A Bia parou a dois passos da porta do Lourenço tentando acalmar a respiração. A subida era só um pouco responsável pela falta de ar, o resto vinha de saber quem, e o que, a esperava dentro do apartamento.
Ela nunca tinha ido a um encontro com a certeza de que ia rolar mais e, mesmo com toda preparação e aprovação da Vivi, ela estava com os nervos à flor da pele. Sexo era uma novidade cheia de mistérios, não seria de uma hora para a outra que ela se tornaria confiante e segura como a prima. Ainda mais com o Lourenço, superexperiente e cheio de mulheres correndo atrás.
Antes que ela levantasse a mão e tocasse a campainha, a porta abriu e o pouquinho do fôlego que ela tinha recuperado, sumiu. O Lourenço a recebeu com os cabelos molhados, sem camisa, o V delicioso dos músculos descendo até onde o elástico da calça de moletom ameaçava escorregar pelo quadril abaixo. A visão mais sexy da sua vida real.
Ela engoliu em seco antes de conseguir falar.
— Oi. — Foi só o que sua garganta ressecada conseguiu produzir.
Sem uma palavra, ele a puxou para dentro, fechando a porta e a encostando contra a madeira fria. A única luz acesa no apartamento, se derramava suave pela porta da cozinha atrás dele, e ela não podia mais vê-lo com clareza, mas ela não precisava. A proximidade do corpo rijo e firme e a intensidade do olhar dele queimavam, a fazendo arder por inteiro.
— Você demorou. — A voz dele soou tão rouca quanto a dela.
Ele virou a chave e pendurou sua bolsa na maçaneta.
— Desculpa, a minha prima comprou um bolo e não me deixou sair antes de cantar parabéns. — Ela enlaçou o pescoço dele, correndo os dedos pelos cabelos macios e úmidos. Ele segurou sua cintura.
O tempo tinha resolvido implicar com a Bia, brincando de se arrastar pelos minutos e quando ela finalmente se levantou para ir embora, a Vivi apareceu com a história do bolo. A Bia argumentou que elas não tinham cinco anos de idade, mas a Vivi insistiu, e ela ficou. O Marcelo nem bem tinha soprado as velinhas, e a Bia estava descendo as escadas. E olha que não comer bolo em festa de aniversário era quase um sacrilégio.
— Pra subir. — O Lourenço deu um passo à frente, não deixando nenhum espacinho entre os dois, e roçou os lábios no ombro dela. A pele da Bia se cobriu de pontinhos arrepiados.
E quem precisava de bolo nessa vida quando tinha um Lourenço?
— Você já subiu escada usando salto alto? — Ela virou o pescoço dando mais espaço a ele e sua cabeça bateu levemente contra a porta. A combinação do cheirinho de sabonete com a fornalha do corpo colado no seu fazia tudo rodar, e se não fosse pela força com que ele a apertava na porta, ela teria escorregado e caído no chão. — E eu nem cheguei direito, como você já pode estar assim?
— Você tá falando disso? — Ele girou o quadril contra o dela, e a Bia fechou os olhos com um gemido, porque ele era gostoso demais. — Eu tô assim desde que eu atendi o interfone e você disse que era a minha namorada. — Ele mordeu a área delicada onde o ombro encontrava o pescoço, passando a língua em seguida para amenizar a leve ferroada. — Mas a minha situação piorou quando eu tentei adivinhar se você ia estar com uma dessas saias curtinhas que você gosta tanto de usar ou com uma blusa parecida com a de ontem, que me deixou louco de tesão cada vez que você chegava perto de mim e eu via quase tudo dentro dela.
As mãos dele subiram em direção aos seus seios, e ela prendeu a respiração, mas ele passou direto, as pontas dos dedos fazendo cosquinha nas laterais sensíveis, escorregando pelos braços, chegando aos pulsos, os levantando e os segurando contra a porta.
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Mau Amor [Concluído]
RomantikQuem nunca se enganou com uma pessoa? Aceitou primeiras impressões só para descobrir que não era nada daquilo? Ou será que era? Bia está longe de ser uma princesa, mas quando o príncipe encantado aparece em sua vida, ela resolve lhe dar uma chance...