Julieta - Série Paixões Perigosas - Livro 4

Capítulo 7

Julieta Batista 

Quando eu estava indo em direção a cabana, Matheus apareceu e tentou mais uma vez abusar de mim só que dessa vez ele estava mais agressivo que nunca. Ele não falava coisa com coisa, dizia que eu era dele e que não me queria com seu irmão, disse tantas barbaridades que se distraiu me dando a chance de chutar seu saco e sair correndo. 

Pela primeira vez eu consegui fugir dele depois de ser abusada por várias vezes, ao chegar na cabana eu só queria chora e abraçar Conrado. Eu não queria contar para ele, só que é um fardo grande demais pra mim carregar sozinha. Eu até tentei correr atrás dele, só que tive que diminuir meus passos assim que senti um fisgada na minha coxa. Eu deixo ele ir na frente e tento chegar até ele o mais rápido possível, quando chego em frente o casarão Conrado está arrancando Matheus de dentro do Jipe. 

-O que pensa que está fazendo? - grita Matheus pra ele. 

-Não é o que penso e sim o que vou fazer com você agora. 

Conrado o joga no chão e sobe em cima dele e começa a dar socos em seu rosto, Matheus tenta se defender porém Conrado é muito mais forte e grande que o irmão. Eu me assusto quando vejo que ele já está praticamente desacordado, alguns homem e seu Amadeu aparecem para interferir. 

-PARE CONRADO, PARA AGORA VAI MATAR SEU IRMÃO. - grita seu pai. - Fico louco? 

-Deixa pai... - Matheus fala com a voz trêmula. - Ele está defendendo a criada. - ele olha pra mim. 

-Esse maldito abusou da Julieta, esse infeliz... Eu vou matar ele pai. - ele tenta avançar no Matheus, porém sua mãe também surge e entra no meio. 

-Deixe de falar idiotices seu irmão jamais faria isso. - a mãe dele diz. - Essa menina está mentindo. 

-Não estou. - me aproximo dela com coragem. - Ele rasgou minha roupa, me agrediu e se não me defendesse ele iria conseguir abusar de mim como das outras vezes. Eu não estou mentindo e não teria porque fazer isso, seu filho não vale nada. - grito com ódio. - Ele acabou com a minha vida, ele não tem remorso e boa parte dele ser assim é culpa de vocês. 

Eu não sei da onde tirei tanta coragem para falar isso na cara deles, só que há raiva que sinto do Matheus é tanta que tudo saiu naturalmente sem medo. 

-O que disse garota? - dona Carmem vem pra cima de mim. - Repete. 

-Acho que a senhora não é surda e escutou. - enfrento ela. 

Ele levanta a mão para me bater, mas Conrado não deixa e me afasta dela. 

-Eu não quero ver a cara desse filho da puta aqui, escutou Matheus? Eu te quero fora dessa fazenda amanhã. - ordena Conrado. - Eu mando aqui agora, tenho plenos poderes e quero ele fora daqui depois disso. 

-Esse lugar é meu também, vai me colocar pra fora daqui por causa dessa vagabunda. - ele recebe outro soco na boca por me insultar. 

-Se nossos papais quiserem te sustentar, eles que fiquem a vontade mas aqui você não fica mais ou... 

-Ou o que? - seu Amadeu olha pro Conrado. 

-Eu vou com Julieta na delegacia e ela vai fazer corpo de delito, Matheus vai ser preso e um escândalo será feito e sei que não é isso que o senhor quer. - sorri para o pai. - Certo? O que prefere cadeia ou sumir daqui? - pergunta olhando para o irmão. 

-Ir embora. - sussurra já de pé.

-Julieta você quer fazer a denuncia? Se quiser vamos agora. - Conrado me pergunta. 

-Não... Eu só quero ele longe. 

-Então assim será feito. 

Eu olho para trás e vejo meu pai com seu Eugênio, seus olhos estão marejados e pela primeira vez vejo que ele está sofrendo por mim. Ele vem até mim e me abraça chorando para o meu espanto, eu abraço ele de volta e choro.