Laura correu contra o tempo, não buscaria muitas coisas apenas o mais importante. Uma maleta com um par de roupas e seu grimório. Não podia despertar curiosidades, sem contar que o sol já estava quase se pondo e isso era ruim.
A sorte de Carmilla era ter a velocidade vampírica e poder correr a tempo de fugirem sem problemas.
Ao checar todos os seus bens mais de uma vez para ter certeza de que não estava esquecendo nada, Laura se dirigiu a porta de seu quarto dando de cara com Lafontaine em sua porta.
— Indo a algum lugar Lady Hollis? — Perguntou a governanta um tanto desconfiada.
— E-eu? Não! Imagina Laf, só estou... Doando essa maleta cheia de coisas inúteis. — Respondeu.
— Como roupas espremidas e prontas para uma fuga? — Perguntou e Laura arregalou os olhos.; Lafontaine respirou fundo.
— Acha que lhe conheço a quanto tempo Laura? Te criei menina. Sei exatamente o que se passa nessa sua cabeça.
— Então sabe que não vai me impedir de sair dessa casa.
— Sei. E é por isso que não vou. Apenas quero que tenha certeza absoluta que está de fato certa disso. Depois que se for, não terá como voltar. O rei e o príncipe jamais aceitarão a sua rejeição Laura.
— Eu sei... E estou mais do que certa Laf...
Lafontaine soltou um suspirou antes de abraçar fortemente a menina que carregou desde pequena.
— Cuide-se minha menina...
— Pode entregar ao meu pai esta carta por mim? — Pediu retirando da maleta uma carta coberta de lágrimas que ela escreveu e Laf fez que sim com a cabeça. — E-eu, escrevi para ti e para Perry também... Não imaginei que viria ao meu encontro... Se algum dia eu... Se for possível virei vê-los... Só espero receber o perdão do meu velho pai por isso.
— Ele perdoará. Sherman é teimoso e turrão. Mas te ama, filha. Ele te ama.
— E eu amo todos. — Sorriu dando a ela outro abraço. — Que isto não seja um adeus...
— Não será. Agora vá, antes que o príncipe venha te procurar. Corra! — Disse ela e Laura fez que sim com a cabeça correndo para sair pelas portas do fundo. — Espero que Carmilla seja mesmo a pessoa certa pra ti minha menina. — Respondeu aos sussurros. Laf já sabia quem era a amada de Laura, e mesmo assim, sorriu enquanto as lágrimas escorriam de seu rosto.
E por falar na condessa. Carmilla também não demorou muito para se arrumar e preparar-se. Sairia das garras de sua mãe e seria esta tarde.
— Sabe o que está fazendo não sabe? — Perguntou Matska, sua irmã usando a velha fita de cetim no pescoço com aquela pedra brilhante a enfeitando.
— O que eu já deveria ter feito a muito tempo atrás.
— Carmilla, com nossa mãe não se brinca. Sabe o que ela fez com o Will.
— Sim. Eu sei. Will foi tolo de enfrenta-la cara a cara. Eu não. Não serei tola de enfrenta-la, serei esperta de fugir dela.
— Se ela te achar, você era um destino talvez pior que o do nosso irmão.
— Mattie. Não suporto mais essa vida de servir Elizabeth como um cachorro preso ao dono. Não sou a escrava e muito menos a serva dela. Tenho minha liberdade de escolha. — Respondeu Carmilla parando de fazer o que estava fazendo para encarar a irmã que permaneceu quieta. — Pode vir comigo se quiser. Laura não se importaria com sua presença, ela é um doce de pessoa.
— Não sou tão corajosa quanto a ti minha irmã.
— Sim. Tu és. Só tens medo de me ver partir.
— E para onde vai?
— Não sei ainda. Para bem longe do alcance daquela mulher. — Respondeu avançando para dar o fora dali quando Matska a segurou pelo braço impedindo sua partida.
— Tu amas aquela garota, Carmilla? — Perguntou lhe lançando aquele olhar protetor de irmã mais velha.
Carmilla pensou no que responder. Ainda era cedo pra dizer se Laura era mesmo o amor de sua vida. Mal se conheciam, mas ela se sentia tão bem ao lado dela, já gostava tanto dela, já havia se apegado tanto que não tinha uma resposta que não fosse sim.
— Amo. Eu amo.
— Carmilla Karnstein. A última sobrevivente do massacre da mansão Karnstein está apaixonada. — Matska sorriu. — Corra Carmilla. Corra pois a nossa mãe não vai parar até encontrar você.
Carmilla fez que sim com a cabeça antes de entregar a sua irmã um longo abraço.
— Obrigada por se importar comigo ao ponto de me proteger várias, e várias vezes do perigo minha irmã. Eu amo você Mattie. Se cuida.
— Eu também te amo, Carmilla. — Ela sorriu e Carmilla também, pegando sua maleta. — E o seu gato?
— Fique com ele. Ele será o sinal de que eu estou com você ainda.
— E se ele voltar pra você um dia, é porque eu não estou mais. — Sorriu ela.
— Não diga bobagens sua tola. — Sorriu. — Tchau Mattie.
— Tchau Carm.
A condessa sorriu antes de correr para longe daquele lugar. Não queria deixar sua amada esperando e não iria mais.
Estava na hora das duas terem um final feliz.
***
O sol já estava se pondo e nada de Carmilla aparecer. Será que havia ficado encurralada? Será que sua irmã havia barrado sua fuga? Ou pior... Será que ela havia desistido de Laura? Se isso for mesmo verdade então Laura estava perdida... Será que ela deveria retornar e implorar o rei por perdão?
Como estaria seu pai no castelo? Será que Lafontaine havia conseguido contornar a situação? Ou será que o príncipe e o rei estariam revirando toda Estíria atrás dela?
Céus, como ela estava preocupada! Onde diabos estava Carmilla?
— Laura! — Gritou a voz sensual de uma vampira vestida de preto e usando um óculos de sol para proteger seus olhos sensíveis a luz do sol.
— Carm! — Gritou de volta correndo para lhe abraçar.
Aparentemente Carmilla não havia desistido dela, assim como ela não havia desistido das duas.
— Pensei que havia desistido! — Disse Laura ao abraçar firmemente a menina.
— Jamais. Minha irmã me enrolou um pouco, estava com medo de que VOCÊ tivesse desistido pela minha demora. — Ela sorriu. — Agora vamos, precisamos sair daqui imediatamente. Minha mãe está na cidade, e o rei está a sua procura.
— Mas já? Digo... Mal, se pôs o sol!
— Aparentemente ele já estava a sua procura e percebeu da sua fuga, Little Cake.
— Little cake?
— Modo de falar, vamos rápido antes que um dos dois encontre nós duas! Se minha mãe nos achar tudo vai por água abaixo. — Respondeu pegando a mão de sua amada e se virando para correr em direção a carruagem que havia encontrado porém, acabou parando no meio do caminho com uma visita não tão agradável pelo caminho.
— Acho que é tarde demais pra isso, filhinha amada. — Respondeu Elizabeth surpreendendo Carmilla de maneira chocante. Ela nem sequer havia sentido o cheiro de seu sangue!
— Mãe?
— Ela é bem mais jovem do que imaginei que fosse. — Respondeu Laura com a voz tão fina de nervoso que fez Elizabeth rir.
— Pelo visto, você finalmente fisgou o peixe. Não é mesmo Carmilla?
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Alucard: O Início - Vol 1 - Uma história Renegados do Inferno - Vol 1
VampirRachel Alucard, é a filha do conde Vlad Alucard, dono de um império, mas que está vivendo um conflito de guerras no ano de 1462. Com o decorrer do tempo, Rachel acaba se contagiando com a terrível Peste cinzenta (tuberculose) obrigando o conde a rec...