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Saudades de quando vocês comentavam, pensei em colocar metas, mas acho que não funciona muito.

Comentem e votem para eu saber se estão gostando...


"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem sente. - William Shakespeare. "


Narrado por Holland

Eu olhava pra todos os cantos assustada, as pessoas passavam na rua pareciam que não me viam. Elas esbarravam em mim, ou me empurravam e nem pediam desculpas.

Mas em um beco, entre duas casas tinha um homem alto, e eu mal conseguia ver seu rosto, eu só via que ele estava olhando pra mim.

Ele me olhava estranho, ninguém nunca me olhou assim.

Continuei caminhando. Senti meu estômago revirar, eu tinha um gosto estranho na boca. Já fazia três dias desde que a mamãe tinha saído, eu estava com fome, e Alisson também, Então resolvi vir atrás de comida, e a deixei em casa.

Senti que estava sendo seguida, Olhei pra trás e vi aquele homem misterioso atrás de mim.

Encolhi meus ombros. Eu estava com medo, eu não sabia quem era ele.

- A onde vai docinho? - Abri a boca pra falar, mas não saiu nada. Me Encolhi mais ainda. - Não precisa ter medo.

- E-eu não s-sei. A minha mãe saiu, e eu to com fome.

- Você não sabe onde sua mãe está? - Passou o dedo na minha bochecha. Ele me olhava com um sorriso estranho.

- Não, não sei.

- Humm. - Me analisou de cima a baixo. - Eu posso te oferecer um emprego. Você quer? - Arregalei os meus olhos, e sorri largo.

- Claro. Você vai me dar?

- Sim. Você tem um trabalho agora. - Dei três pulinhos, e o abracei forte.

- Obrigada, muito abrigada tio...

- Petter, me chame de Petter.

- Obrigada tio Petter.

[...]

Tio Petter me trouxe em um lugar estranho, com um cheiro forte, e barulhento. Aqui tinham varias mulheres e homens também. As mulheres aqui usavam pouca roupa, e os homens tocavam nelas, era estranho, tudo isso era estranho.

- Agora você ira trabalhar aqui. Mas antes, é preciso fazer um teste.

- Um teste? Tipo as provas do colégio. - Falei e ele deu uma gargalhada. O Olhei confusa.

- Não docinho, não é que nem as provas do colégio. Vem, Vamos lá em cima. - O Tio me puxava pela mão. Subimos as escadas e entramos em um quarto. Fui até a cama, e me sentei, olhando todo o quarto.

- O que Vamos fazer aqui? - Perguntei curiosa

- Vamos fazer o seu teste. - Trancou a porta, e se virou pra mim. Seus olhos pareciam estar negros agora. - Não vai doer, eu prometo....

dluizfanfic_Miami Beach - 03hrs45min.

- NÃO. - Acordei gritando. As lágrimas caíam nas minhas bochechas sem pudor.

Outra maldita lembrança. Naquele maldito dia, em que Petter tirou toda minha inocência.

A porta se abriu, e Dylan apareceu nela.

- O que aconteceu? Eu escutei um grito. - Entrou no quarto e sentou ao meu lado - Você ta chorando? Está tudo bem? - Passei as mãos nas minhas bochechas as enxugando. Eu não havia o visto o dia todo desde que ele saiu batendo a porta depois do almoço.

- Não foi nada, volte pro seu quarto. - Me deitei virando de costas. Eu ainda sentia sua presença alí. Soluçei por conta do choro.

- Você tem que parar de ser orgulhosa. - Bufou.

- E você tem que parar de achar que manda em tudo. - Fechei os olhos.

"Não vai doer, eu prometo..."

Essa frase veio a minha cabeça. Abri meus olhos. Me virei na cama, e vi Dylan indo embora, mas não resisti o chamei antes de sair.

- Dylan. - O mesmo virou e me olhou. Mordi meus lábios tentando segurar as lágrimas.

Ele veio até mim novamente, sentou na cama e me puxou para um abraço. Não aguentei, e deixei as lágrimas saírem. Me agarrei a ele, e escondi meu rosto em seu ombro.

- O que aconteceu? - Via a curiosidade e a preocupação no seu rosto.

- Não foi nada de mais, eu que sou besta.

- Ei, me conta. - Me separou dele, e olhou em meus olhos transmitindo confiança. Logo desviei meu olhar dele.

- Eu tive um pesadelo. Mas esses pesadelos são como flashbacks...

Narrado por Dylan.

Era tão estranho vê-la assim, tão vulnerável e tão frágil. Essa é uma Holland que eu não conheço, talvez essa fosse a de anos atrás, uma que tinha medo e saudade da mãe.

Acariciei seus cabelos. Enquanto a ouvia chorar.

- Com o que exatamente você sonhou?

- Eu sonhei com tudo, desde quando minha mãe me abandonou até quando Petter tirou minha inocência. São coisas que eu não quero me lembrar, mas parece que minha mente faz questão de não esquecer. Eu tenho vinte anos e já conheci as piores coisas da vida, eu já comi o pão que o diabo amaçou, eu já fui tratada como nada, eu já fui usada como uma boneca, espancada, ameaçada, eu já fui abandonada. Só nessa vida eu acho que eu já fui ao inferno mais de vinte vezes. Eu não aguento mais, isso me machuca. Eu não tenho sentimentos, eu não sei o que é amar uma pessoa, ou me sentir amada. - Fungou. - Eu não sinto o controle sobre mim mesma!

Olhei tentando não transmitir pena, mas eu acho que era impossível. Nosso passado é tão diferente, eu sempre tive tudo o que eu quis na vida, nunca me faltou nada, e hoje eu vejo que eu nunca dei o devido valor para o que eu tenho.

- Você ama a Alisson e ela te ama.

- Mas isso foi tudo que resto de quando eu não era essa pessoa horrivel. -Fungou

- Você não é uma pessoa horrivel. - a abracei mais apertado- só é uma pessoa que já passou por muito na vida.

- Obrigada Dylan.

- Desculpa. - Pedi. Ela me olhou confusa.

- Pelo o que exatamente?

- Por hoje mais cedo, eu não deveria ter feito aquilo. - Eu realente estava me sentindo culpada.

- Tudo bem. Eu te desculpo, eu não devia ter gritado com você, a Alisson te respeita e eu não quero que isso mude.

- Ta bom, é melhor você ir dormir, a manhã você tem consulta no médico. - Beijei sua testa.

- Dorme comigo?

-O que?- Perguntei sorrindo.

- Eu não não vou repetir. - Aí está a Holland que eu conheço.

Ri.

- Tudo bem. Chega pra lá. - A mesma foi mais pro lado. Me deitei na cama. - Vem cá. - A puxei com cuidado pelo fato dela ainda está machucada. A deitei sobre meu peito. Ela levantou a cabeça e ficou me olhando. Aquela imensidão verde dos seus olhos me deixavam calmos. Seu rosto ainda estava vermelho devido o choro.

Passei meu dedo na sua bochecha, fazendo um carinho alí. Cheguei mais perto de seu rosto. Nossas respirações se juntaram. Eu precisava disso, eu precisava do seu beijo. Ela é como uma droga, eu estava me tornando totalmente dependente dela. Juntei nossos lábios em um selinho demorado.

- Boa noite Holl.

- Boa noite Dob. - Estranhei o apelido, mas eu não seria louco de questiona-la,, eu gostei

Prometa NÃO se Apaixonar. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora