O exorcismo

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— Não acho que isso seja de fato uma boa ideia... — Respondeu Rachel vestindo um longo vestido dourado, óculos escuros e um guarda sol para se proteger da manhã ensolarada da grande Valáquia.

— Vamos, não há ninguém aqui, esta igreja fora abandonada a algum tempo. — Respondeu Van entrando na igreja com uma maleta em suas mãos e um chapéu negro e arredondado cobrindo seus cabelos castanhos escuros batendo no ombro com o volume.

— Entre.

— Ah... Eu não gosto daqui... Não tinha uma igreja sei lá... Menos...

— Sagrada? — Perguntou ele. — É normal se sentir desconfortável dentro de igrejas, alguns demônios odeiam. Mas depois que entra você se acostuma, acredite eu sei.

— Então.. Aparentemente o senhor é bastante experiente nesses assuntos. — Disse Rachel avançando os pés até entrar na igreja arrepiando-se por completo. Porém ele estava certo, era apenas um desconforto, nada com que se preocupar.

— Sim. E na verdade, é bastante interessante a história que me contou. Sobre essa tal, Elizabeth. 

— Não é uma história meu tio, é um fato.

— Sim. O que de fato me incomoda é o que me disse sobre ela ser uma bruxa negra.

— O que isso tem a ver?

— Tudo. Bruxas são seres muito poderosos Rachel, só perdem para os sete lideres do inferno e olhe lá. Talvez ainda percam.

— Conheceu uma bruxa?

— Já matei uma bruxa. E a meretriz continuava a surgir de novo, e de novo. Ganhei uma cicatriz por culpa dela. Uma bem gigantesca nas costas. Veja, viu essa banheira vazia? Tem rastros de sangue por todo o canto. Foi aqui que a bruxa amaldiçoou seu pai.

— Como pode ter certeza?

— Que lugar seria melhor para praticar magia negra se não no meio de uma floresta em uma igreja abandonada, minha cara sobrinha?

— E pretende me ... "Exorcizar" neste lugar? Onde meu pai foi transformado em um... Sanguessuga?

— Eu acho o termo vampiro mais adequado nesta situação. — Ele respondeu respirando fundo. — Outra coisa. Você disse que ela usa o nome dos Karnstein para se passar por condessa. E não está errada. Acho que provavelmente ela se aproveitou de alguém da família Karnstein como jogo sujo. A família inteira fora massacrada a quase 20 anos atrás. Também por demônios. Dizem que o incêndio não foi proposital, mas eu discordo, isso se não foi a própria Elizabeth. 

— Mas como ela pegou o sobrenome Karnstein se não sobrou ninguém da família pra contar história?

— Quem disse que não sobrou? — Ele perguntou empurrando a banheira. — Soube que uma das propriedades dos Karnstein estão sendo reutilizadas por uma parente distante. Na Estíria, no reino da Áustria. Uma mulher que voltou se dizendo ser parente e pertencente a corte. A última sobrevivente e nova condessa dos Karnstein.

— Quem? — Perguntou Rachel enquanto assistia seu tio colocar as velas em posição de pentagrama.

— Ah, seu nome não me vem a mente agora... Algo como... Camila, ou Carolina... — Rachel começou a pensar fundo. 

  Camila? "Mircalla Karnstein". Camila... Não seria...

— Carmilla?

— Isso! Como sabe?

— É por que Carmilla é um anagrama. — Respondeu Rachel. — A última herdeira dos Karstein foi uma garota quase da mesma idade que a minha chamada Mircalla. — Respondeu enquanto seu tio acendia as vela e desenhava com sangue fresco de animal trazido em uma garrafa de pano no chão. — Mircalla é um anagrama de Carmilla, se inverter as letras se transformam no mesmo nome. 

Alucard: O Início - Vol 1 - Uma história Renegados do Inferno - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora