C A P Í T U L O - 83

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Perrie Edwards

Eu sempre estive confiante em cada um dos meus casos, garantindo ao meu cliente a liberdade, fazendo com sua inocência fosse provada e sua vida retomada, sempre, por isso sou a melhor, mas hoje, especialmente nesse caso eu não me sinto tão confiante como sinto que deveria estar.

Minha cabeça dói depois de horas no tribunal, mesmo com a sala de espera em absoluto silêncio. Os pensamentos frenéticos em minha cabeça não param, as paranóias não param, e por isso minha cabeça dói tanto.

Ao meu lado está Jade, quieta, observando tudo ao seu redor, se sentindo mal pelos olhares que o júri lançou para ela, como se ela fosse culpada, mas logo isso mudou, no minuto em que o áudio foi revelado para que todos no tribunal ouvissem.

Não foi difícil chegar a conclusão de que Cooper é um homem asqueroso e mentiroso, mas ainda sim, não posso falar pelo júri e nem julgar por ele, pois se pudesse minha esposa não estaria passando por isso, não mesmo.

No total já se passaram cinco horas e alguns minutos que estamos aqui, ouvindo as testemunhas e fazendo tudo como se deve, e assim como Jade eu não vejo a hora disso acabar.

— Como estão os bebês? — perguntei chamando a atenção de Jade.

Falar sobre outros assuntos talvez possa ajudar.

Ela sorriu pequeno e piscou seus olhos, como se tivesse algo para me contar. Ergui as duas sombrancelhas esperando pela minha resposta.

— Estão com Camila, Lauren e Martha. — disse devagar.

— Martha? — perguntei.

— Sim. Per esse não é o momento para discutir isso eu...

— Tudo bem, Martha se mostrou uma boa pessoa e eu não posso simplesmente negar que ela veja os netos, tudo bem, temos coisas mais sérias para nós preocupamos agora. — toquei seu rosto.

Sabíamos que não era o momento e nem o lugar para demonstrar tanto afeto, mas eu não conseguia, estar perto de Jade e não poder toca-la era quase como tortura para mim.

— Se eu sair livre daqui... — ela começou a falar e eu revirei os olhos.

— Você vai. — disse firme.

— Quando eu sair livre daqui, eu quero aproveitar cada minuto do seu lado. — Jade disse.

— E eu já sei como. — sorri e desviei meu olhar. — Se lembra quando falamos da nossa lua de mel? — Jade balançou a cabeça. — Você terá uma lua de mel inesquecível.

Jade deu um grande sorriso, tão grande que nem parecia que estamos a esperar o veredito que decidiria sua vida. As portas de madeira a nossa frente foram abertas e Jesy entrou ao lado de um policial, nos levantamos. Meu coração já varia forte tomando pela ansiedade.

Aquela era a hora.

— Estão chamando para a leitura do veredito, Perrie. — Jesy disse.

Respirei fundo e olhei para Jade. Podia ver o nervosimo transbordando pelos seus poros, suas mãos um pouco trêmulas e suando. Jade começou a andar em silêncio e eu a seguir até o tribunal.

Quando chegamos a primeira coisa que fiz foi olhar para o júri, e como sempre eles se mantinham calados, sem reação, apenas esperando o momento para dizer se Jade estava livre ou não. A demora estava me matando.

Me sentei em meu lugar e Jade ao meu lado, Cooper também estava ali, com seu uniforme laranja e mãos algemadas ao lado de sei advogado, como se existisse no mundo alguém capaz de provar sua inocência. A cena chegava a ser hilária.

Olhei para minha esposa e sorri, Jade tentou fazer o mesmo mas estava nervosa demais, pegou em minha mão por debaixo da mesa e o voltou seu olhar temeroso e perdido para os jurados, a procura do que eu imagino ser uma resposta.

A juíza chegou e todos nos colocamos de pé. Ela caminhou até seu lugar com um olhar duro e indecifrável, sentou e  colocou seus óculos, dando ao júri a liberdade para dizer o que tinham decidido, e então a atenção estava toda para eles, e a tensão ali não era pouca.

Jade já estava chorando sem nem mesmo saber o que eles tinham decidido. Uma mulher então se levantou e tirou de dentro do envelope um papel, e então começou a falar:

— Nós do júri consideramos Jade Amélia Badwi Thirlwall-Edwards, inocente. — disse.

Jade desabou ao meu lado, cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar. Me aproximei dela e abracei, chorando junto a ela, mas tentando manter a calma.

Um burburinho alto começou e Cooper estava furioso, pois a sua sentença também dita, e ele era culpado de todos os crimes que foi acusado. A juíza bateu o martelo e falou alto para recuperar a ordem no tribunal, todos se calaram.

Jade não sabia se chorava ou ria de felicidade, alívio, e eu me encontrava da mesma forma que ela. A juíza então leu a sentença de Cooper, que não foi nada leve. Ele pegou vinte anos de prisão.

Saímos do tribunal lado a lado, Jade ainda bastante emotiva, chorando. Eu mal podia acreditar que todos aqueles meses de agonia, que todo o sofrimento e angústia tinha chegado ao fim, e que agora, nós poderíamos finalmente viver em paz com nossos filhos, com a nossa família.

— Eu nem acredito que isso tudo acabou. — Norma puxou a filha para um abraço quando já estávamos do lado de fora do tribunal.

Norma beijou seu sua testa enquanto segurava o rosto de Jade com ambas as mãos, olhando em seus olhos.

— Nós vamos poder viver em paz agora. — disse.

— Eu nem posso acreditar mãe. — Jade secou as lágrimas. — Eu vou poder finalmente viver a minha vida, depois de anos presa a ele, eu finalmente vou poder viver de verdade.

— Minha querida. — Norma abraçou Jade novamente.

— Nós precisamos comemorar isso. — Leigh-anne disse alto chamando nossa atenção, abraçando sua esposa por trás.  — Finalmente isso tudo acabou. — ela soltou Jesy e foi até Jade, esperando que Norma a soltasse para que ela pudesse abraça-la.

Depois de muitos abraços e muito choro, todos dizendo o quanto estavam feliz por Jade, nós fomos até o nosso carro, iríamos para casa comemorar de alguma forma a liberdade de Jade, o fim daquele inferno o qual estávamos vivendo.

Enquanto dirigia para casa eu senti uma paz surreal, como se eu peso tivesse saído das minhas costas, como se naquele momento a minha vida ao lado de Jade estivesse apenas começando, e no fundo estava mesmo, só que muito melhor é feliz do que antes.

E é isso, minha vida ao lado de Jade está começando agora.

only you • concluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora