C A P Í T U L O - 79

1K 86 61
                                    


Perrie Edwards

Me dói tanto dizer uma coisas dessas para ela, mas eu não tenho alternativa, Jade está prestes a cometer um grande erro e eu não posso deixar. Ela me encarou por um tempo tão em choque que até seu choro parou, sua boca estava aberta e nos encaravamos firmemente, meu coração acelerado pela reposta dela, morrendo de medo sem saber o que ela realmente iria fazer.

— Você não pode fazer isso comigo. — eu quase não pude ouvir sua voz, uma única lágrima caiu de seus olhos.

— Sim eu posso, e se você se arriscar desse jeito eu vou. — tentei não me mostrar abalada pelas suas lágrimas, tentei ser firme em minha decisão por mais que me disse, e pela primeira vez desde que essa briga toda começou Jade desviou seu olhar. — Pensa bem no que você vai fazer, por que não vai ter volta. Se você sair é definitivo Jade, acabou.

Jade se sentou no sofá depois de alguns minutos olhando para o nada, parecendo pensar. Eu me senti aliviada, respirei fundo e fechei os olhos, sentindo um alívio tão grande que me fazia querer gritar. Ela cobriu o rosto com as mãos e chorou muito, desesperada. Fui para o seu lado e toquei suas costas suavemente, Jade se esquivou, se afastou de mim como se eu tivesse alguma doença altamente contagiosa.

— O que nós vamos fazer? Em? — me olhou, ela falava mais alto do que de costume e eu me surpreendi com isso.

— Há quanto tempo tem me escondido isso? — perguntei.

— Alguns dias. Ele me viu quando fui levar os bebês ao médico.

— Por que não me contou?

— Perrie. — Jade se levantou falando com impaciência.

— Eu preciso saber, preciso saber por que não me contou. Eu não te falei pra te poupar disso, pra não te deixar desse jeito.

Jade me olhou como se eu tivesse falado um absurdo, e depois de repetir a frase mentalmente eu descobri o por que. Não era só ela que estava mentindo, eu também estava.

— Você sabia e não me contou? Acha mesmo que tem o direito e me chamar de mentirosa?

— Eu fiz isso para o seu bem.

— Assim como eu também fiz.  — andei até ela parando bem a sua frente, olhando em seus olhos. — Eu sei que deveria ter falado pra você, desculpa.

— Me desculpa também, eu não devia te esconder as coisas. — olhei para baixo. — Mas eu só pensei no seu bem Jade.

Jade desviou o olhar, sentou- se no sofá e se encostou deitando a cabeça, seu olhar parecida perdido e vagava pela sala enquanto ela pensava e o silêncio torturante tomava conta de tudo, me cortando como se fosse uma faca afiada, e só então eu comecei a pensar no que tinha dito, e se ela estava realmente pensando sobre aquilo.

A pior coisa que pode acontecer é Jade se divorciar de mim agora, é ficar longe dos meus bebês e não ver eles crescerem como gostaria, participando de casa pequeno detalhe da vida deles. Em meio a todo aquele silêncio e pensamentos embaralhados e perturbadores a campainha tocou, Jade levantou a cabeça olhou para porta e depois para mim.

— Você chamou mais alguém? — perguntou baixo.

— Não, eu não chamei. — me levantei. — Eu vou abrir, fica aí e qualquer coisa se tranca lá em cima e liga pra polícia.

Jade balançou a cabeça me olhando assustada, se levantou e deu alguns passos para trás. Fui até a porta, minhas mãos suavam e tremiam, o medo de ser ele atrás da porta me dominava, e se fosse ele eu não saberia o que fazer. Contei até três mentalmente e abri, respirando aliviada quando vi Leigh-Anne ao lado de outras duas pessoas.

— O que foi? Está passando mal? Você está branca como um papel. — ela entrou e os outros dois homens a seguiram.

— Não, está tudo bem. — fechei a porta.

— Jade está aqui não está? — Leigh-Anne perguntou aflita, olhou para os lados e sorriu levemente quando viu Jade parada do outro lado da sala, mais aliviada agora, assim como eu. — Você está bem? Quer alguma coisa?

Jade negou balançando a cabeça e voltou a se sentar.

— Eu só estou um pouco nervosa mas vou ficar bem.

— Não quero ser sem educação Leigh-Anne, mas o que vocês estão fazendo aqui? — perguntei tentando ser o mais educada possível, mas pela cara que minha amiga fez parece que não consegui muito bem.

— Viemos falar sobre o Cooper, Per.

— Falar o que? — Jade se levantou e veio até nós. — Sobre como vocês o deixaram escapar?

— Jade. — a repreendi.

— Nós vamos pegar ele de novo, é por isso que estamos aqui. — um dos homens que vieram acompanhando Leigh-Anne falou.

— E como vão fazer isso? — perguntei.

No momento em que fiz essa pergunta todos os olhares foram para Jade, e suas feições mudaram imediatamente. Minha esposa estava tão confusa quanto eu, olhando com raiva para os policias, e eu entendo seu lado, entendo Jade sentir que a justiça não foi feita por ela, entendo ela achar que a justiça não existe, já que Cooper está nas ruas novamente.

— Por que estão todos olhando pra mim? — ela foi rude ao perguntar, Jade estava uma pilha de nervos.

— Perrie a gente pode conversar na sala, com mais calma? — Leigh-Anne perguntou.

— Claro, vamos.

Seguimos todos para a sala, os detetives e Leigh-Anne se sentaram no sofá maior e eu fiquei em pé ao lado de Jade, que se sentou na poltrona, seu olhar entediado recaindo sobre os policias em nossa sala. Leigh-Anne respirou fundo antes de dar início a nossa conversa. Nunca á vi tão séria em toda minha vida.

— Eu sou o detetive Adam e esse é meu parceiro Kevin. — apontou para o homem ao seu lado. — Nós dois estamos trabalhando nesse caso há meses Jade, e depois que Leigh-Anne nos falou da ameaça que ele fez pensamos em um plano que tem grandes chances de dar certo.

— Que plano é esse?

— Você vai seguir com o combinado, vai até ele para entregar o dinheiro, só que nós vamos estar lá também. Vamos montar uma armadilha. — Kevin completou.

— Isso é arriscado. — disse de imediato, completamente contra aquele plano. — Não podemos arriscar a vida dela.

— Não temos outra alternativa. — Leigh disse.

— Sempre temos, nós sempre temos!

— Não Perrie, não dessa vez, ou nós o pegamos agora ou ele vai fugir, e se isso acontecer será difícil achar ele de novo. — Leigh-Anne olhou para Jade. — Nós precisamos saber de você Jade, se você concorda com isso, se disser que sim nós vamos te explicar como tudo vai funcionar, e eu te digo, isso tem grandes chances de dar certo.

Jade respirou fundo e me olhou, seus olhos imploravam por aquilo, eu podia ver, me mostrar contra — mesmo que eu esteja — não é justo com ela, com a nossa família e a nossa felicidade. Ignorando todos os meus pensamentos negativos levei minha mão até seu ombro e apertei levemente, dando a ela de um jeito sútil a afirmação de que aquilo era o certo a se fazer.

— Sim Lee, eu quero fazer isso.






only you • concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora