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Narrado por Holland

Estou sentada nesse chão a horas tentando criar coragem para o que eu quero fazer agora.

Esse é o único jeito.

Minha morte é a liberdade de todos, inclusive a minha.

Olho para janela, e sinto as lágrimas escorrendo por meu rosto.

- Deus, me perdoe. - Sussurro baixinho.

Pego a primeira seringa e enfio na minha veia, coloco tudo o que tinha ali no meu corpo.

De primeira eu já sinto meu corpo ficar estranho e logo após vem outras 9 seringas, o efeito vem como uma bomba em mim, e explode de imediato.

Meu corpo cai para frente, e eu sinto meu coração bombear forte, como se fosse sair do peito. Várias vozes começam a preencher minha cabeça, homens, homens gritando. De repente eu Vejo Dylan, próximo demais, eu estou alucinando? Ele parece tão real.

Então meu corpo começa a tremer, e todo vai ficando escuro. Eu ouço ele chamar meu nome, e eu escuto como um sussurro.

Eu prefiro estar alucinado, do que ele esteja realmente ali.

[...]

Minha cabeça parecia que pesava 100 kg, meu corpo está todo dolorido, minha garganta está seca e áspera, eu sentia incômodo nos meus dois braços.

Eu tentava abrir os olhos, mas eles pareciam pregados um no outro.

De longe eu consigo escutar uma voz desconhecida.

- Vamos acorda-lá - Uma voz desconhecida. Depois de um tempinho senti um líquido ardente, que entrava corroendo pelo meu braço, meu coração deu um pulo, e então eu consegui abrir meus olhos.

A luz que vinha do teto me cegou, eu tentava falar mas a minha garganta estava seca de mais.

- Calma, você deve estar com sede, nos vamos te dar água. - Fala uma mulher que eu nunca vi na vida. Ela fica me olhando, e eu tento manter meus olhos abertos. Ela põe a mão atrás da minha cabeça, e Levanta um pouquinho, ela coloca um copo na minha boca, e desesperadamente eu bebo a água.

- Senhorita... Você sabe porque está aqui, certo? - Fala um homem de jaleco que entra na sala.

- Eu não sei aonde estou. - Falo baixo, com a voz rouca.

- Você está no hospital, você teve uma overdose após aplicar várias substâncias de drogas na veia, você chegou aqui quase sem vida. - Um arrepio passou na minha espinha. - Sorte que seu amigo chegou a tempo.

- Que amigo? hospital... Eu não tenho dinheiro pra hospital. - Tento me levantar e tirar os fios que estavam colados no meu pulso.

Mas o homem que eu tenho certeza que seja o doutor me impede.

- Seu tratamento já está pago, sou o Dr.Karev, e estou cuidando do seu caso... - Quando vou falar alguma coisa, a porta abre e eu vejo Dylan entrar, ele usava roupas casuais, uma calça jeans e um moletom cor vinho.

Ele estava com uma cara de cansado, como de quem não dorme a dias.

- Vou deixar vocês conversarem. - Então o doutor sai da sala junto com a enfermeira.

Dylan se encosta na parede, coloca as mãos dentro no bolso da jaqueta de moletom e olho para o chão.

Eu olho pra ele, e então decido tomar.

- Como você me achou? - Minha voz está rouca, e trêmula.

E finalmente ele me olha.

- Eu rastreei seu celular, eu só não entendo... o porque daquilo, você não tinha motivos. - Ele me olha magoado. - O que você tinha na cabeça?

Prometa NÃO se Apaixonar. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora