Prólogo

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Conrado Nogueira 

Muitos Anos Atrás... 

-Pai você não pode fazer isso comigo. - grito furioso. - Eu amo a Mercedes pai, não faz isso comigo.

-Eu não sei como nunca notei seu envolvimento com essa imunda, eu não aceito filho meu com empregados. - fala com nojo. - Você transou com aquela garota? 

-Isso não é da sua conta. - olho pra ele com ódio. 

-Filho seu pai está certo, o que vão dizer da nossa família se souberem que nosso filho está se metendo com a filha da empregada? Ela não é mulher para você e nunca será, entenda e aceite. - fala minha mãe friamente. - Você nasceu numa família poderosa e de classe, você vai administrar essa fazenda. 

-Eu nunca vou perdoar vocês por isso. - digo. - Eu vou embora e farei o que vocês querem, pois sei que se não fizer quem vai pagar o pato será Mercedes, ela não tem culpa de nada. 

-Boa escolho filho, estou orgulhoso. - meu pai me abraça, porém não retribuo. 

E ali nascia minha relação de frieza com meu pai e todo minha família.

[...]

-Eu te entendo... - murmura Mercedes. - Eu não sou mulher pra você Conrado e nunca vou ser, meu lugar é aqui com meus pais. - diz com um sorriso pequeno. - Vai viver sua vida e ser feliz, você vai encontrar uma mulher que te ame e seja de boa família. Eu te amo e sempre vou amar, mesmo que eu me case você sempre será o único. 

Eu beijo ela com tudo que eu tenho, sei que esse é nosso último beijo. 

-Adeus. - falo me afastando. 

-Adeus meu amor. - chora. 

Eu subo no meu cavalo e dou uma última olhada para ela, antes que perca a coragem eu vou embora sem olhar para trás. Eu estava indo embora e pretendia não voltar tão cedo para cá, precisava esquecer Mercedes e seguir minha vida. Eu poderia enfrentar meus pais, mas não posso prejudicar a mulher que eu amo por querer ficar com ela. Ela não merece ir para rua por minha causa, eu não valho tanto assim. 

Meu objetivo agora é me formar e esquece-la. 

Dias Atuais... 

-Merda! - xingo assim que meu carro fica atolada no barro. - Porque tinha que chover justo hoje? Diabos! 

-Deixa de resmungar Conrado. - meu irmão reclama do meu lado. - Vou sair para empurrar, aprecie a vista, a natureza maninho. 

Matheus tem um grande problema, a grande mania de ver o lado bom de tudo. Isso me irrita de uma forma que não sei dizer em palavras. 

-Cala a boca e vai empurrar essa merda, quero chegar logo na fazenda. - digo sem um pingo de paciência. 

-Estressado. - ri saindo do carro e batendo a porta. 

Assim que consigo sair do lamaçal, ele entra no carro correndo e partimos para nossa fazenda onde agora será me lar em definitivo. Morei durante muitos e muitos anos na cidade grande, sempre que voltava aqui não permanecia por nem quatro dias. Eu tinha meus motivos e nessa época meus pais adoravam a ideia, só que agora que o senhor Amadeu ou meu pai se preferirem, não está bem de saúde resolveu me colocar no poder para administrar nossa fazenda. 

-Enfim chegaram! - minha mãe, Carmem abre a porta do casarão sorrindo. - Pensei que tinha acontecido alguma coisa. - ela abraça meu irmão apertado que retribui. - Está feliz por estar aqui? - pergunta tentando me abraçar, porém recuo e ela sabe que odeio abraços. - Já entendi, sem abraços. - revira os olhos. 

-Meu carro atolou na lama, olha para minha cara de quem está feliz. - digo de mau humor passando por ela. - Vou subir e tomar um banho. 

Eu deixo os dois e vou para meu quarto, tiro minhas roupas e entro debaixo do chuveiro gelado mesmo. Calor dos infernos! Depois de um logo banho eu visto uma calça jeans, uma camiseta polo e minhas botas de montaria. Eu quero cavalgar pela fazenda, quero dar uma olhada por cima de como estão ás coisas. 

-Já vai sair? - pergunta meu irmão. - Não vai nem falar com o pai? 

Um detalhe sobre Matheus, ele é o filho amado e paparicado, pois sempre agiu como meus pais em praticamente tudo. O único que não carrega o peso de comandar nada, sua vida é regada a garotas, drogas e bebidas e mesmo assim meus pais o aplaudem. Um homem de trinta e nove anos que nunca sequer trabalho na vida, não tem responsabilidade e mesmo assim é adorado. Nós não temos uma má relação, porém não é das melhores, pois sempre estou o repreendendo e acabamos brigando.

-Moramos na mesma casa agora Matheus, não tem porque eu ir falar com ele agora. - digo. - Quero dar uma olhada na fazenda. 

-Pode dar uma olhada na fazenda depois. - resmunga.  

-Eu vou e ponto final, não sei porque estou me justificando pra você. - olho pra ele irritado.

-Como queira. 

Eu saio de dentro de casa e vou caminhando até o estábulo onde encontro meu cavalo, eu passo a mão sobre ele que me reconhece.

-Vamos dar uma volta garotão?  

Depois de devidamente ajeitado eu monto nele e saiu cavalgando pela fazenda, eu vejo todos trabalhando em seus devidos serviços. Meus pais não são muito queridos pelos seus funcionários, não posso garantir que serão por mim também. Eu não sou um homem muito paciente, nem educado então posso acabar me tornando carrasco para alguns. 

Eu preciso encontra com seu Eugênio, ele que cuida da fazenda e é responsável por muitas das coisas que acontece aqui. Ele trabalha para meus pais a muitos anos e vai continuar comigo, eu gosto de pessoas em que posso confiar. Eu chego no estábulo e deixo meu cavalo, eu não percebi que tinha alguém limpando acho que estava muito distraído.

Eu me aproximo de um dos estábulos vazios, porém me arrependo assim que uma louca joga um balde de água suja em mim. 

-Ai meu Deus! - ela solta. - Perdoa eu senhor, perdoa.  

Eu abro os olhos e olho para minha roupa toda molhada e fedida. 

-Você ficou maluca? - grito furioso. - Olha o que você fez.  

-Eu não vi o senhor... Perdoa eu. - fala assustada. 

-CALA A BOCA, NÃO QUERO OUVIR A MERDA DA SUA VOZ. - grito com ela que me olha com medo. 

-Eu não fiz por que quis, me chamo Julieta meu pai trabalha... 

-Eu não disse que não queria ouvir a merda da sua voz? - ela afirma. - E porque diabos está falando? Não quero saber seu nome, agora some da minha vista. Já! - grito a assustando. 

Ela passa por mim mancando envergonhada. 

-Desculpa mais uma vez. - ela olha pra mim mais uma vez. 

-Não peça desculpas, isso me deixa mais irritado. - falo. 

-Então não me desculpo. - gagueja. 

-Está dizendo que queria que isso acontecesse? - aponto para meu corpo molhado de água suja. 

-Não! Eu não queria... Eu... Ai. - ela me olha perdida.

-Calada. - levanto a mão para fazer ela para de falar. - Some daqui que você já me irritou o suficiente por hoje. 

Ela me olha por um instante em silencio e depois se vai sem dizer mais nada. 

-Olha meu estado. - praguejo e vou em direção a minha casa. 

De longe vejo ela caminhar mancando para distante do casarão, até ela sumir da minha vista. 

-Julieta... Maluca! - bufo. 

Continua... 

Oi oi gente! 

Espero que tenham gostado do Prólogo, agora só voltarei quando terminar o terceiro livro que já está quase no final. 

Curtam e comentem. 

Beijos! 

14/11/2018

Julieta - Série Paixões Perigosas - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora