C A P Í T U L O - 57

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Jade Thirlwall

— Eu quero ir para a delegacia. — me levantei imediatamente, deixando minha bebida de lado.

— O que? — o sorriso de Perrie se desfez e ela me olhou incrédula.

— Sim, eu quero ir até a delegacia. — repeti o que tinha dito antes, só que com mais firmeza.

— Você não vai. — Perrie aumentou seu tom de voz, se aproximando de mim.

— Sim Perrie, eu vou, sem você ou com você. — afirmei caminhando em direção a saída, ignorando seus chamados.

Ver Cooper era sempre traumatizante pra mim, estar perto dele me causa medo, mas mesmo assim eu quero estar lá, quero ter o gosto de vê-lo atrás das grades, para pagar por todos os crimes que ele cometeu, por tudo que me fez passar nos anos que eu estive ao seu lado, mesmo que essa minha pequena sede de vingança cause uma briga com Perrie.

Quando já estava saindo, senti todo o frio bater em cheio contra meu rosto e coloquei as mãos no bolso do casaco, continuando a caminhar até o ponto de ônibus, ou de táxi talvez. Senti um aperto em meu braço e parei de andar, Perrie me apertou com força e seu olhos transbordavam uma preocupação desmedida, meu coração apertou naquele instante mas nada que me fizesse mudar de idéia.

— Pra que isso? — ela me soltou, perguntando com curiosidade, mas isso não fazia com que o desespero á deixasse. — Por que?

— Por que eu quero ver ele, quero ver ele preso, olhar nos olhos dele e dizer que ele vai pagar agora por tudo que me fez. — disse entre dentes, sentindo a raiva tomar conta de cada músculo meu.

Talvez raiva não fosse a palavra certa, mas sim ódio. Raiva era pouco para descrever tudo o que eu sentia quando olhava para ele, quando me lembro de toda a humilhação que ele me fez passar, dos seus gritos e ofensas desmedidas lançadas sobre mim, a frieza que transbordavam de seus olhos toda vez que eu estava machucada, implorando para que ele me deixasse em paz.

Saber que ele está preso faz com que meu medo suma, faz com que eu me sinta forte novamente, e a paz volte a fazer parte da minha vida, me faz ter a certeza de que eu e meus filhos estaremos seguros agora, e é por esse motivo que eu quero ver ele, e pela primeira vez em minha vida ter coragem para desafia-lo.

— Você não precisa ir até ele Jade, acabou, nós simplesmente teremos paz agora. — Perrie insistiu, tocando meu rosto.

Fechei meus olhos se sentindo a suavidade de seu toque, mas não me deixando convencer. Coloquei minha mão por cima da sua e abri os olhos devagar, encarando os seus.

— Me desculpe vida, mas eu preciso. — disse.

Perrie respirou fundo vendo que não havia uma maneira de me convenver, descendo suas mãos pelo meu rosto dando alguns passos para trás, e nesse momento eu tive medo do que viria a seguir.

— Eu vou chamar Caitlin e Aaron, deixar ele em casa e nós vamos. — ela soou indiferente e seca, não olhando em meus olhos e mantendo uma distância considerável.

Não tive a chance de dizer mais nada, pois Perrie colocou as mãos em seu bolso andando para longe de mim.

...

O caminho até a delegacia foi de um silêncio torturante, e apesar de estar fazendo minha vontade — como sempre nos últimos dias —, Perrie não parecia satisfeita com aquilo, ela nem ser quer olhava em meus olhos. Por outro lado, apesar da chateação com o fato de Perrie ter mudado tão drasticamente comigo, meu coração saltitava dentro do peito, batendo descompensado.

only you • concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora