

— Fica longe de mim. — me arrastei para trás quando ele se ajoelhou na minha frente, com seu sorriso macabro e olhos transbordando ódio. Virei meu rosto para o outro lado.

A vontade de chorar já era grande, só não conseguindo superar o medo que eu estava sentindo de não sair viva disso tudo. Apenas meus filhos e Perrie me passam pela cabeça.

— Eu te fiz um pedido tão simples.  — ele agarrou meu queixo, apertou até que eu sentisse dor e me obrigou a olha-lo.

— Você já me pediu muitas coisas não acha? — disse devagar.

— Esse último pedido é simples, quando você me deixar ver os bebês você sai. — ele me soltou, empurrou meu rosto para o lado e eu fechei meus olhos.

Eu quero tanto chorar, tanto. Chorar de medo e desespero por estar presa com ele de novo, e sem ter como avisar Leigh-anne.

— Eu não vou deixar você ver eles, você é instável, você é um doente. — disse com a cabeça baixa, lágrimas caíam sem parar. — Meus filhos merecem mais do que um pai como você, e você sabe disso. — olhei para ele.

Cooper me encarava sentado na poltrona, tão confortável que nem parecia que estávamos em uma situação complicada como aquela, comigo sendo mantida presa nessa droga de apartamento. Sua tranquilidade era tanta que me assustava.

— E eles tem o que merecem. Eles tem duas mães que os amam mais do que tudo, e você pode tentar algo contra mim, eu posso até não sair daqui viva... Faça comigo o que quiser, mas nos meus filhos você não encosta um dedo. — disse com toda a raiva que tinha dentro de mim, meu coração disparado, chorando.

Ele não disse nada, apenas se levantou e devagar caminhou até mim. Martha entrou na frente quando ele ia se abaixar novamente, ela o empurrou sutilmente pelos ombros.

— Deixa ela Cooper. — pediu baixo, ela parece ter tanto medo dele agora quanto eu. — Deixa a Jade e desiste dessa idéia de ver os bebês, isso não vai dar certo. Você já está com problemas demais com a polícia, não vai querer ainda mais. Temos o dinheiro, vamos embora.

Cooper se afastou de mim, seu olhar estava fixo em mim, ele estava tentando me colocar medo como fazia antes, e está conseguindo. Ele nos deu as costas e pegou a mochila indo até a cozinha. Isso não estava nos planos, ele deveria ser preso antes de olhar dentro dessa droga de mochila, e agora tudo está arruinado.

Me dá medo ao de imaginar o que ele vai fazer comigo quando descobrir que não tem dinheiro nenhum ali.

— Jade. — Martha pegou em meus braços me ajudando a levantar. — Sai daqui, se tranca no banheiro e liga pra quem quer que você estivesse ligando, só tira a gente daqui. — ela foi rápida, tirou o celular do bolso e me entregou.

— Mas que porra é essa? — Cooper jogou a mochila para longe e me olhou.

Corri o mais rápido que pude sendo perseguida por ele, ele gritava e me xingava de todos os nomes possíveis. Quando entrei no banheiro tranquei a porta, ele socava com força e gritava tanto que tenho certeza que todos do prédio podiam ouvir. Martha estava tentando acalma-lo, falando no mesmo tom enquanto ele socava a porta.

Com minhas mãos trêmulas eu digitei o número de Perrie, o único que me veio na cabeça naquele momento. Depois de dois toques ela atendeu.

— Sou eu amor, eu não tenho tenho muito tempo pra falar eu... — a porta estava começando a ceder. — Diz pra Leigh-anne entrar, Cooper está atrás de mim, eu perdi o gravador ele... — a pronta abriu e bateu com força contra a parede e eu gritei.

Cooper veio pra cima de mim como um animal, pegou o celular da minha mão e jogou contra a parede, quebrando o aparelho em pedaços.

— Você achou que podia me enganar não achou? — ele levou suas mãos até meu pescoço, seu aperto era forte, seu rosto estava vermelho de raiva e eu me debatia, socava seu peito e tentava afastar ele de mim.

— Solta ela por favor. — Martha pedia chegando muito, mas ele a ignorava.

O ar já estava se fazendo presente, minha vista embaçada e eu já não conseguia racionar direito.

— Eu mandei ela ligar, fui eu! — a mãe dele gritou, usando toda sua força ela o empurrou para longe de mim, jogando-o contra a parede.

Cai sentada no chão e levei as mãos até meu pescoço, tossindo e chorando, tentando recuperar o ar.

— Você não vai mais encostar nela eu não vou deixar.

— Você não tem que deixar nada! Sai da minha frente, eu não quero ter que te jogar pra fora daqui.

— E eu não quero ter ver a polícia te levar embora, mas estou vendo que não temos opção, nenhum de nós. — a dor em sua voz era perceptível, Martha estava sofrendo ao ver aquilo, ao ver a pessoa que seu filho realmente é.

Ouvimos um estouro vindo da sala e logo os gritos de Leigh-anne, eu me senti tão aliviada na vida. Fechei meus olhos e me permiti chorar como uma criança, Cooper tentou fugir mas eles o pegaram.

— Perrie! — ouvi minha amiga gritar. — Nós vamos achar ela, você precisa ter calma!

— Jade! — Perrie gritou alto, parecendo ignorar Leigh-anne. — Jade!

O choro era tanto que eu não consegui dizer uma palavra se quer, mas mesmo assim ela me achou. Martha já estava do lado de fora, outros policiais estavam com ela e provavelmente ela seria levada para a delegacia também.

— Vida. — Perrie correu até mim. Ela se ajoelhou no chão e me puxou para si, dei a cabeça em seu pescoço e chorei ainda mais. — Meu amor.

— Por um momento eu achei que não veria mais vocês.

Quando ouviu aquilo Perrie me apertou ainda mais em seus braços e beijou minha cabeça.

— Leigh-anne iria entrar aqui, você ligando ou não. Nós não iríamos deixar nada de ruim acontecer. Mas isso já acabou meu amor, isso já acabou, agora nós vamos poder viver em paz. — disse em meu ouvido.

Me afastei um pouco e olhei em seus olhos, sua voz estava tranquila e suave, mas Perrie chorava como eu. Nossos olhos se encontraram e ela sorriu, secando minhas lágrimas.

— Eu te prometo que tudo vai ficar bem agora vida, eu prometo. — Perrie beijou minhas testa.





••

perdoem a minha demora.

only you • concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora