Holland Roden é mais uma das centenas de garotas que teve sua infância interrompida por descasos da vida. Por fora tão forte, mas tão quebrada por dentro, seus grandes e verdes olhos opacos, sua boca carnuda que faz tempo que não se ver um sorriso...
- Eu não acredito que você ta noiva. - Falei analisando sua aliança. - Ele a tentando compensar alguma coisa? - Impliquei por causa do tamanho da pedra.
- Não bebê, tudo dele é bem exagerado mesmo, acredita que...
- Ta bom, não preciso de detalhes. - A interrompi fazendo nos duas rir.
- Eu tô com medo. - Se jogou na cama.
- De? - Encarei com um semblante confuso.
- Eu não sei, de morar juntos? - Olhei com cara de tédio.
- Você só aparece em casa para dizer que ta viva, passa quase toda a semana lá, vocês já moram juntos. O que de verdade você tem medo?
Eu realmente não conseguia imaginar o que Crystal tinha medo, ela é a pessoa mais centrada que conheço, não costumava a ter dúvida do que sentia ou queria, se casar era assustador para ela, imagina para meros mortais, como eu.
- Ele vai querer ter filhos e um bucado de cachorros, eu não sei. - Passou a mão no rosto em sinal de agonia.
- Ei. Você ajudou na criação da Ali, e olha a menina doce que ela é agora, você vai ser uma ótima mãe, esposa e profissional. Esse combo faz parte de você. - Sorri - Você é incrível Crys.
- Eu te amo. - Me abraçou, eu já estava até me acostumando com abraços repentinos.
Passamos mais um tempo conversando, até eu notar que já estava perto da hora de buscar Alisson.
- E como você esta sobre o noivado de Dylan?
- Estou bem. - Vesti meu casaco, tentando evitar os olhares da morena.
- Certeza? - Me acompanhou até a sala.
- Sim Crystal. Tchau.. - Sai do ap, sem da muito tempo para conversa.
Coloquei meus fones, e uma musica qualquer na tentativa de abafar meus pensamentos. Desde a noite que soube que Dylan estava noivo, não conseguia dormi direito, eu não acreditava que ele tinha feito aquilo, eu sei, vida que segue, mas eu não esperava que fosse seguir tão rápido.
Abri a porta do condomínio dando de cara com um dos guardas do Dylan.
- Denis o que faz aqui? - Perguntei confusa, hoje era meu dia com Alisson, já que era feriado e eu estaria o dia todo livre.
- Senhor O'biren me pediu para leva-la ao apartamento dele. - Assenti entrando no carro, sabendo que ele não falaria mais nada.
[...]
Entrei na sala de Dylan e não encontrei ninguém, estava tudo em silêncio.
- Dylan? - Chamei indo em direção a cozinha, ninguém.
Subi as escadas caminhando para o quarto da Ali, abro a porta e os dois estão dormindo, Alisson esta toda esparramada de um lado da cama e Dylan do outro, enquanto a tv está ligada em algum episódio da liga da justiça. Desliguei a tv e apanhei a embalagem de pizza, juntos com alguns saquinhos de salgadinhos que tinha ali. Levei para cozinha e joguei tudo no lixo.
Voltei para sala para procurar alguma coisa para assistir enquanto aqueles dois não acordavam, escolhi um filme qualquer e me acomodei no sofá.
[...]
- Faz tempo que você chegou? - A voz de Dylan soou atras de mim, me fazendo ter um mini infarto.
Olhei no relógio
- uma hora e vinte e quatro minutos para ser exata. - Sorri quando a figura masculina parou na minha frente, com abdômen a mostra e aquela barba que o deixava super sexy. - Vocês estavam babando, então não quis acordar. - Me sentei tentando focar em outra coisa que não fosse o que sua calça moletom estava marcando.
- Tô com fome. O que tem para comer? - Franzi o cenho.
- Eu não sei o que tem para comer. -Falei como se fosse obvio.
- Ta, então vamos fazer. - Seguiu para cozinha, respirei fundo antes de acompanha-lo, era primeira vez em meses que eu ficava sozinho com ele.
Deus me der forças.
- Soube que esta estudando. - Tirou as coisas da geladeira, olhando pelos ingredientes, ia fazer macarrão com queijo.
Ele me olhava pouca vezes, me dando liberdade para encara-lo o tempo todo.
- Sim, vou tentar entrar na universidade daqui. - Falei dando de ombros, eu estava mais interessado em observa-lo.
- O que pretende fazer? - Virou indo em direção a pia, deitei um pouco minha cabeça para analisa-lo todo, quando ele tinha ficado mais gostoso? - Holland? - Virou me pegando de surpresa.
- Oi? - Tentei disfarçar, fazendo o mesmo da um sorriso convencido.
- O que você pretende fazer? - Falou pausadamente.
- Direito, pretendo cursa direito. - Desviei o foco para a panela com água em cima do fogão.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, até eu lembrar do motivo da minha insônia.
- Quando vai ser seu casamento? - Falei com a sobrancelhas arqueadas. DROGA DE SOBRANCELHAS QUE NÃO ME DEIXA FINGIR.
- Eu não sei. - Falou deixando claro que não queria tocar no assunto.
Não falei nada, apenas me levantei e dei a volta no balcão, no intuito de ir ajuda-lo. Cortei algumas verduras, mas já estava cansada, esses dias isso tem acontecido constantemente, fechei meus olhos.
- Você esta bem? - Senti seu hálito de menta em meu rosto. Assenti.
Abri meu olhos e avistei aquela maravilhosa cor de ambar.
- Eu estou bem, é só pressão baixa. - Sorri, ele se aproximou tirando alguns cabelos que caiam sobre meu rosto. Seu olhar estava diferente aquele brilho tinha voltado.
- Eu não posso me da o luxo de te ter tão perto. - Acariciou meu rosto. - Mas você me atrai de uma forma inexplicável.
Sem dizer mais nenhuma palavra, ele me puxa para um beijo, eu sabia que era errado, mas eu não conseguia me controlar. Nos afastamos por falta do ar, ele ainda mantinha os olhos fechados, analisei todo seu rosto.
- Eu te amo. -As palavras saíram me deixando em estado de choque, pela primeira vez na vida, eu estava conseguindo dizer e discernir o que eu sentia.
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