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Narrado por Holland

Chegamos a cozinha, e vi Alisson sentada no chão lendo "O Pequeno Príncipe." Me emocionei ao ver ela lendo seu primeiro livro.

- Amor?. - Chamei, e logo os olhos verdes focaram em mim.

Mamãe- levantou e veio correndo até mim, abraçou minha perna.

RI com a sua empolgação.

Dylan a pegou no braço, e o levantou até mim, ela abraçou meu pescoço.

Sorri, e beijei sua bochecha.

- Como foi na escola?

- Foi muito legal. Eu tenho vários amiguinhos, e um namorado. - O Olhei incrédula e Dylan trincou o maxilar

- Que história é essa mocinha? - Dylan foi mais rapido que eu algo perguntar.

- Ele é legal e divide o lanche comigo. - Alisson falou com sua inocencia. - Tia Crys - Gritou quando viu Crystal ao lado do Theo.

- Oi minha princesa.. -Alisson desceu dos braços de Dylan e foi ate a Crystal.

- Você não acha muito cedo? - Me perguntou quando estavamos novamente afastado dos outros, visivelmente com ciumes.

- É namoro de criança Dylan, não é como se ela fosse chegar gravida em casa. - Percebi que errei na minha fala quando vi sua cara de apavorado. - Ei - Toquei seu braço, eles são só duas crianças que dividem o lanche, calma tá. - Ele assentiu.

[...]

O almoço tinha sido agradável, só tinha umas horas em que o amigo de Dylan ficava dando em cima de mim e da Crys.

Dylan ficava estranho nessas horas, e o respondia, ele parecia não gostar. Isso é estranho.

Estávamos terminando de comer. E eu ajudava Alisson.

- Não quero mais, eu to cheia! - Disse.

- Mas você nem comeu todo!

- Mas eu não quero mais. - Empurrou o prato pra frente.

- Negativo. Coma tudo, agora!

- Não.

- Não me desobedeça. Eu disse que era muito, você pediu esse tanto porque quis. Agora coma! - A Olhei séria.

- Se ele está cheia, deixe. - Dylan interviu

- Não. Desperdiçar comida é um absurdo, eu já passei muita fome nessa vida pra ela querer estragar comida.

- Holland..- Dylan falou mais uma vez

- Não! Coma agora! - Falei pra Alisson. A mesma estava com cara de quem ia chorar. Eu não me sentia pena por isso, e nem ia seder. - Vamos, coma.

- Alisson, vá para o quarto. - Olho pra Dylan incredula por ele ter me intervido.

- DYLAN! - Gritei demonstrando minha raiva.

- Vá, agora. - Quando terminou de dizer, Alisson saiu correndo, Fechei meus punhos. Sim eu estava com raiva, quem ele pensa que é pra passar por cima da minha palavra. Ele me deixou parecendo a vilã da história.

- hã... É, eu to indo embora. - Crystal falou

- Eu te levo. - Theo completou e os dois saíram da cozinha.

Eu encarava Dylan, o mesmo me olhava com a expressão séria. Eu o olhava com raiva.

- Por que fez aquilo?

- Ela não queria. Você não podia obrigar.

- Eu podia sim. Ele é minha filha. - Dei ênfase nas palavras "minha filha."

- Não me interessa. Eu não ia ficar calado vendo você o obrigar a fazer algo que ela não queira.

- Quem decide isso sou eu, e não você. - Elevo meu tom de voz.

- Eu posso pagar por essa comida, não me importo se sobrar.

- Mas eu sim.

- Isso não tem importância, não vai me fazer falta!

- Mas a mim vai, pra mim isso já fez falta... - Explodi. - Eu já Passei noites e noites com homens nojentos só pra ter o que comer na manhã seguinte, eu já Passei fome, eu sei o quão importante a comida é, porque tem gente passando fome lá fora, e é horrível você sentir fome. Ter o gosto da bile na boca por não ter comida no estômago. Você não pode chegar pra mim e simplesmente querer me desmandar. Não é porque você está me ajudando que você vai fazer ou mandar no que quiser.

Ele não disse nada, simplesmente levantou da mesa quase derrubando a cadeira, e saiu marchando.

Ouvi a porta da saída bater.

Bufei.

Terminei de comer, e ainda tive que o de Alisson, mesmo já estando cheia.

Com certa dificuldade consegui me levantar da cadeira, e me equilibrar na muleta.

Fui andando pelo corredor, a droga do gesso na minha perna pesava.

Cheguei em frente a porta do quarto da Alisson. Entro no mesmo, e lá está ela, sentada no cama olhando para a televisão com um bico enorme na boca.

-Alisson. - Falo, e ela se esconde de baixo do Edredom. Entro no quarto e vou até a cama. - Você sabe que é errado, não sabe? Eu sempre te disse que é feio estragar comida, não disse? Hum? - Ela sai de baixo do cobertor com os olhos cheios de lágrimas, e o rostinho vermelho.

- Desculpa. - Pede, e vem me abraçar. - Eu juro, juradinho que eu nunca mais vou deixar comida no prato.

- Tudo bem. - Retribui o abraço. - Eu também não deveria ter gritado contigo. Desculpa também, tá?

- Tá. - RI com a sua voz fininha.

- O que você ta assistindo?

- Monstros S.A

- Parece ser legal. - Sim eu nunca assisti esse desenho.

- Deita aqui, Vamos assistir. [...]

Prometa NÃO se Apaixonar. (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora