Conrado Nogueira
Eu passei o dia inteiro dentro da cabana, não sai daqui pra nada e se dependesse de mim ficaria aqui até o outro dia. Parei pra pensar friamente em tudo que escutei e me sinto mal, se tive e tenho todo luxo a minha disposição hoje não foi por merecimento. Pelo que entendi o que meu avô deixou para meu pai e meu tio, não era o suficiente para vivermos luxuosamente. Quarenta e dois anos vivendo numa mentira, pensando que tudo que meu pai tinha conseguido era por seu esforço próprio.
Eu poderia muito bem largar tudo isso e ir embora, sou um cara dono do meu nariz, rico independente do patrimônio que meu pai deixar. Só que largar tudo seria deixar também para trás, tudo que meu avô quis que esse lugar se tornasse. Se meu pai não foi honesto enquanto mandou nesse lugar e vou fazer tudo para ser. Meu tio estar de volta não é por acaso, tudo nessa vida tem um porque e aprendi isso nesse muitos anos de vida.
Meu objetivo é reduzir os gastos e pagar dívidas que não fazia ideia que existiam e com os lucros, vou colocando tudo no seu devido lugar. Eu acho que meu tio Isaque pode me ajudar, mais não quero ficar dependente dele até porque, eu não gosto de depender das pessoas para nada. Gosto de fazer tudo do meu jeito e como eu acho que tem que ser, sem interferência.
Levanto da rede e entro para dentro da cabana, lá fora deu uma esfriada como sabia e penso na Julieta. Pego meu celular e vejo que está sem sinal, claro! Será que ela ainda está na cidade? Já são quase sete da noite e acho que vou na casa dela, não quero mais ficar sozinho aqui.
Preciso conversar com ela e desabafar, ela pode não entender mais só dela me escutar fico feliz.
Estava no banheiro e escuta a porta da cabana bater, sorriu pensando que é minha namorada.
-Amor como sabia... - eu me calo ao ver Mercedes sentada na beira da cama. - Que merda está fazendo aqui? Como sabia que estava aqui? - pergunto pegando minha camisa que estava na cadeira e vestindo.
-Fica sem. - se levanta. - Adoro olhar pra você.
Eu reviro os olhos.
-Pelo amor de Deus! - resmungo. - Vai embora Mercedes, nós já conversamos sobre tudo que podíamos. Eu sou namorado da sua filha, amo Julieta e você tem que entender isso de uma vez por todas.
-Nunca vou aceitar isso. - balança a cabeça. - Ela não é pra você, ela não sabe da nossa história, o amor que sentíamos um pelo outro.
-Éramos jovens Mercedes, aquilo passou. - respondo. - Crescemos e mudamos.
-Não pode ter passado.
Ela me pega se surpresa e me tasca um beijo na boca.
-Me solta. - empurro ela limpando minha boca. - Inferno! - grito. - Será que não vê que suas tentativas são inúteis? Eu não te amo mais caralho, não amo!
Ela começa a tirar a roupa.
-O que tá fazendo? - grito com ela.
Ela não responde e arranca a roupa do corpo jogando no chão, ela fica nua na minha frente pensando que isso vai me fazer mudar de ideia.
Eu olho pra ela e não sinto nada.
-E agora? Ainda não sente nada por mim? - pergunta.
-Sinto, sinto sim. - me aproximo dela. - Nojo! - vomito as palavras na cara dela. - Devo agradecer aos meus pais por te me afastado de você, nossa como eu nunca vi a louca que você é? - olho pra ela inconformado. - Agora veste suas roupas e caia fora daqui, antes que eu te coloque pra fora daqui a força e você não vai gostar.
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Julieta - Série Paixões Perigosas - Livro 4
RomancePLÁGIO É CRIME! Julieta Batista, vinte anos, mora numa pequena casinha na fazenda aonde seu pai trabalha. A fazenda Nogueira é muito conhecida por seus gados e cavalos de puro sangue, uma família rica e esnobe que trata seus empregados como cachorro...