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Narrado por Holland

Eu estava sentada sobre o tapete velho da sala, fazendo o dever da escola. De longe eu via mamãe, ela estava na cozinha, com minha irmã nos braço, seu rosto estava muito branco, e seu nariz vermelho, e seus cabelos ruivos bagunçados, vestia uma roupa maltrapilha. Mamãe não parecia bem.

Levantei e fui até ela.

- Mamãe. - Chamei e a mesma me olhou. - A senhora esta bem? - Coloquei meu cabelo atrás da orelha

- Sim. - falou com a sua voz fria de sempre.

- eu to com fome.

- Eu também estou, mas nem por isso estou reclamando. - Abaixei minha cabeça. Eu tenho medo dela, as vezes ela é ruim comigo, e me bate, mas as vezes ela é legal. É minha mamãe, eu só tenho ela. - Segure ela aqui, vou ver se temos algo. - Me deu Alisson, ela era tão pequenina, só tinha dois meses.

Mamãe abriu a geladeira, e olhou a mesma, que estava vazia, e os armários também.

- Tome água, e vá dormir.- Me entregou um copo de água, suas mãos temiam.

- Eu não quero água, eu quero comida, eu to com fome, não com sede...

- CALE A BOCA, TOME A ÁGUA E VÁ DORMIR. - Gritou. Me Encolhi, e senti meus olhos ardendo. Alisson começou a chorar, muito alto.

Tomei a água e olhei para mamãe, a mesma estava com a cabeça para cima, e tinha sangue escorrendo de seu nariz.

- Seu nariz... - Me apavorei

- Saia daqui. - Veio até mim e pegou Alisson no colo. - Vá dormir querida, boa noite. - Deu um beijo no topo de minha cabeça. Uma lágrima escorreu de meu olho, mamãe virou de costas, enquanto balançava mnha irmã.

Fui até meu quarto, Fechei a porta, e me deitei na minha cama, ela não era macia, na verdade ela doía nas minhas costas, me virei de lado, e fiz uma oração pedindo pra que Deus nunca nos abandonasse [...]

- Acordei com o choro estridente de Alisson, me levantei da cama, sai do quarto, e fui até o quarto do lado, onde a mamãe dormia, a porta estava entre aberta, entrei no quarto, e não vi a mamãe. Fui até a cama, e Ali estava sozinha. A peguei no colo, acho que ele esta com fome. Voltei pro corredor indo até a sala.

- Mamãe. - Chamei. - A Ali esta chorando, acho que ele esta com fome. - Ela não estava na sala, fui até a cozinha e nada dela também, fui até o banheiro, nada. A onde será que a mamãe foi? A uma hora dessas? ainda é madrugada?

Voltei pra sala, e me sentei com Ali no colo. A única coisa que eu posso fazer é esperar ela voltar[...]

Acordei em um sobressalto, e minha respiração estava ofegante, passei minha mão no meu rosto. Eu estava soando muito.

Eu tive um sonho com aquela noite depois de anos. Aquela maldita noite.

Kath a vadia drogada da minha mãe, que me deixou esperando, com fome, e com um bebe de dois meses sem se importar com nada, com nada.

Bufei ao me lembrar dela.

Tentei me sentar na cama, e com um pouco de dificuldade eu consegui.

Porque esse maldito sonho veio logo agora? Qual o sentido dele? Era melhor eu esquecer.

Olhei pro meu corpo e vi que estava nua, me lembrei de ter transado com Dylan, eu já fiz isso com vários homens, mas com nenhum eu senti prazer, e nem nunca me deixei ser tocada como por ele. Eu poderia até sorrir agora, mas eu ainda estava mal por conta do sonho.

Kristen: Dylan - Chamei. - Dylan.

- Com licença. - Uma mulher entrou no quarto, me cobri rapidamente. - Eu sou Elis, eu cuido da casa quando o Sr.O'Brien não está. Ele saiu, foi deixar Alisson na escola, e de lá foi trabalhar, pediu para que eu cuidasse de você. - Isso era embaraçoso. - Ah, e deixou um celular, caso precisasse ligar pra ele. - Me esticou a mão com um celular grande e fino nas mãos. O olhei, atrás tinha uma maçã. Isso erá um IPhone? Ele me deu um iPhone?

- OK, obrigada por avisar...Senhora Elis

- Só Elis mesmo querida. - Ela parecia ter uns 50 anos, era bem gordinha, sua pele negra, e seu rosto era sereno, transmitia paz. - Precisa da minha ajuda agora menina?

- Na verdade sim, eu preciso me vestir. - RI sem graça [...]

- Eu estava sentada na minha cama, já tinha terminado de tomar o café e tava aqui Morgando. Olhei pro celular que Dylan tinha me dado, ele era novo, brilhava e tudo. Acho que esse celular é mais caro que a minha vida. Desbloqueei a tela, e comecei a vasculhar tudo, até a câmera. Me assustei ao colocar na câmera frontal e meu rosto aparecer derrepente.

Ri.

Eu ainda tinha o lábio cordado, o meu olho ainda estava roxo, só não estava mais inchado. Virei pro me maxilar, e vi umas marcas ainda das pancadas, eu sabia que eu tinha deslocado o maxilar naquela noite quando eu não conseguia mais falar, porque meu queixo estava travado.

Apertei a bolinha que tinha no meio tirando da câmera, eu não queria mais me ver nesse estado. Eu não vendo eu esqueço mais rápido.

Abri os contatos, tinham quatro números alí, um com o nome 'Dylan', 'Empresa', 'Malia' e 'Scott'..

"Crys" Esse nome veio na minha cabeça derrepente. Eu nunca mais falei com ela, ela deve esta preocupada.

Disquei o numero que eu já sabia decorado, e no terceiro toque, ela atendeu.

*Ligação on*

- Alô. - Falou com a voz arrastada de sono.

- Crys? - Ouvi um barulho do outro lado da linha, e logo depois ela soltar um palavrão.

- Oh meu Deus. Holl é você mesmo?

- Sim sou eu.

- Você esta bem? Você sumiu! Por onde andou? Você quer me matar de preocupação? Quando eu te ver eu vou te dar umas boas palmadas, pra vê se você aprende. - Eu ri.

- Aconteceu umas coisas, longa história.

- Você é uma vadia mesmo.

- Eu sei que você sente minha falta.

- Eu vou te matar por isso. Eu quero te encontar, precisamos conversar. Você esta mais que fudida!

Prometa NÃO se Apaixonar. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora