capítulo XV

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Vic

   No dia seguinte do ocorrido na praça tive uma discussão feia com meu pai e minha mãe , os dois não queriam permitir que viesse visitar o Menor , mais não sei escolhas para eles .

   Sou maior de idade , sei que é eles que estão me sustentando , mais não vou largar o pai do meu filho aqui e como também não vou permitir que nenhuma puta venha o visitar , Sei como funciona a cadeia , já escutei meu pai arrumando mulher no morro para vim visitar os caras aqui dentro e até parece que eu ia deixar ele arrumar uma delas pro Caio .

    Agora aqui estou eu as quatro horas da manhã em uma fila cheia de mulheres paro o visitar, segurando uma bolsa plástica transparente cheia de comida que eu mesma fiz , refrigerante ,água e um pacote de cigarro .A bolsa é pesada para segurar durante horas , mais seguro mesmo assim , não posso bobear nunca se sabe se alguém pode jogar algo dentro dela , aqui todo o cuidado é pouco .

    Ajeito meu cabelo , e olho a roupa que eu estou vestindo , uma calça legging , uma camiseta masculina , um conjunto de sutiã e calcinha da vovó , e uma havaianas no pé . Se eles estivesse em um presídio eu até me vestiria melhor mais como aqui é um CDP tenho que me vestir assim .

    O dia amanhece e vejo cada hora chegar mais gente , aqui tem poucos homens visitando familiares , o que mais se vê é mulher , também tem muita criança vindo visitar o pai . Me dói estar nesse lugar .

  Quando é sete e meia da manhã um agente começa a pegar nossos documentos , as oito o portão se abre e começamos a entrar , tem umas trinta mulheres na minha frente ,  quando passamos o primeiro portão um agente devolve nosso documento ,e vamos entrando de dez em dez , passamos pelo segundo portão e colocamos as sacolas uma por uma na máquina de raio-x e fazemos fila de novo , depois passamos por uma porta de ferro , dentro dela é cheio de cubículos e lá é revirada toda a comida , as bebidas é aberta e cheirada , alguns maços de cigarro aberto . Depois da revista da comida é a revista íntima que de íntima não tem nada , sou revistada com mais duas mulheres , primeiro eu me sento em um banco de detector de metal depois coloco o chinelo em cima do banco , tiro minha roupa e entrego todas as peças para a agente que está me revistando , solto meu cabelo e o balanço , levanto meus seios , abro a boca e mostro a língua , me agacho cinco vezes de pernas abertas fazendo força e na quinta vez empurro meu quadril para frente para a mulher ver , meus olhos já estão cheios de lágrimas , mais respiro fundo e não deixo , vim aqui porque quis e sabia que teria que passar por isso .

    Coloco minhas roupas e saio por outra porta de ferro e lá vejo outro portão  , caminho seguindo as mulheres , entrego meu documento para um agente de frente ao portão e passo por ele , ando mais um pouco e paro de frente há outro portão , quando ajunta uma determinada quantidade de pessoas eles abrem ele , ali vejo um grande e extenço corredor com vários portas de metal , vamos andando cada uma até o raio que o preso está , cada lado do corredor é dividido por números , o lado esquerdo é número ímpar e do lado direito é par , como hoje é dia de visita só do lado par eu caminho até uma porta de ferro com o número do raio que o Caio está , paro na frente e o agente espera ter quatro pessoas e abre a porta , quando entramos caímos em uma espécie de gaiola dentro do pátio , o agente fecha a porta atrás de nós para só depois o preso abrir , saio da gaiola e fico parada do lado dela , procurando o Menor com o olhar .

   Vejo um homem vindo na minha direção , não olho muito mais vejo que ele tem um pica-pau tatuado no pescoço e volto a procurar o Caio .

Pica-Pau - Licença senhora está visitando quem ? - Vejo que ele está falando comigo

Vic - Estou visitando o Caio

Pica-pau - O irmão Menor

Vic - Ele mesmo .

Pica-Pau - Espera um pouco que vou chamar ele .

   Ele sai de perto de mim e vejo ele gritando o Menor na primeira cela .

   Vejo o homem que eu amo saindo da cela de bermuda e camiseta , calçando uma chuteira , eu o olho e vejo que sua mão está enfaixada e seu olho roxo , para mim ele continua lindo , mesmo todo machucado .

    Quando ele me vê ele para , minhas lágrimas escorrem pelo meu rosto e sorrio para ele , ele me examina e seu olhar cai na minha barriga e ele levanta uma sombrancelha para mim em questionamento mudo só dou de ombros .

   Quando ele volta a caminhar na minha direção eu largo a sacola no chão e corro os últimos passas até ele e o abraço com todas as minhas forças , ele corresponde do mesmo jeito . Levantando meu rosto o beijo , não o beijo que eu queria , por causa que estamos no meio do pátio e temos que manter a disciplina , mais um selinho demorado cheio de saudades .

Vic - Saudades de você .

Menor - Eu também Princesa

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