O Noivado

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 O castelo do lorde Hollis estava tenso. Receberia hoje uma visita da mais especial possível. O filho de Frederich III, Jonah I príncipe da Prússia, um dos reinos aliados com a Romênia e com a Áustria.

  O rei já estava se sentindo em casa enquanto conversava com Sherman, pai de Laura, já Jonah e Carmilla esperavam por Laura. Algumas vezes Carmilla encarava o príncipe com olhar de deboche, mas o mesmo não havia reparado.

  O príncipe era mais feio do que esperado, tinha o rosto achatado e era magrelo. Usava aquelas meias brancas e finas que subiam até o joelho enquanto que seu sapato preto era enorme e pontudo. Uma espécie de boina preta escondia seus cabelos loiros indicando a presença de um príncipe.

  Laura desceu as escadas com graça e vergonha. Usava um adorável vestido cor de um amarelo-bebê e cheio de pedrinhas brilhantes na cor ouro.

  Ela estava tão graciosa que Carmilla não conseguiu disfarçar a queda que tinha pela lady Hollis. Sua vontade era de ir ao seu encontro e dizer a ela o quão linda ela estava, porém seus pensamentos foram interrompidos pelo príncipe de araque que pousou as asasinhas primeiro.

— Como está linda está noite, lady Hollis. — Disse o príncipe fazendo com que Carmilla revirasse os olhos e se dirigisse para a mesa do café da manhã com antecedência.

  Ao se dirigir até a mesa de jantar Laura decidiu sentar-se do lado de Jonah, porém, de frente para Carmilla que apenas escutava e observava atentamente os passos da corte da Prússia.

 — Então, o que estão achando da Estíria? — Perguntou Sherman iniciando uma conversa

— Uma maravilha. O povo é bastante elegante. — Disse o rei Frederich.

— Assim como a milady. — Disse Jonah entregando um sorriso "charmoso" à Laura. — E então, como a condessa Karnstein conheceu Lady Hollis? — Perguntou Jonah.

— Ah, interessante ter tocado no assunto. Nos conhecemos em u... —Dizia Carmilla sendo interrompida por Laura.

— No parque. — Jamais que Laura permitiria Carmilla entregar que Lady Hollis havia frequentado uma taverna repleta de bêbados apenas por teimosia e raiva do seu pai.

— Bom, parecem que as duas são bem próximas. — Disse o rei.

— É, somos realmente bastante íntimas, especialmente agora que...

— Que Carmilla está partindo. Sentirei muita saudades. — Respondeu Laura provocando a atenção da condessa. — Somos íntimas realmente. Digo... como amigas. Por que, somos amigas. — Respondeu com seu jeito desajeitado começando a calar a boca e comer algo antes que falasse demais.

— Entendo... Bom, e como passou a noite? — Perguntou o príncipe e Laura quase engasgou ao se lembrar. 

  Carmilla tentava esconder a risada enquanto provocava a Lady Hollis, alisando suas pernas com seu pé deixando Laura um tanto desconfortável.

— Creio que não dormiu muito bem, hoje de manhã parecia bastante cansada. — Respondeu Carmilla levantando cada vez mais o seu pé para as pernas de Laura que tentava disfarçar o quão desconfortável estava naquele momento.

— É não dormi mesmo, tive um terrível sonho da qual um gato preto me atacava! — Respondeu.

— Cuidado, minha mãe, a sua avó me dizia que todo sonho possui um significado. — Disse Sherman sorrindo durante a refeição.

  E que significado...

— Não iremos permitir que nada te ataque mocinha, pode ficar tranquila. — Respondeu o rei aos risos.

— Agradeceria. — Respondeu Laura pigarreando quando de repente o pé de Carmilla acabou ultrapassando os limites de espaço tocando na região íntima da milady que comprimiu um gemido.

— Você está bem minha filha? Parece um pouco... Estranha.

— Estou, é apenas... Um pequeno incômodo. — Respondeu enquanto que Carmilla tentava não ter um ataque de risos na mesa do café. — Quer saber... Eu vou até o banheiro. — Respondeu se levantando e se dirigindo ao banheiro do castelo, porém a jovem logo retornou um tanto desajeitada. — É... Carmilla, será que você poderia vir ao banheiro comigo? — Perguntou. — Por causa das amarras... desamarrar o corset, por que... Enfim... — De fato ela não era lá uma das melhores pessoas para ser discreta.

— Ah, não se preocupe, mande mandame Lafontaine  ir com você Laura, não incomode a condessa.

— Ah, ela não se importa, já somos íntimas. — Respondeu Laura aos risos, mas comprimiu o sorriso ao pensar certas malicias. — Por que ela já é uma amiga. — Corrigiu se dirigindo ao banheiro com Carmilla logo atrás ainda tentando comprimir um riso.

— Ela deve estar nervosa com o noivado, não é todo dia que vemos um príncipe pedindo a mão de minha filha, não é mesmo? — Disse Sherman descontraindo a realeza que pensava da mesma forma.

***

— Perdeu o juízo agora? — Perguntou Laura fechando a porta do banheiro.

— Não sei do que se trata. — Respondeu a condessa.

— Não pode ficar me provocando na frente do meu noivo, Carmilla!

— Seu noivo? Você nem quer se casar com ele!

— E como sabe que não mudei de ideia?

— Sério? E porque mudaria?

— Achei ele uma graça. 

— Ele só sabe falar de espadas e de como seu reino é maravilhoso. 

— Como sabe?

— Laura! Pare de se torturar, a pouco tempo atrás estavas a me pedir que eu sabotasse este noivado!

— Isso foi antes!

— Do que?!

  Silêncio. Laura não conseguiu responder a pergunta de Carmilla que sorriu indignada, porém se aproximando cada vez mais da bruxa iluminada. 

— Ele não te entende como eu Laura. 

— Carm... 

— Ele não te faz arrepiar como eu... — Sussurrou em seu ouvido. — Não quer a ele... A milady quer a mim... — Respondeu tão próxima dela que podia sentir a respiração de Laura bater em seu rosto.

  A lady Hollis engoliu em seco ao se afastar de Carmilla para tentar refletir sobre.

— Meu pai está certo. Jonah é a minha chance de ter uma família, e de ser feliz. Ele é um príncipe afinal de contas...

— E você a filha de uma Renegada do Inferno. — Respondeu e Laura se virou de uma vez recitando magia que fez Carmilla voar contra a parede ficar ali presa.

  Laura se aproximou da condessa dessa vez bem mais séria que o habitual.

— Não haja como se me entendesse.

— Acha que não entendo? — Perguntou franzindo cenho da testa. — Você me odeia? Você me ama? Me quer longe de ti? Ou me quer próxima? — Perguntou aproximando o máximo que conseguia do rosto dela. — Laura. — Sussurrou fazendo com que a garota entregasse um gemido sem querer à Carmilla, que percebeu retornando com um sorriso em resposta.

  Porém seus dias de ser a vampira provocante acabaram, Laura tinha uma ideia em mente e nada a faria mudar.

— Divirta-se condessa. — Respondeu se curvando e deixando o banheiro com Carmilla ainda presa a magia de Laura. 

— Laura! Ei, alguém pode entrar aqui! Laura! — Respondia a chamando porém, sem nenhuma resposta em retorno.


Alucard: O Início - Vol 1 - Uma história Renegados do Inferno - Vol 1Onde histórias criam vida. Descubra agora