Julieta - Série Paixões Perigosas - Livro 4

Capítulo 13

Julieta Batista 

Esse é sem dúvida o melhor natal de toda minha vida, estar ao lado de quem se ama não tem preço. Depois do meu pai não demorou muito e chegou meu irmão, com ele venho sua esposa e filhos. Nós não nos vemos com muita frequência, mas isso não impede de que tenhamos uma boa convivência. Minha mãe não venho e acho melhor assim, ela não fala mais comigo ela me ignora de todas as formas possíveis. Se fala comigo é para gritar e me xingar. 

Ontem enquanto estava ajudando meu pai, ele me contou que não quer mais ficar na mesma casa que minha mãe. Ele sabe que ele que tem que sair, já que a casinha que moramos era dos pais da minha mãe. Eu não estou morando com Conrado, mais praticamente não saiu do casarão tanto que Margarida sempre coloca um lugar na mesa para mim. 

Seu Amadeu e dona Carmem fazem tudo para não esbarrarem comigo, se eles me veem não fazem questão de esconder o desgosto. Só que outras coisas estão acontecendo, fazendo com que eu fique em segundo plano nos pensamentos demoníacos deles dois. Conrado anda preocupado e dormindo bem mal durante a noite, toda vez que pergunto o que é ele diz que é assunto dele e eu respeito isso. Nesse curto tempo que estamos juntos, já aprendi há não insistir com ele. Conrado é muito diferente comigo em relação com as outras pessoas, todos ficam chocados com a mudança de comportamento dele comigo para os outros. Só que não posso abusar, pois quando ele quer o homem sabe ser rude. 

-Meu Deus será que dá para voltar para a realidade? - Sheila me cutuca. - Está pensando no que? - pergunta dando um gole no seu champanhe. 

-Na vida. - olho pra ela. - Eu estou precisando de um ar, já venho. 

Eu saio do casarão e vejo pessoas fumando, rindo e conversando me afasto um pouco e fico com meus pensamentos. Conrado está com Carlos e alguns homens conversando sobre inflação, política e isso realmente não me agrada. 

-Encontrei você sozinha. - olho pro lado e lá está a prima de Conrado, Mônica. 

-O que deseja? - pergunto.

 -Quero que se afaste do meu homem. - eu começo a rir deixando ela mais nervosa. - Eu não estou brincando garota, será que não percebe? Ele está te usando, um homem como Conrado não fica com mulheres do seu nível. Você é manca, gorda e o pior de tudo. - ela ri. - É pobre. 

-Sabe quem é pobre aqui? Você! - aponto pra ela. - Pobre de espírito, de caráter, de sensibilidade, de humanidade. Eu posso ser tudo o que você disse, mais é comigo que ele está. - digo sem me alterar. - Ele me ama Mônica. 

-Não seja iludida, ele só está te usando assim como Matheus fez. - ri e olhei pra ela assustada. - Minha tia me contou, será que não foi você que deu em cima dele? 

-Eu não vou ficar aqui escutando isso. - digo me afastando dela. - Você não sabe de nada da minha vida, não sabe. 

Tudo que ela me disse não me afeta mais, já escutei tanto isso que não me afeta. Volto pro casarão e volto para perto do meu namorado. 

-Tava te procurando, onde você tava? - pergunta me dando um beijo no rosto. 

-Fui dar um passeio. - não falo da conversa com Mônica, não acho relevante nesse momento. 

Eu posso me defender sozinha também, não vou falar sobre isso com ele até porque hoje é natal. Hoje eu só quero me divertir e curtir com meu namorado, amigos, e minha família. 

[...]

Já passou da meia noite todos já desejaram feliz natal, a música que toca está alta me deixando por um momento com a cabeça explodindo. Eu dancei muito com Sheila, que estava bêbada de tanto champanhe que tomou. O bom é que ela vai passar um tempo aqui, ela não me contou o porque e não pressionei, cheguei a perguntar para o Conrado e o mesmo disse que ela me contaria.