Capítulo 28

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Conrado Nogueira 

-Você está pronto pra isso senhor? - pergunta o médico pela segunda vez desde que entrei nesse quarto de hospital. 

-Já disse que sim, vocês disseram que ele não vai acordar... Não vou mais morar nessa cidade então sim, eu estou tomando a decisão certa. 

-Vou deixar o senhor a vontade para se despedir. 

Eu espero ele sair e fechar a porta para sentar ao lado do meu pai, fico olhando para ele pensando no que dizer mesmo que ele não posso me escutar. Penso em tudo que passei até aqui, tudo que ele fez desde que era um garoto de cinco anos e não encontro muitas coisas boas para dizer e só me resta ser verdadeiro com o que sinto. 

-Eu não tenho muitas coisas boas sobre o senhor, acho que tudo de bom que vivi ao seu lado era quando era um pirralho que não sabia de nada. Você me fez ter desprezo pelo senhor ainda muito cedo, hoje mais velho esse sentimento não mudou e eu não me sinto culpado. - faço uma pausa e depois continuo. - Você pode ter se arrependido do que fez comigo, do que fez para outras famílias, só que eu não consigo te perdoar... Eu cuidei de você nesse meses e agora vou embora e recomeçar minha vida em outro lugar, sua esposa sumiu, seu filho preferido morreu tentando arruinar minha vida. - um bolo se forma na minha garganta. - Ele quase matou minha mulher e filha, teve o que mereceu e posso dizer o mesmo do senhor. Eu não vou sentir sua falta, não vou chorar todas as noites pelo senhor e sabe porque? Porque o senhor nunca foi meu pai de verdade. - me levanto da cadeira pronto para sair. - Vai com Deus pai, ou não. 

Chamo o médico e digo que agora ele pode dar sequencia ao processo. 

Eu fico lá por um tempo e depois de resolver tudo para a cremação de amanhã, vou para casa onde estamos agora. Carlos e Sheila resolveram ir para São Paulo antes de nós, ele tinha alguns problemas com seus pais então não o impedi já que não tem mais nada que se possa fazer. Ao entrar em casa vejo Margarida com Laura no colo, ela canta uma musiquinha pra ela. 

-Oi Mag. - beijo seu rosto. - Oi coisa linda do pai. - sorriu pra minha filha. 

-Julieta está no banho por isso estou com ela. 

-Eu preciso de um também, já descemos para ficar com ela. 

-Sem problemas, ela é tão linda e fofa não me importo de ficar com essa princesa... 

Entrando no quarto encontro Julieta já vestida e penteado os cabelos. 

-Oi amor. - falo chamando sua atenção. 

-Conrado! - ele vem até mim e me beija. - Já é tarde pensei que fosse demorar mais... 

-Muita coisa pra resolver, ele será cremado e não terá velório. - digo. - Não quero mais ficar aqui, chega! - sento na beira da cama. - Quero viver uma vida nova, não quero lembrar de nada que passamos aqui. 

-Vai dar tudo certo, melhor dizendo, já deu. 

-Eu sei meu amor, te amo. - ela me abraça. 

-Eu também te amo, você e nossa filha são o que tenho de mais precioso.

Puxo a cabeça dela pra trás e lhe dou um beijo. 

[...]

Dois Anos Depois.... 

Dois anos que minha vida mudou e deu uma guinada para melhor, casei com Julieta e cuidamos da nossa pequena que já tem dois ano de idade. Eu não quis ter grandes responsabilidades, quero aproveitar minha esposa e filha por isso comecei a fazer investimentos e deu super certo. Já sou um homem rico e não só de grana, mais de família e felicidade como por exemplo os pais de Edgar se tornaram os meus, me acolheram como se fosse filho deles também.

Julieta - Série Paixões Perigosas - Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora