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- O senhor Carlos Eduardo está em uma situação muito grave e as chances dele sair vivo dessa são mínimas.

- E o João? - Perguntou aflita.

- Ele não resistiu e morreu a caminho do hospital.

Eu fiquei em choque, fiquei ali parada olhando para o médico sem saber o que falar ou como agir. Carol, por outro lado, chorava.

- Eu sinto muito.

- Podemos ver o Carlos?

- No momento não. Estamos fazendo alguns exames nele.

- Okay. Obrigada. - Ela saiu e eu saí logo após ela, fomos para a entrada do hospital.

- A culpa é minha. É toda minha. - Ela sussurrou mas eu consegui escutar.

- Carol, você me prometeu.

- O que? - Disse se fazendo de desentendida.

- Você sabe. A culpa não é sua ruivinha. A culpa é do caminhoneiro. Não pense assim, por favor, não se maltrate assim.

- Você está se fazendo de forte né?

- Estou pensando em como vou contar isso para a Ayla. - Falei e suspirei. - Ela é inteligente demais, vai entender qualquer coisinha mais infantil que eu falar.

- Tipo "O papai João foi pro céu e o papai CaDu está dormindo na casa da vovó?" - Eu dei uma risada nasal pela forma fofa como ela falou.

- Exato. Então vou falar a verdade.

- Que criança entende a morte dos pais? - Me questinando.

- Eu entendi quando meu pai morreu e eu tinha 7 anos. Tudo bem que ela tem 5, mas ela é mais inteligente que eu quando tinha essa idade. As vezes me assusta.

- Desculpa. Não sabia. - Abaixou a cabeça.

- Relaxa. O Uber chegou.

- Quando você pediu que eu não vi? - Falou indo na direção do carro.

- Meus dedos são ágeis. - Falei e ela me olhou com uma cara de malícia. - Deixa o corpo do João esfriar pelo menos, por favor. - Falei brincando e ela fez uma cara de triste. - Hey. Eu estava brincando.

- Tudo bem.

"Porra, ela ainda está mal, ainda está achando que foi a culpada, mas a culpa não foi dela. Ela não entende?" - Pensei.

- A casa de vocês é longe. - Depois de alguns minutos no carro, ela falou.

- Estamos indo buscar a Ayla na escola.

- Finalmente vou conhecer ela, eles falaram o caminho todo dela. Parece que eu a conheço desde o nascimento.

- Nunca viu ela antes?

- Não, só meu irmão, que é o padrinho dela.

- Lucas, né?

- É. Não sei como aqueles dois fizeram isso.

- Por que?

- Lucas é irresponsável, se fosse o Pedro, Ok. Mas o Lucas?

Eu ri da forma incrédula que ela falou.

- Ela vai sentir falta do papito e do papis. - Falei sorrindo ao lembrar de diversas vezes que acabei chamando meus amigos assim, pela convivência com minha pipoquinha.

- Como assim? - Fez uma careta como se quisesse entender.

- Papis é o CaDu e papito é o João.

Rebuild Me - DayRol - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora