Eles passaram o resto do dia no apartamento do Lourenço, matando as saudades. Entre sexo e conversas, até o almoço foi na cama, para não perderem tempo vestindo roupa e indo na rua.
Um dia em que o coração da Bia voltou a ser leve, livre do peso que vinha a colocando para baixo o tempo todo, a sensação boa de estar com o Lourenço não sumindo nem quando a conversa retornou para o período de separação.
— Lourenço, eu não vou te fazer sentir culpado pelo que você fez nesse tempo — ela disse numa hora em que ele pareceu ficar desconfortável e antes que ele sentisse necessidade de ser mais honesto do que a Bia precisava, ou aguentaria, que ele fosse. — A única coisa que me interessa é saber se você, pelo menos, trocou o lençol.
Ele coçou a cabeça, olhando para o teto.
— Eu acho que troquei? Quer dizer, em algum momento eu devo ter trocado?
— Pelamordedeus! — A Bia se preparou para pular da cama, mas foi interrompida pelo namorado a segurando e se deitando por cima dela.
— É claro que eu troquei! — Ele deu uma gargalhada. — Tá limpinho, olha.
Ele levou a ponta do lençol até seu nariz. Ela respirou fundo o cheirinho de amaciante, ao mesmo tempo em que tentava se decidir se não tinha enlouquecido de vez por estar brincando com o fato de ele ter levado outras mulheres para aquela mesma cama, enquanto ela não conseguia nem pensar em outro cara. Mas ele era homem, e eles eram assim. Ou talvez, não fossem todos os homens. Talvez fosse o Lourenço, mas entre ficar magoada com circunstâncias que ela não podia mudar e deixar claro que, brincadeiras à parte, ela não ia tolerar uma recaída, a Bia preferia a segunda opção.
Ela segurou o queixo dele e o obrigou a olhar para ela.
— Falando sério, agora. O que aconteceu antes, não interessa, mas daqui pra frente, sim. Daqui pra frente, tudo o que for importante, ou afetar nós dois, a gente não vai esconder um do outro. Eu não vou te dar outra chance, Lourenço.
— Eu não vou precisar de outra chance — ele assegurou, o tom de voz solene.
Os dois selaram o pacto com um beijo que afastou de vez todas as inquietações da Bia e fizeram da tarde que se seguiu a melhor da sua vida.
A movimentação pelo quarto a despertou de um cochilo gostoso, e ela sentou na cama esfregando os olhos.
— Já tá na hora de você ir pro bar?
— Ei. — O Lourenço se aproximou com a calça do uniforme aberta e a camisa desabotoada e deu um beijo nela. — Eu tentei não fazer barulho, foi mal.
— Não tem problema. Eu tenho que ir pra casa.
— Por que você não fica? — Ele colocou a mão no ombro dela e não a deixou se levantar. — Os seus pais não estão viajando?
Ela retirou a mão dele e deu um beijo, antes de ficar de pé. Ele estava com os cabelos molhados e com cheirinho de sabonete, enquanto ela estava suada e com cheiro dos dois.
— Eu também preciso de um banho. E trocar de roupa.
— Roupa pra quê? — Ele enfiou o rosto no pescoço dela e inspirou fundo. — E se você quer tomar banho, aqui em casa tem banheiro, sabonete e toalha, e... droga! Eu devia ter te acordado pra tomar banho comigo.
— Devia — ela concordou com um gemidinho ao receber uma mordida de leve no ombro.
Ela nunca tinha tomado banho com ninguém, mas sua imaginação a encheu de arrepios e fantasias de corpos molhados e mãos escorregadias.
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Mau Amor [Concluído]
RomanceQuem nunca se enganou com uma pessoa? Aceitou primeiras impressões só para descobrir que não era nada daquilo? Ou será que era? Bia está longe de ser uma princesa, mas quando o príncipe encantado aparece em sua vida, ela resolve lhe dar uma chance...