No Trust

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  Van Helsing, era como ele era conhecido por aquelas redondezas.

  Um homem devoto a Deus que se disponibilizou como caçador de Demônios após o massacre da sua família feito por um demônio. Van jamais perdoou os renegados do inferno por isso. E agora ele havia "prometido" ajudar a sobrinha em uma possível cura contra o vampirismo.

  Porém, como era de se esperar, nada de útil foi dado em prosseguimento nesses dias.

  Rachel foi torturada de todas as formas em busca de uma morte ou quem sabe, uma cura. Porém nada...

— Tentamos de tudo. Enforcamento, estaca de madeira no cérebro, ou em outras áreas fatais, afogamentos em água normal e em água benta... Essa eu até peço perdão, percebi que deve ter queimado mais do que o necessário. — Dizia Van à Rachel que estava quieta na maior parte do tempo apenas encarando do pescoço do conde, que após fazer uma lista de formas da qual eles tentaram matar Rachel, finalmente estava começando a reparar que ela estava com fome. — Só não tentamos a estaca com água benta no coração. Talvez essa dê certo. — Respondeu jogando em sua direção uma garrafa de pano contendo um líquido dentro.

— Por que ao invés de me dar esse sangue horrível de animais, o senhor simplesmente não toma um banho. Está cheirando a demônio morto em todos os seus poros... — Respondeu Rachel porém logo notou algo diferente na garrafa. O cheiro... Era diferente. — O que é isso? 

— Bebe e pare de reclamar sobrinha. Agradeça-me mais tarde. Quando terminar o seu lanche, iremos tentar o próximo.

  Rachel nem o contestou  apenas abriu a garrafa de pano e virou cada gota daquele líquido escuro. Era bom... Tão bom quanto o sangue humano. Foi então que depois de devorar todo o sangue da garrafa que ela percebeu. Aquilo não podia ser sangue humano.

— Me deu sangue de demônio? — Ela perguntou e seu tio a encarou inexpressivo enquanto retirava sua armadura prateada e pesada aos poucos. — Irei perguntar novamente... Me deu sangue de demônio?

— Aparentemente você gostou desse. 

— Isso é nojento! O senhor passou dos limites desta vez!

— Por que?

— Por que? Não é óbvio meu tio? Sangue de demônio?

— Queria que eu lhe desse o que? Cortasse minha garganta para que se alimentasse de mim como bem entender garota? — Disse ele e Rachel permaneceu calada. — Não reparou em nada de diferente Rachel? Quando bebeu do sangue de um cordeiro, vomitou até as entranhas, porém quando lhe dei sangue demoníaco, quase comeu a garrafa inteira!

  Rachel não havia pensando nisso, e ele meio que tinha razão. Por que ela não conseguia beber de sangue animal?

— Você é um demônio. Animais são criaturas puras e inocentes. Como bebês. 

— Demônios são seres impuros... Assim como seres humanos...

— Em outras palavras. O sangue de animal por ser algo puro demais, lhe faz mal.

— Então se eu beber do sangue de um anjo, é como se estivesse bebendo água benta?

— Talvez sim, talvez não. — Rachel franziu o cenho da testa com aquela afirmação. — Quem foi que disse a você que todo anjo é um ser puro?

— Oras... Se deus os criou então...

— Pense da forma que quiser Rachel. Mas lembre-se. O diabo já foi um anjo. — Respondeu subindo para o seu quarto trocar de roupa, e provavelmente conferir se um certo demônio ainda estava em seu porão secreto.

Alucard: O Início - Vol 1 - Uma história Renegados do Inferno - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora